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Festival Choro Jazz reúne mestres da música instrumental em Jericoacoara
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Festival Choro Jazz reúne mestres da música instrumental em Jericoacoara

Depois de uma etapa em Fortaleza, a 11ª edição do festival Choro Jazz reuniu referências da música popular e instrumental na praça principal de Jericoacoara
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As noites do Choro Jazz encerram com jam session em tenda na praça principal
 (Foto: Tainá Cavalcante/ Divulgação)
Foto: Tainá Cavalcante/ Divulgação As noites do Choro Jazz encerram com jam session em tenda na praça principal

Para Dori Caymmi

Homenageado especial desta edição do Choro Jazz, Dori Caymmi tocou no Cineteatro São Luiz, na primeira parte do festival, mas não foi a Jericoacoara. Em vídeo, ele justificou a ausência dizendo que a "idade" (79 anos) o impediu. No entanto, sua obra foi interpretada por Renato Braz e Sérgio Santos. Em um dos shows mais emocionantes do evento, eles, que se definem "filhos artísticos de Dori", dividiram o palco com o percussionista Bré num espetáculo de fina delicadeza. Em certo momento, Sérgio não resistiu e chorou, o que diz muito de como foi o show.

 

Baden Powell tocou violão e contou histórias falando de Luiz Bonfá, Vinicius de Moraes e de seu pai, Baden Powell
Baden Powell tocou violão e contou histórias falando de Luiz Bonfá, Vinicius de Moraes e de seu pai, Baden Powell

Para Baden

Depois de dividir o palco com o pianista Gilson Peranzzetta no São Luiz, o violonista Marcel Powell fez show solo em Jericoacoara. Com muita simpatia e virtuose, ele manteve o público atento com uma série de canções de sua discografia própria e homenagens a mestres da MPB. Falando de seu pai, Baden Powell (1937-2000), ele lembrava histórias de Vinicius de Moraes, Antonio Maria, Paulo César Pinheiro e outros. Com a mesma voz curtinha do pai, Marcel ainda arriscou no canto ao encerrar com "Samba da benção".

 

A Marimbanda relembrou a obra do mestre Luizinho Duarte
A Marimbanda relembrou a obra do mestre Luizinho Duarte

Para Luizinho Duarte

Uma das mais importantes formações instrumentais do Nordeste, a Marimbanda subiu ao palco com uma missão muito nobre: celebrar a memória do mestre Luizinho Duarte, baterista e principal compositor do grupo, que faleceu em 28 de abril deste ano. Para complicar, o quarteto entrou desfalcado do flautista Heriberto Porto, que estava doente. O espetáculo foi defendido por Thiago Almeida (piano), Pedro Façanha (baixo) e Michael da Silva (bateria), eles resumiram o repertório de três discos autorais e hipnotizaram a plateia com sons de valsas, frevos, sambas e mais

 

O baixista Michel Pipoquinha e o guitarrista Pedro Martins se conheceram no Choro Jazz e seguem parceiros desde então
O baixista Michel Pipoquinha e o guitarrista Pedro Martins se conheceram no Choro Jazz e seguem parceiros desde então

Cumplicidade

Mais fiel fruto do Choro Jazz, a parceria de Pedro Martins e Michel Pipoquinha voltou à cena nesta edição. O guitarrista brasiliense e o baixista cearense se conheceram em 2017, na véspera de tocarem juntos no festival. Do encontro, nasceu a parceria, a amizade e o disco "Cumplicidade" (2020). Os dois brincam com seus instrumentos e com as melodias, se divertindo enquanto tocam. A plateia recebe essa positividade e se impressionou com a espontaneidade com que eles mostram composições de Cartola, Hamilton de Holanda e Chick Corea.

 

O quinteto de Daniel e Victor D´Alcântara prestou tributo a Miles Davis e John Coltrane
O quinteto de Daniel e Victor D´Alcântara prestou tributo a Miles Davis e John Coltrane

Na praia e na escuridão

A noite de quinta, 1º, começou com uma queda de energia que deixou Jericoacoara no escuro. Seria até melhor assim, caso não tivesse agendado para as 21 horas o show do violonista Nelson Faria com o baixista Ney Conceição. Com a energia reestabelecida, o duo subiu ao palco para um espetáculo com muito Tom Jobim e homenagens ao Nordeste. "Vou tocar uma coisa de Luiz Gonzaga que eu acho que representa o Nordeste como um todo", anunciou Nelson antes de tocar "Pau de Arara". Outra bela homenagem foi a que Vitor Alcântara (sax) e Daniel D'Alcântara (trompete) prestaram a Miles Davis e John Coltrane no sábado, 3. A programação do Choro Jazz ainda contou com rodas de choro à beira mar e em bares da cidade

 

Derico Sciotti foi uma das atrações que abriram o primeiro dia do Choro Jazz
Derico Sciotti foi uma das atrações que abriram o primeiro dia do Choro Jazz

Mais shows

A programação do Choro Jazz, em Jericoacoara, começou na terça, 29, com o trio do bandolinista Fábio Peron, seguido por Derico Sciotti, saxofonista que fez fama na banda de Jô Soares. Na quarta, 30, teve Dito Trio (Marco César, bandolim; Jorge Simas, violão de 7; e João Paulo, cavaco), seguido por duas referências do violão brasileiro: Marco Pereira e Paulo Bellinati. O encerramento aconteceu no domingo, 4, com o cantor e violonista Juliano Eriston acompanhado do clarinetista Vinicius Matos. Em seguida, o sanfoneiro Mestrinho recebeu o cearense Cainã Cavalcante (violão) e a cantora Vanessa Moreno.

O Vida&Arte viajou a convite do Festival Choro Jazz  

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