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Paulo Linhares assina coluna no O POVO; ator Jesuíta Barbosa marca estreia
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Paulo Linhares assina coluna no O POVO; ator Jesuíta Barbosa marca estreia

Com reflexões sobre arte, cultura, gastronomia e mais possibilidades de pensamento em diálogo com o Ceará, o antropólogo, professor e jornalista Paulo Linhares apresenta coluna semanal no O POVO. A estreia acontece neste domingo, 24, trazendo entrevista exclusiva com o ator Jesuíta Barbosa
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Paulo Sérgio Bessa Linhares é um antropólogo, doutor em sociologia, jornalista e professor cearense (Foto: JULIO CAESAR)
Foto: JULIO CAESAR Paulo Sérgio Bessa Linhares é um antropólogo, doutor em sociologia, jornalista e professor cearense

Paulo Linhares nasceu na avenida Visconde do Rio Branco, uma das principais vias de Fortaleza, mas cresceu em meio ao cotidiano da Jacarecanga, bairro conhecido por casarões e vilas, que revelam um tanto da memória da Cidade. Nesta caminhada, muito de sua identidade também foi moldada a partir de referências paulistanas. Filho de Maria Ivolete Bessa, dona de casa formada em Filosofia, e do educador Edgar Linhares, ainda na adolescência, morou com a família em São Paulo, em meio à ditadura militar no Brasil. Desde aí, uma força o impulsionava a seguir pensando sobre cidade, cultura, arte, gastronomia, desigualdades, transgressões e as possibilidades de existências neste planeta. Embalado por essas observações, especialmente em sua terra natal, fez-se jornalista, antropólogo e professor.

Aos 67 anos, Paulo Linhares apresenta coluna semanal no O POVO, aos domingos, unindo várias dessas reflexões em diálogo com o Ceará. Criador do Instituto Dragão do Mar (IDM), considerada a primeira Organização Social (OS) ligada à área da cultura no País, o professor transita entre a gestão cultural, a produção intelectual e o magistério há décadas. Neste momento, destaca a coluna como um lugar de "articulação reflexiva" e "fruição de pensamento", enquanto mantém dedicação exclusiva à Universidade Federal do Ceará (UFC).

A estreia acontece neste domingo, 24, no O POVO Mais e nas páginas do Vida&Arte, com entrevista exclusiva com o ator Jesuíta Barbosa - um pernambucano de coração ancorado no Ceará, no ar na nova versão da novela "Pantanal", da Rede Globo. O artista fala sobre infância, memória, carreira, além de criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Arthur Aguiar, participante do 22º Big Brother Brasil (BBB), reality show também da Globo. A coluna segue aos domingos, com destaque para entrevistas em formato similar a um talk show, críticas gastronômicas, notas sobre a Cidade e o Estado, quadros sobre os bastidores da política, personagens satíricos, pensamentos sobre a sociedade e o campo cultural, além de análises sobre o mundo do entretenimento. Paulo, inclusive, acompanha o BBB.

Essa "força contínua do pensar" pode ser percebida nos primeiros minutos de conversa. Ao entrar na redação do O POVO na tarde da última segunda-feira, 18, Paulo Linhares recordou sua juventude e suas idas e vindas naquelas salas. Isso porque o professor mantém relação de longa data com este jornal, já tendo sido colunista. Esta seria, então, mais uma de suas "reestreias": considerando a redação e a coluna, até atuações na TV O POVO e na Fundação Demócrito Rocha (FDR).

Entre os corredores, esta repórter ouviu, do jornalista Jocélio Leal: "A coluna de Paulo Linhares faz falta". Em entrevista, Paulo comentou sobre as ideias para a sua seção. A proposta é contribuir para uma "discussão em nível nacional, reverberando o que está passando por aqui, com pensamentos sobre Fortaleza, Ceará e Brasil". Entre convidados das entrevistas, por exemplo, estão em seu "radar" nomes como Linn da Quebrada e Patrícia Pillar.

O professor, aliás, fala sobre o carinho que nutre pelo O POVO e como o jornal atravessa seus vários momentos da vida. Paulo Linhares destaca os idos dos anos de 1980, especialmente a segunda metade da década, quando uma efervescência cultural cruzava a Cidade por conta da reabertura política.

Após mobilizações em torno da redemocratização e da campanha da primeira mulher a exercer a Prefeitura de Fortaleza (em referência à ex-prefeita Maria Luiza Fontenele), Paulo foi convidado por Demócrito Dummar (1945-2008), então presidente do Grupo de Comunicação O POVO, para integrar o corpo de jornalistas do jornal. Depois, na década de 1990, também foi Demócrito quem o instigou a cursar a pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade René Descartes, em Paris, na França.

No retorno à Terra da Luz, assumiu a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará entre 1993 e 1998. Além da criação do IDM e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), sua gestão foi pautada pela concepção da Bienal do Livro e da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, para citar. Entre suas idas e vindas do O POVO, ele evidencia o ingresso no corpo docente da UFC, a direção de conteúdo na TV O POVO e o doutorado em Sociologia (também pela UFC).

Depois de quase dez anos na presidência do IDM, de 2012 a 2021, Paulo põe em evidência o "pensar em dialética com Fortaleza", para além da prática dos anos anteriores. Neste contexto, ressalta as discussões da universidade. A coluna surge da vontade de continuar, de pensar a cultura e falar sobre o mundo. "Estou super feliz, fui acolhido com muito afeto pela Luciana Dummar (presidente do Grupo de Comunicação O POVO)".

Em conversa, Paulo Linhares cita o principal desafio do setor da cultura no Ceará. Segundo o professor, a autonomia do campo cultural ainda pode ser considerada frágil. Sobre as diversas questões que permeiam o Brasil de 2022, Paulo pontua como "a escravidão prevalece" na realidade contemporânea. Isso está diretamente ligado à dominação dos meios de produção e da classe trabalhadora e às questões raciais, de gênero e de liberdade sexual. "A desigualdade é uma questão explosiva".

Coluna Paulo Linhares

Quando: semanalmente, aos domingos

Onde: Vida&Arte e O POVO Mais

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