Vindo das batalhas de rima, Matheus Santos viu sua vida se transformar através da música. Natural de Cabo Frio (RJ), do Morro do Limão, hoje conhecido por TZ da Coronel, já soma mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, quase 1 bilhão de streams e 2,5 milhões de ouvintes no Spotify.
O artista fez seu nome no ano de 2021, quando obteve sucesso com os sons "Anota a Placa" e "Trajado de Glock" unindo funk e trap. Com apenas 20 anos, o rapper tem uma média de 20 shows por mês e vem conquistando cada vez mais admiradores pelo Brasil, dentre eles está Caetano Veloso. Por uma indicação do filho, Zeca, o cantor e compositor baiano chegou a TZ da Coronel. Um vídeo de Caetano cantando a música do rapper circulou pelas redes sociais e ele acabou por citar TZ em sua música "Sem Samba Não Dá".
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Em entrevista exclusiva para o Vida&Arte, o carioca explica a origem de seu atual nome artístico, que teve como base o apelido "Matheuzinho". " Na época que comecei nas batalhas de rima, me convenci que Matheuzinho era ruim e comecei a usar Teuzinho. Depois conheci uma galera de estúdio, estava me preparando para lançar uma música e um amigo meu falou que esse nome não era maneiro. Coloquei isso na mente e virei TZ. Suave, comecei a lançar uns coros, coro da Coronel. Morava lá na Coronel e taquei TZ da Coronel", explicou ele.
Questionado sobre o momento em que percebeu que as coisas dariam certo, TZ cita o rapper Filipe Ret como parte do processo. "Um dia eu estava em casa e recebi uma notificação que o Ret tinha me mencionado nos stories. Ele tava ouvindo "Anota a Placa" e depois disso daí caiu no ouvido de geral. A galera do GTA, Free Fire, começou a me abraçar, foi pro Tiktok e explodiu. Nesse momento a ficha caiu que eu podia viver disso e tava acontecendo", conta ele.
O artista iniciou nas batalhas de rima no ano de 2017, quando tinha 16 anos. Ele explica que essas competições são como uma escola para as pessoas que curtem o trap e o rap, são nelas que aprendem a rimar e a falar na frente de um público. "No começo tem que ir, assistir, estar sempre lá ouvindo a galera que é braba e depois a inspiração vem, e o bagulho flui. Vamos aprendendo e ganhando experiência", afirma ele.
Quanto às suas inspirações, o cantor conta que elas são fruto da sua vivência, das coisas que observa e tem o desejo de poder mudar. Sempre com muito apoio de seus amigos e familiares, principalmente de sua mãe, o rapper destaca a importância das redes sociais para o alcance de seu som.
"Meus dois primeiros hits estouraram nas redes, hoje em dia é lá que qualquer som acontece e chega em geral. Na pandemia, soltei muita prévia lá, no Tik Tok, Youtube, em Live, e a galera abraça, faz dancinha, viraliza. Não tem como um artista lançar música e não contar com essas plataformas, sem ter essa visão", diz ele.
Projetos futuros
Apesar de estar no início da carreira, o jovem já tem planos futuros. Dentre eles, está o lançamento de um EP, ainda em 2022, com diferentes artistas do ramo, e sua participação na Poesia Acústica 13, do canal focado em rap "Pineapple Storm''. Sobre o destaque e a valorização do seu estilo musical no país, TZ da Coronel afirma que o caminho é longo mas que chegará longe.
"Ainda tem muito pra ser valorizado. O trap vive e existe da galera que curte, nosso público que faz tudo acontecer, que leva nosso som pro topo. É o único apoio que a gente tem. Mas estamos entrando em lugares que antes não tínhamos espaço, muito playboy curtindo nossa música, a internet tá levando isso. O caminho é grande mas vamos chegar lá", conclui ele.
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