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Filme de comédia inspirado em Ariano Suassuna é exibido no São Luiz
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Filme de comédia inspirado em Ariano Suassuna é exibido no São Luiz

Concorrendo a melhor longa-metragem de comédia no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, "O Auto da boa mentira" terá exibição gratuita nesta quarta-feira, 3, no Cineteatro São Luiz
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Foto: Divulgação "O Auto da Boa Mentira" reúne diferentes histórias sobre desencontros

"Eu gosto de mentiroso que mente por amor à arte e não para prejudicar ninguém", disse certa vez Ariano Suassuna. Sim, o artista é potencialmente um mentiroso, assim como o poeta um fingidor. Afinal, quem nunca contou uma mentirinha "do bem"?

Inspirado nos contos de Suassuna, o filme "O Auto da Boa Mentira" concorre ao título de melhor longa-metragem de comédia no 21º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Nesta quarta-feira, 3, às 16h, Fortaleza recebe exibição gratuita da produção no Cineteatro São Luiz e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do local a partir das 15h30min.

Na mesma categoria também concorrem outros quatro filmes, "A sogra perfeita" de Cris D'Amato, "Depois a louca sou eu", de Julia Rezende, "Quem vai ficar com Mário", de Hsu Chien Hsin e "Um casal inseparável", de Sergio Goldenberg. Os vencedores serão divulgados durante a cerimônia de premiação, realizada no dia 10 de agosto, com transmissão ao vivo pelo Canal Brasil, YouTube e Instagram da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. 

Com elenco de peso da dramaturgia nacional, "O Auto da boa mentira" reúne artistas como Leandro Hassum, Jesuíta Barbosa, Renato Góes, Nanda Costa, Cássia Kis e Luís Miranda. A direção ficou por conta do experiente cineasta José Eduardo Belmonte e o roteiro é de João Falcão, Tatiana Maciel e Célio Porto.

O filme retrata quatro histórias hilárias e sem um quê de verdade. Nas trajetórias dos personagens Helder (Leandro Hassum), Fabiano (Renato Góes), Pierce (Chris Mason) e Lorena (Cacá Ottoni), a mentira é sempre a protagonista. 

A obra foi finalista na categoria de Melhor Roteiro de Filme de Comédia - Prêmio Paulo Gustavo, da Associação Brasileira de Autores-Roteiristas (Abra), em julho deste ano. "O filme estreou, mas não nas salas de cinema e não tivemos um bom resultado em função da pandemia, aí foi para o streaming. Agora fomos indicados pela Academia de Cinema, então é um momento muito interessante, porque é quase uma nova estreia", define a produtora Luciana Pires. 

Ela relembra a convivência com o poeta Ariano Suassuna e os diálogos que inspiraram o filme. "Nós conhecemos Ariano há um tempo, quando tínhamos um projeto de educação para professores, para trabalhar com a arte em sala de aula. Quando fizemos algumas aulas-espetáculo com ele foi um sucesso, aí a gente começou a assistir às aulas-espetáculos, foram mais de 200 horas de material gravado", explica. De tão fascinados com a prosa do paraibano, selecionaram as histórias e, após autorização da família, partiram para a ficção. "O diferencial do Ariano é o diálogo rico, fluido, em que não é preciso falar palavrão para fazer as pessoas rirem. É um riso solto, fácil", diz a produtora.

Com coprodução da Globo Filmes, além dos cinemas, o longa-metragem também virou série para a televisão, com previsão de estreia neste segundo semestre. "É parte do filme com cenas a mais, com uma outra história que só estará na série. A gente gravou para as duas coisas e entendemos que deveríamos trazer algo a mais quando fosse pra série", explica Luciana. Na Globo, o bônus será um episódio especial estrelado pela atriz Zezé Polessa.

Apesar do nome lembrar o clássico "O Auto da Compadecida", filme estreado em 2000 e também baseado em uma peça teatral de Suassuna, a produção não se trata de uma continuação. "Durante muito tempo o nome teve como nome 'O Riso de Ariano', mas quando editamos o material, entendemos que a palavra mentira tinha que estar no título do filme. Aí a gente falou que o filme seria 'O Auto da mentira', mas nesse contexto de fake news era melhor falar 'boa mentira'", explica.

Na produção, o ator Luís Miranda, conhecido por "Zorra Total" (TV Globo) e participações em "A Grande Família", "Ó Pai, Ó", entre outras produções, interpreta um empresário dono de uma agência de publicidade. Ele mantém uma relação relativamente saudável com seus funcionários, até a festa de fim de ano da firma, onde se instaura um grande mal-estar. "Daí surgem uma série de conflitos entre os personagens que tentam aplicar golpes umas nas outras e vira uma grande lavagem de roupa suja", adianta Luís.

Os causos cotidianos formam um humor sutil, sem a necessidade de apelar a ofensas. Crítico ao humor que se restringe ao "besteirol", como avalia, Luís encara como uma nova forma de levar comicidade à vida das pessoas, tendo o respeito como valor. "O mundo mudou e a gente precisa mudar junto, com as redes sociais e mesmo essa maluquice que é o cancelamento, todo mundo passou a ter voz e falar daquilo que afeta, machuca. É importantíssimo saber como fazer a piada e no meu trabalho sempre tive a delicadeza de fazer isso", pontua.

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O Auto da boa mentira

Quando: Quarta, 3, às 16h

Onde: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500)

Quanto: Gratuito

Retirada de ingresso na Bilheteria do São Luiz, a partir de 15h30min

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