Trilhando caminho artístico desde o ano de 2013, a Companhia de Dança de Itapajé, sediada no interior do Estado, decidiu mergulhar em reflexões metafísicas, sociais e políticas para a construção de um novo projeto. Assim surgiu o espetáculo “E o Que Resta Sou Eu”, que chega agora aos palcos fortalezenses com apresentação no dia 30 de setembro no Teatro Dragão do Mar. A noite será divida em duas sessões, nos horários de 19 e 20 horas.
O bailarino e coreógrafo carioca Charlles Rodrigues foi convidado pelo diretor geral da Cia, Cléber Alves, para realizar o espetáculo. A proposta surgiu quando os protagonistas perceberam que conduzir a peça e estar em cena fragilizava o trabalho produzido, já que Cléber integra o corpo de baile ao lado de Filipe Evans. Além disso, o grupo cearense assistiu ao espetáculo “Logo Ali”, interpretado e dirigido por Charlles, e houve identificação com a história e proposta cênica construída.
De acordo com Cléber, “E o Que Resta Sou Eu” é fruto da colaboração de todos os artistas que compõem a companhia, pois, apesar de ter apenas dois bailarinos em cena, foi necessária a participação do coletivo para que a apresentação se concretizasse. O bailarino destaca as principais questões que o espetáculo aborda.
“Nós somos um emaranhado de outros e esse emaranhado que contribui para que nos tornemos quem somos, as reflexões surgem desse pensamento. Nós somos um pouco de nossas famílias, amigos, trabalho, cultura e religião. Se pararmos para pensar, bastaria nascermos em outro lugar para ser diferente do que somos agora, no entanto o ‘ser’ é inconstante, é um ‘devir’”, comentou. Ao longo da trajetória, o grupo realizou apresentações dentro e fora do Ceará. No final do ano de 2021, em comemoração aos nove anos de carreira, a cia iniciou a primeira turnê fora do Nordeste, exibindo o espetáculo “Códigos”, no Rio de Janeiro.
Trajetória e projetos
A Cia de Dança de Itapajé surgiu como resultado do trabalho desenvolvido pela Mangará Cia de dança no Interior do Ceará, que realizava ações culturais por um grupo de bailarinos aliando a dança e outras tipologias de artes-cênicas a questões sociais.
Fundada por Cléber Alves, professor e coreógrafo graduado em dança pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a Cia de Dança de Itapajé se propõe um espaço de laboratório permanente, que visa agregar, de maneira coletiva, as questões singulares de cada artista. Nos processos de pesquisa e composição coreográfica, a Cia procura integrar práticas artísticas diversas, desde o uso de textos e performance à produção de videodança. O grupo apresenta um vasto repertório de obras montadas em processos colaborativos sob a direção coreográfica de Filipe Evans e direção geral de Cleber Alves.
Visando ultrapassar os limites geográficos cearenses, a Cia despertou o desejo de circular com nossos espetáculos por todo o Brasil em uma espécie de turnê. Além da circulação na cidade do Rio de Janeiro, eles desejam conhecer novos lugares, trocar experiências com artistas de outras cidades e fazer intercâmbio com outros grupos. Dentre os projetos futuros, o grupo sonha em ter o próprio espaço de dança para a realização de eventos, pois, atualmente os ensaios são feitos em espaço público, disponibilizado pela Prefeitura de Itapajé. Recentemente, a Cia foi aprovada no Edital do Mecenas da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, um marco importante para o grupo, que pretende captar essa verba e assegurar a continuidade das ações e atividades.
"E O Que Resta Sou Eu"
Onde: Teatro Dragão do Mar (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)
Quando: nesta sexta-feira, 30, às 19 e 20 horas
Quanto: R$15 (meia) e R$30 (inteira)
Ingressos disponíveis na plataforma Sympla