Além da história, a arte contribuiu para as releituras de Canudos, não apenas no Brasil. O cineasta baiano Glauber Rocha tem duas produções clássicas que ficcionam a Guerra de Canudos. "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", ambos de 1964 mudaram o jeito de se fazer cinema no Brasil.
Em 1981, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, lançou o livro "A Guerra do fim do mundo", romance que se tornou um clássico ao narrar do ponto de vista da ficção, a tragédia de Belo Monte. A escritora e professora aposentada do Departamento de Letras da UFC, Ângela Gutièrrez, publicou em 2006, o romance Luzes de Paris e o fogo de Canudos. No primeiro centenário da queda de Belo Monte, o cineasta Sergio Rezende lança o filme Guerra de Canudos.
"Os Sertões", com montagem do Teatro Oficina, do dramaturgo José Celso Martinez, fez história em 2007, nos sertões do Ceará e da Bahia. A montagem ousada transformou Quixeramobim num verdadeiro campo de batalha simbólica. De um lado os que apoiavam a peça e do outro aqueles que a taxavam por uma "imoralidade" que não deveria ser exibida em Quixeramobim.
A peleja foi parar na Igreja e mobilizou a Câmara Municipal, onde grupos religiosos chegaram a protestar contra a peça devido, principalmente, as cenas de nudez. Em 2015, acontece a estreia do documentário Paixão e Guerra no Sertão de Canudos". A temática ligada à tragédia de Belo Monte é discutida anualmente, durante o evento Conselheiro Vivo, na Casa de Antônio Conselheiro, em Quixeramobim, em março, em comemoração ao nascimento de Antônio Vicente Mendes Maciel.
O evento que atualiza pesquisas em torno de Conselheiro e Canudos já rendeu a publicação do De Quixeramobim a Belo Monte: Olhares sobre Antônio Conselheiro, organizado pelo historiador Danilo Patrício e Osvaldo Costa. Conselheiro Vivo também é responsável pela travessia anual de pesquisadores entre Ceará e Bahia.