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Artistas abrem ateliês para visitação em evento realizado nesta sexta-feira, 16
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Artistas abrem ateliês para visitação em evento realizado nesta sexta-feira, 16

O encontro do trabalho de oito artistas acontece no Palácio Progresso. Público poderá visitar ateliês em evento nesta sexta-feira, 16
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Imagens dos artistas presentes no Open Estúdios Pocinho (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Imagens dos artistas presentes no Open Estúdios Pocinho

Na década de 1960, o arquiteto, professor e pesquisador José Liberal de Castro projetou o Edifício Palácio Progresso, marco na história do movimento moderno cearense. O espaço está situado numa das partes mais reconhecidas do Centro de Fortaleza: próximo à Praça do Ferreira, com vista para a Catedral e o Mara Hope. O cotidiano do prédio traz o movimento constante que também acontece nos arredores. Pessoas adentram o empreendimento para consultar com médicos, acertar débitos com contadores, rever processos com advogados e, a partir desta sexta-feira, 16, visitar os ateliês de artistas visuais cearenses no Open Estúdios do Pocinho.

O momento abre para o público o ambiente de trabalho de Azuhli, Artur Bombonato, Diego de Santos, Gustavo Diogenes, Sérgio Gurgel e Igor Gonçalves, parte do Estúdio Oculto. Todos compartilham a rotina de produção criativa dentro do imóvel, em compartimentos e ritmos distintos que se unem pela vontade de crescer em conjunto. O primeiro a chegar foi Sérgio, movido pelo desejo de entrar em contato com a efervescência cultural da região.

Aos poucos, os demais profissionais foram se achegando e fincando as próprias raízes nas acomodações. "Essa ocupação existe em outros lugares e aqui aconteceu de uma forma bem orgânica. Tem uma ligação histórica de ocupar esse local novamente, os artistas costumam buscar lugares mais ligados a galerias. Cada ateliê parece um mundo. Somos todos artistas visuais cearenses, vivos, trabalhando ativamente nas suas poéticas no Centro da Cidade", enfatiza Sérgio.

A primeira edição do Open Estúdios, que também conta com a participação do artista Marco Ribeiro e da tatuadora Najja, simboliza a celebração da união dos integrantes e aponta a necessidade de integrar o coletivo na área. Esta abertura possibilita a aproximação dos visitantes com os inventores, permitindo que aconteçam trocas sobre todo o processo de criação, desde a concepção da ideia de uma obra até a chegada do item na casa dos consumidores. "Entrar no ateliê é como entrar na cabeça de um artista. É um espaço para se inspirar. Coleciono muitas coisas que nutrem meu trabalho", reflete Sérgio.

Azuhli, pseudônimo e anagrama de Luiza Veras, foi a última a se instalar no Palácio Progresso. Há aproximadamente duas semanas, ela transferiu o espaço de trabalho para o número 33 da rua do Pocinho. A mudança física também representa uma nova forma de concretizar suas imagens. "Eu sempre tive ateliê em casa, foi uma ideia vir até o Progresso e ter um momento de trabalho, não expandir para o momento de descanso. Também é muito importante para o trabalho do artista ter consistência. Ali você tem o processo de ter seis horas para trabalhar", comenta.

O prédio, que segue em funcionamento durante 24 horas, é fonte de inspiração para a artista pelos encontros contínuos com "pessoas reais". Ela destaca, também, que é um "acalanto no coração" ter a oportunidade de poder produzir a qualquer momento do dia e que a área agrega a pesquisa artística. "Meu sonho é que o espaço que eu chegue um dia, ou o que eu tenho hoje, venha a ser um espaço aberto para outros artistas de Fortaleza. Acho que é sobre chegar em um local e deixar as portas todas abertas para as pessoas irem passando e galgando seus próprios lugares, decidirem para si. É importante essa parte de incitar o coletivo até para a gente conseguir outras aberturas e atingir pessoas diferentes", reforça Azuhli.

O Open Estúdios, portanto, é um evento que propõe a interlocução entre os artistas e o público. Os interessados poderão adquirir obras disponíveis em cada ateliê, assim como uma série de gravuras impressas no Labgrav. A ideia é que o movimento seja expandido e que possam acontecer visitas agendadas. "O que a gente quer é que as pessoas se sintam à vontade para circular pelos ateliês, que seja um evento bem democrático, tanto é que não está sendo cobrado nada. Para que as pessoas possam ver o que está sendo produzido de arte cearense no Edifício", finaliza Azuhli.

Open Estúdios do Pocinho

 

Quando: sexta-feira, 16, a partir das 16 horas
Onde: Palácio Progresso (rua do Pocinho, 33 - Centro)

Gratuito

Mais infos: No Instagram

 

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