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Bienal do Livro do Ceará volta ao calendário cultural em edição diversa
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Bienal do Livro do Ceará volta ao calendário cultural em edição diversa

Após três anos desde sua última edição, Bienal Internacional do Livro do Ceará volta a acontecer neste fim de semana conceituada pela diversidade
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Professor e escritor indígena Daniel Munduruku também é curador da Bienal do Livro  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Professor e escritor indígena Daniel Munduruku também é curador da Bienal do Livro

“A primeira letra (que vem nas discussões) das políticas públicas é letra ‘A’, de acessibilidade”. Ao discursar no evento de lançamento da programação da XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará, o secretário da Cultura do Estado, Fabiano Piúba, ressaltou algumas das dimensões do evento. A principal delas, certamente, é a da diversidade - de públicos, convidados e programações.

Na esteira da acessibilidade citada por Piúba, o lado gratuito da Bienal se ressalta, e volta a se repetir a partir desta sexta-feira, 11, às 19 horas no Pavilhão Leste do Centro de Eventos do Ceará. Após três anos desde sua última edição, o principal evento voltado para a literatura no Estado retorna ao calendário cultural com o tema “De Toda Gente Para Todo Mundo”.

A Bienal reunirá atrações artísticas, literárias e até musicais até o dia 20, com mesas-redondas, conferências, oficinas, contações de histórias, saraus, lançamentos e a tradicional Feira de Livros, com a comercialização de livros de diferentes editoras. As mais de 300 atividades da programação serão abarcadas em diferentes espaços, como a Arena Principal, Arena Bece, Festival de Ilustração do Ceará, Praça de Lançamentos e Praça do Cordel.

Será na Praça do Cordel (localizada no Foyer Salaão Iguape) a primeira atividade da atual edição, com cortejo de abertura com músicos e poetas até o palco da abertura da Bienal, a partir das 19 horas. Na Arena Principal (no Salão Icapuí), a cantora Lorena Nunes subirá ao palco junto com Mallu Vitorino e Daniel Medina para apresentar o show “Embarcação”.

Ao longo dos outros dias, a programação da Bienal se iniciará às 9 horas e seguirá até às 22 horas. A equipe responsável pela curadoria é formada por Conceição Evaristo, Daniel Munduruku, Talles Azigon e Tércia Montenegro. Durante o evento de lançamento da programação, realizada na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), eles comentaram sobre a importância da diversidade apresentada pela Bienal.

“Nosso cuidado foi garantir que a diversidade não fosse apenas um discurso, mas que ela fosse vivenciada na prática. A gente está garantindo que não só as pessoas que estão compondo a programação principal, mas que as trabalhadoras e os trabalhadores desta edição também estejam dentro dessa diversidade. Isso, para nós, não é nenhum favor, é uma conquista, porque isso é um trabalho que as artistas das periferias, as escritoras negras e os escritores indígenas têm feito e têm lutado nesse País para garantir esse espaço”, argumenta o poeta Talles Azigon.

Um exemplo desse movimento de ampliar o alcance da programação está na “Bienal Adentro”, que levará atividades para além do Centro de Eventos, com ações nas periferias de Fortaleza e no interior do Ceará. Há eventos confirmados em Caucaia, Itaitinga, Redenção, Sabiaguaba, Pacatuba, Quixadá e Quixeramobim, além de atividades nos bairros fortalezenses Benfica, Cais do Porto, Bairro de Fátima, Itaperi e Jacarecanga. Para Talles, esse esforço demonstra a iniciativa de “democratizar” ainda mais a Bienal.

Nesse sentido, o escritor indígena Daniel Munduruku, falou sobre o que eventos como esse podem significar para autores e autoras indígenas: “Permite que a gente amplie essas vozes e, por isso, essa palavra escrita ganha a dimensão da sacralidade, de profundidade, porque a literatura é a expansão da palavra falada que vai chegar a outros lugares”.

A escritora cearense Tércia Montenegro discursou sobre a riqueza da programação e apontou que a Bienal poderá trazer “muita diversão”: “A gente conseguiu reunir a alegria, a sensatez e a organização para chegar nesses nomes. Vai ser um momento de muito aprendizado e de muita diversão”.

Quanto à escritora Conceição Evaristo, que falou no lançamento por meio de um vídeo gravado, ela destacou como cada curador representa um pouco dessa diversidade - com Munduruku “na arte e na literatura indígena” e ela, por exemplo, “na literatura produzida por mulheres negras”. “A literatura como arte traz justamente essa possibilidade de trabalhar a nossa sensibilidade, de nos colocar em direção ao outro, na medida em que o texto literário nos convoca para uma abertura, através da personagem, quando nos conquista e nos representa”.

Em seu discurso, o secretário Fabiano Piúba lembrou de eixos percorridos pela Bienal, como o exercício de democratização, promoção da leitura e da formação leitora, o reforço do livro no imaginário da formação cultural e a potência da economia criativa e produtiva a partir do livro.

No campo da dimensão econômica, um exemplo claro está na Feira de Livros, localizada no andar térreo e com estandes de comercialização de livros, estandes institucionais, praças de alimentação, praça de convivência, café literário e sala exclusiva para autores e convidados. Estima-se que estarão à venda mais de 90 mil livros. A programação completa pode ser conferida no site da Bienal.

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XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará

Quando: 11 a 20 de novembro
Onde: Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz)
Programação completa: bienaldolivro.cultura.ce.gov.br/

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