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Zé Carioca nos quadrinhos brasileiros
Vida & Arte

Zé Carioca nos quadrinhos brasileiros

Edição Impressa
Tipo Notícia

Além dos filmes, Zé Carioca também ganhou uma versão em quadrinhos pela Editora Abril. No início, porém, o personagem aparecia como coadjuvante das histórias do Pato Donald. Às vezes, estampava as capas, mas sem participação no enredo.

Foi somente nos anos 1960 que Zé Carioca virou o protagonista, obtendo maior profundidade: vive na Vila Xurupita, é apaixonado por uma jovem rica do bairro vizinho e adota características mais relacionadas com a população.

"No final da década de 1960, uma leva de autores, como Waldyr Igayara e Izomar Camargo, dá feições mais populares, cariocas ou até mesmo brasileiras, ao personagem, no sentido de gostar de futebol e feijoada, mostra as dificuldades das pessoas pobres de todo o Brasil, de levar a vida com sacrifício e com um pouco de malandragem, mas com alegria", ressalta Mário Brum.

"Foi nesse ponto que o Zé Carioca se tornou um grande sucesso no Brasil, criando uma identidade nacional que ia além do Rio", expressa o pesquisador. Isso ocorreu porque personagens de várias regiões e personalidades foram elaborados. Pedrão, por exemplo, era conhecido pela feijoada e pela plantação de jacas.

"Surgiram 'primos' do Zé Carioca, que eram versões arquetípicas de outros estados. Havia o cearense do sertão com chapéu de cangaceiro, Zé Jandaia, o executivo engravatado, Zé Paulista, o mineiro com chapéu de palha, Zé Queijinho.... uma espécie de generalização bem humorada que acabava produzindo imagens do Brasil", reflete.

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