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Marcelo Jeneci se apresenta no Cineteatro São Luiz neste domingo
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Marcelo Jeneci se apresenta no Cineteatro São Luiz neste domingo

Cantor Marcelo Jeneci realiza show no Cineteatro São Luiz apresentando sucessos de sua carreira e do álbum "Guaia", em aceno para suas origens
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Cantor e compositor Marcelo Jeneci já foi indicado ao Grammy Latino e faz show no Cineteatro São Luiz em abril (Foto: Divulgação/Jorge Bispo)
Foto: Divulgação/Jorge Bispo Cantor e compositor Marcelo Jeneci já foi indicado ao Grammy Latino e faz show no Cineteatro São Luiz em abril

 “É emergencial a gente se conectar com a terra”, anuncia Marcelo Jeneci na faixa “Canto Inicial: Ikashawhu / Tribo Yawanawa / Emergencial”, do disco "Guaia". No álbum, o cantor paulista entende a importância de retornar às origens do bairro onde nasceu - Guaianazes -, em um movimento que destaca os aprendizados e as vivências que teve ao longo de sua trajetória.

Três anos depois do lançamento do disco, Jeneci se apresenta no Cineteatro São Luiz com sucessos de sua carreira na bagagem, trilhas que percorrem o álbum e, acima de tudo, o desejo de levar positividade ao público. O show será neste domingo, 10, a partir das 18 horas. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e estão disponíveis no site Sympla e na bilheteria do teatro.

Além de Jeneci, subirão ao palco do São Luiz Rafa Cunha (bateria e samplers) e Juba Carvalho (percussão). Atravessado por ritmos e mensagens em 10 faixas, “Guaia” foi lançado em 2019 e chegou a ser indicado à categoria de “Melhor Álbum Pop de Língua Portuguesa” no Grammy Latino em 2020. No trabalho estão músicas como “Aí Sim”, “Oxente”, “O Seu Amor Sou Eu” e “Vem Vem”.

Responsável por sucessos como “Felicidade” e “Pra Sonhar” - que fazem parte do repertório do show deste fim de semana -, Marcelo Jeneci resgata em “Guaia” a sua infância e os passos dados em São Paulo e suas influências pernambucanos - estado natal de seu pai. Para isso, mistura sonoridades de sanfona, órgão e beat box, resultando em diferentes composições do álbum.

Em entrevista ao Vida&Arte, ele falou sobre os seus sentimentos diante do retorno a apresentações presenciais. Para ele, essa é a oportunidade de, sobretudo, proporcionar “afetos e encontros” em meio às perdas decorrentes da pandemia. “Para mim, a volta aos palcos tem sido o fim da banalidade. Vimos o quanto fazem falta nosso festejo, abraço e afeto. Que celebremos, então, com muito amor e respeito à vida”, argumenta o cantor paulista.

Marcelo Jeneci tem muito a falar em seu show de (re)encontros. Será uma apresentação, sim, marcada pela volta já trilhada há algum tempo de público às plateias do Cineteatro São Luiz, mas vale também dizer que essas trocas serão contextualizadas para mensagens que ultrapassam os sentidos sonoros.

O “querer” de Marcelo Jeneci é de “tocar e cantar vários pontos de encontro e material” que chama de música. O repertório não se restringe às canções de seu álbum “Guaia”, já que o artista apresentará composições marcantes de sua carreira e diluídas ao longo dos outros discos. Sucessos como “Felicidade”, “Dar-te-ei” e “Pra Sonhar”, por exemplo, são garantias anunciadas por Jeneci.

“Será um show que busca essa dinâmica de conforto, de festa, de celebração em torno das músicas que gostamos de cantar juntos. O ‘Guaia’, assim como meus outros álbuns, retrata o momento que vivi enquanto fiz ele. Consegui juntar vivências da minha infância na periferia de São Paulo e também no Agreste de Pernambuco. É um trabalho que aponta mais para dentro de mim do que para fora, no sentido da busca sonora”, detalha.

Lançado em 2019 - um período anterior ao da pandemia -, “Guaia” reúne percepções de um Marcelo diferente do que subirá no palco do São Luiz. Ele afirma que tem buscado “elementos mais dançantes”, com “cores mais quentes”, de forma a proporcionar “vibrações positivas” na forma como aborda a música.

“Muita coisa mudou desde 2019, até em relação ao próprio disco. A minha maneira de querer continuar cantando algumas canções vai mudando de acordo com as estações. Então, o meu furor de quando eu lancei o ‘Guaia’ é diferente do furor de quando farei meu show. Lá, eu estava tendo expressar algo específico, que me afirmasse como artista em movimento que não repete sua fórmula de sucesso, e de lá para cá eu fui ganhando mais essa aderência com o nosso Brasil-origem, com a nossa alegria, com a vontade de trazer vibrações positivas diante de tanta brutalidade que temos enfrentado”, destaca.

Ele acrescenta: “Se o foco no ‘Guaia’ antes era um, hoje é esse: o de promover mais afeto, de promover o encontro”.

Por meio desse encontro, por sinal, Jeneci deseja despertar o senso de reflexão e criticidade nas pessoas para atentar “às injustiças sociais que estão ocorrendo diariamente”. Assim, ele fala sobre seu papel como artista enquanto ponte para transformações.

“O maior papel do artista não é ser entretenimento. Eu não sou entretenimento. Eu quero alertar para uma reflexão, uma problemática, uma energia que eu quero despertar no outro. A arte está também na maneira como nos relacionamos com os outros. Faço música e desperto o pensamento. Esse é o meu ofício”, pontua.

Analisando o seu retorno aos shows presenciais após as paralisações devido às restrições decorrentes da pandemia, Marcelo aponta para temáticas que permearam - e continuam permeando - seus pensamentos sobre os comportamentos humanos. Jeneci deseja que “o mundo interior de cada pessoa” tenha se transformado ao longo desses três anos na forma de se relacionar com outros indivíduos - pregando, assim, “mais respeito” e “amor à vida”.

Seus olhares para o futuro que se concretizará neste domingo no Cineteatro São Luiz revelam os sentimentos que se expandem dentro de sua alma: o show, sem dúvidas, será ainda mais especial pelo “reencontro com a troca de energia” entre artista e público. As mensagens, porém, não se encerram nisso.

“É um sentimento de fim da banalidade, de você estar com uma qualidade de presença e de vivenciar uma cena sem estar pensando em outra em meio a tantas dores, de tantas pessoas que partiram e perderam suas pessoas”, afirma.

As mensagens de “Guaia” continuam ecoando na carreira de Marcelo Jeneci, mas ainda há espaço para novas produções. O músico revelou que já está desenvolvendo um novo disco - aquele que será “o trabalho mais importante” de sua vida, reunindo colaborações com artistas como o poeta e compositor Jonas Samauma.

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Essa será mais uma obra para rechear a carreira de um artista de destaque na música brasileira. Aos 40 anos, o cantor já realizou parcerias com profissionais como Arnaldo Antunes e teve composições em trilhas de novelas da Rede Globo, como “Lado a Lado”, “Flor do Caribe” e “Em Família”. Em 2020, lançou a edição comemorativa de dez anos do disco “Feito Para Acabar” - que reúne sucessos de sua carreira como “Felicidade” e “Pra Sonhar”.

Olhando para o novo disco que está a caminho, Jeneci não revela muitos detalhes, mas aponta que o trabalho representará uma transformação importante na sua trajetória. “Estamos fazendo algo que será uma grande mudança na minha vida e irá me aproximar ainda mais das pessoas”, anuncia.

Marcelo Jeneci em Fortaleza

Quando: 10 de abril, às 18 horas
Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)
Quanto: R$30 (meia) e R$ 60 (inteira)
Ingressos: site Sympla e bilheteria do Cineteatro São Luiz

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