O cantor Elton John atualmente configura nas paradas musicais com o single "Cold Heart", realizado em parceria com Dua Lipa. O remix une quatro dos principais sucessos do britânico, como "Sacrifice", e emplacou no ranking da Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. Com mais de cinco décadas de carreira e prestes a completar 75 anos nesta sexta, 25, o artista se mantém estável na quantidade de vendas e no número de reproduções digitais, visto que a faixa já alcançou mais de 500 milhões de streamings apenas na plataforma Spotify.
O lançamento chega em um período movimentado após a inércia causada pela pandemia. Ainda em 2018, Elton anunciou a turnê de despedida dos palcos, intitulada como "Farewell Yellow Brick Road", que foi interrompida depois dos casos de Covid-19. O intervalo entre os compromissos profissionais permitiu que o artista desenvolvesse a coletânea "Diamonds" (2021) e o disco "The Lockdown Sessions" (2021), com participações de personalidades como Miley Cyrus, Lil Nas X, Charlie Puth e Ed Sheeran. As novas faixas integram o repertório dos shows em 2022, momento de retorno à estrada, mais uma vez com ingressos esgotados. O interesse contínuo do público dá indícios que o trabalho consagrado do compositor segue atual, versátil e relevante.
"Ele influenciou e ainda influenciará muitos músicos com a poesia, a postura. Ele juntou a musicalidade com a mão do compositor e do cantor performático", opina o pianista Ricardo Bacelar, que resgata o início da carreira do britânico: "a maneira de tocar piano tem uma influência forte no blues". Elton, cujo nome verdadeiro é Reginald Kenneth Dwight, nasceu em 25 de março de 1947. O interesse pelas artes começou ainda na infância e a primeira grande conquista aconteceu aos 11 anos, com a bolsa para a Royal Academy of Music, uma das instituições mais prestigiadas do Reino Unido. Logo em seguida, integrou a banda Bluesology por breve período até persuadir o sonho de carreira solo, firmada a partir de 1970.
"A obra dele é extensa, com muitos hits, talvez ele seja um dos maiores hitmakers dos últimos 50 anos, não tem ninguém com uma lista como a dele. Claro que os maiores sucessos são com uma base no piano, mas ele manteve uma banda com formação estável e enxuta, com bateria, baixo, guitarra e os backing vocals", explica o produtor Mimi Rocha, que dá destaque a "Your Song", "Crocodile Rock" - em uma fase mais pop - e "Skyline Pigeon". O profissional considera o instrumentista um dos maiores expoentes na tradição de cantores que interpretam as próprias composições, ao lado de Paul McCartney. "Vai desde blues, pop, até algumas coisas mais dançantes, mas ele é o rei das baladas", considera.
Mimi também sinaliza a inclinação do artista para colaborações com outras pessoas da cena, os famosos "feats". Uma das principais é a relação contínua com Bernie Taupin, com quem lançou grande parte do acervo musical. No entanto, sua lista conta com criações como "Don't Go Breaking My Heart", com Kiki Dee, e "I Saw Her Standing There", com John Lennon. Mais recentemente, ele participou do álbum "Chromatica" (2020), de Lady Gaga, na faixa "Sine From Above". "Ele teve parcerias com quem você imaginar. O grande triunfo dele é sempre estar em contato com novos artistas, mas nunca descaracterizando o trabalho. Então, ele manteve o estilo, que é muito pessoal e rico", reforça o produtor.
Em todos os momentos da vasta carreira, Elton permaneceu flexível. O cantor participou de trilhas sonoras, peças e tributos musicais. Levantou voz para causas importantes, como a luta pela AIDS e pelos direitos LGBTQIA . Utilizou ferramentas de diferentes áreas, como a moda, para expandir sua mensagem. Os figurinos marcantes, com extravagâncias nas pedras, plumas e - muito - glitter, inspiraram coleção para Gucci e até mesmo linha específica de trajes para a marca Barbie. A projeção em diversas frentes rendeu prêmios, a exemplo do Grammy e Oscar, e adaptações cinematográficas e literárias. Como ressalta Mimi Rocha, Elton usou a arte como ponte para superar os conflitos pessoais, se tornando "um dos maiores nomes da música contemporânea".
Passagem por Fortaleza
O britânico tocou em solo cearense apenas uma única vez, em show na Arena Castelão no dia 26 de fevereiro de 2014. O evento fez parte da turnê "Follow the Yellow Brick Road" e reuniu público estimado de 25 mil pessoas. O repertório contou com sucessos como "Funeral For A Friend", "Bennie and The Jets" e "Tiny Dancer", além de "Nikita" e "Sorry Seems To Be The Hardest Word", canções que ficaram de fora das demais apresentações no Brasil.
Mais sobre o artista
Sucesso de bilheteria
O filme biográfico de Elton John estreou em 2019 nos cinemas. Intitulado "Rocketman", o longa é protagonizado por Taron Egerton e conta a vida do artista desde a infância até o estrelato, com referências aos relacionamentos pessoais e os conflitos com as drogas. A produção, dirigida por Dexter Fletcher, arrecadou mais de 195 milhões de dólares pelo mundo.
Onde encontrar: Na Netflix e Amazon Prime Video
Trajetória em autobiografia
Elton John foi uma das únicas grandes estrelas do mundo artístico a ter sua autobiografia com o lançamento de "Eu, Elton John", de 2019. O artista conta sua trajetória em 360 páginas, com detalhes que mergulham nas suas relações mais conturbadas e nos segredos por trás do sucesso. Como ponto característico, Elton utiliza o humor britânico para descrever o caminho ao êxito internacional.
Onde encontrar: Na Amazon
Inovação na discografia
O último álbum de Elton John foi "The Lockdown Sessions", lançado em outubro de 2021. O projeto começou a ser produzido na pandemia e traz parcerias com Stevie Wonder e Eddie Vedder. Entre as faixas, está "Cold Heart", remix com Dua Lipa que alcançou as principais paradas digitais de música.
Onde encontrar: Disponível em plataformas digitais como Spotify, Apple Music, Deezer e TIDAL
Podcast Vida&Arte
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