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Nana Lacrima entra em nova fase da carreira com EP "Claudio"
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Nana Lacrima entra em nova fase da carreira com EP "Claudio"

Apaixonada pelo cinema giallo, Nana Lacrima mergulha em uma nova fase de sua carreira como cantora e compositora. Confira entrevista exclusiva com a artista que nasceu na Bahia, mora em Berlim e comemora o lançamento de seu EP em italiano
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Foto: Divulgação Nana Lacrima mergulha em nova fase da carreira com "Claudio"

Nascida na Bahia e residente em Berlim, Nana Lacrima é cantora e compositora. Ela, que une culturas de diferentes países com facilidade, lançou em novembro de 2022 o EP audiovisual em italiano "Claudio", com direito a clipe gravado em Salvador. A produção, inspirada no cinema giallo, gênero literário e cinematográfico italiano de suspense e romance policial que teve seu auge nos anos 1960 e 1970, desembarcou na 18ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador, e conquistou também o prêmio de Melhor Roteiro no Festival Curta Na Serra, em Pernambuco. A artista inicia 2023 participando da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, com "Claudio", na categoria Mostra Panorama.

A cantora, que antes se identificava como Nana, mudou o nome artístico para Nana Lacrima e afirma que é uma versão mais atualizada de si mesma. "Nana Lacrima ainda é a mesma Nana, mas talvez uma versão mais atualizada. Depois de uma pausa de cinco anos e uma pandemia, acho difícil voltar ao mesmo ponto onde parei com o meu último álbum 'CMG-NGM-PDE'. Esse período foi importante para eu redescobrir as minhas lágrimas, entrar em contato com meus limites. Sinto que estou em uma nova fase e queria que o meu nome refletisse isso", conta a cantora.

Desde criança, a baiana esteve em contato com a música. Com dez anos começou a cantar em coral e já mostrava completa paixão por trilhas sonoras do mundo cinematográfico. Suas principais referências sempre foram nomes brasileiros, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, mas acrescenta que as canções americanas dos anos 1970 também têm todo o seu coração. Além de "Claudio", a artista soma dois álbuns, "Pequenas margaridas", 2013, "CMG-NGM-PDE", 2017, além do EP "Berli(m)possível", de 2015.

Questionada sobre o gênero musical e as estéticas visuais que mais lhe definem, Nana Lacrima afirma que adora "orbitar por momentos do passado". "Eu tento sempre experimentar mais. Quando você vai de um disco mais velho para outro mais recente meu, com certeza você percebe uma grande mudança. O que mantém tudo é minha voz, mas a produção é sempre diversa", afirma.

Confira trechos da entrevista exclusiva com Nana e saiba mais sobre os bastidores de "Claudio":

OP: Quais as principais diferenças entre a Nana de 2017 e a Nana Lacrima que lança agora um EP audiovisual em italiano?
Nana Lacrima: Que pergunta difícil… Acho que a principal mudança é que estou muito mais velha agora, passei por uma pandemia, todos nós, e isso me mudou e mudou as pessoas radicalmente. Muito mais que o tempo que passou, os dois anos de pandemia serviram pra gente refletir sobre o que a gente faz, por que estamos aqui, enfim. Depois que eu lancei o 'CMG-NGM-PODE', resolvi tirar um tempo off e não lançar mais nada, porque não estava vendo mais tanto sentido morando em Berlim e fazendo lançamentos brasileiros. Foi quando comecei a fazer minhas residências. Então, depois que veio a pandemia, eu pude refletir sobre o que eu poderia fazer… era como se eu não tivesse finalizado uma parte da minha vida. Queria lançar mais músicas mudando de nome, mas mantendo minha essência. É isso, a mudança principal foi eu ter despertado e visto que a música ainda valia a pena pra mim. Me vejo como uma pessoa diferente pelas experiências que passei desse período até hoje.

OP: Como surgiu a ideia de retratar os filmes giallo e quanto tempo você levou para pensar nesse projeto?
Nana Lacrima: Acho que posso começar falando que fui casada com um italiano, isso trouxe o idioma e toda a cultura italiana pra minha vida. Eu absorvi muito da cultura, da comida aos filmes. Comecei a ver muitos filmes giallo, coisa que eu não via antes, mas enfim, era algo por puro entretenimento. Depois comecei a achar tudo muito incrível, cores, músicas, figurino… Foi nesse momento que eu tive o desejo de lançar algo novo. Pensei que seria algo muito engraçado justamente pelo cinema giallo ser algo mais brutal e as pessoas me reconhecerem como algo mais fofo e delicado. A brincadeira começou a fazer sentido pra mim, esse contraste combinou muito comigo e se tornou real. Antes, seria um álbum intitulado "Giallo", mas depois de repensar, optei por ser algo menor e mais específico, foi quando surgiu "Claudio".

OP: O EP é uma obra audiovisual que traz muitas referências italianas. Dentro dessa ideia, o que levou você a gravar o clipe em Salvador?
Nana Lacrima: Eu fiz esse disco inspirado em filmes e trilhas sonoras. Minha ideia era fazer um clipe pro EP inteiro, até porque as músicas são uma faixa só, elas são emendadas na outra. Então comecei a olhar na internet e olhando as pessoas eu encontrei o Calebe Lopes, que é de Salvador e se dedica a filmes de gênero. Vi os vídeos dele e gostei de todos, eram muito bons, e todos de terror, exatamente o que eu estava buscando. No início, eu queria que fosse na Itália, mas no fim eu pensei que mais estranho seria se fosse em Salvador, então foi o que eu escolhi. De modo geral, foi até rápido e super espontâneo. Passamos um tempo trocando imagens de filmes e criamos um catálogo de inspirações para alimentar o clipe. Para gravar o clipe eu fui ao Brasil, já era uma viagem planejada…eu não ia ao Brasil desde 2018. Queria muito ver minha família e aproveitei para produzir o clipe. Tudo casou perfeitamente e o resto é história.

Leia também | Confira mais histórias e opiniões sobre música na coluna Discografia, com Marcos Sampaio

OP+

Confira a entrevista completa na seção "Filmes e Séries" do O POVO MAIS

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