Logo O POVO+
Com Matheus Nachtergaele, 'Molière' chega ao Cineteatro São Luiz
Vida & Arte

Com Matheus Nachtergaele, 'Molière' chega ao Cineteatro São Luiz

Com Matheus Nachtergaele e Elcio Nogueira Seixas como protagonistas, o espetáculo 'Molière' chega a Fortaleza para apresentação no Cineteatro São Luiz, nos dias 25, 26 e 29 de janeiro
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Peça
Foto: Aloysio Araripe Peça "Molière" chega ao Cineteatro São Luiz

Uma disputa bem-humorada entre a comédia, representada por um dos mestres do gênero satírico, Molière, e a tragédia, personificada pelo poeta Jean Racine. Essa é a premissa do espetáculo “Molière”, que chega à Fortaleza para apresentações nesta quarta-feira, 25, e segue com programação na quinta-feira, 26, e no domingo, 29, no Cineteatro São Luiz.

Com ingressos esgotados, o espetáculo marca a retomada do Circuito Cearense de Teatro, idealizado pela Procult e com apoio da ENEL.

Na peça, Matheus Nachtergaele interpreta Molière, e Elcio Nogueira Seixas vive o papel de Jean Racine. Os dois travam uma luta tragicômica, repleta de trapaças e reviravoltas, pelo domínio dos palcos da corte de Luiz XIV, o Rei Sol. Na ocasião, o fanático Arcebispo Péréfixe, entusiasta da guerra, se aproveita do conflito entre os artistas para banir do reino o próprio Teatro, instaurando no país uma era de censura, violência e sacrifício.

“As pessoas irão assistir a um espetáculo que, apesar de contar uma história real, ocorrida na França, se utiliza da rivalidade de Moliére e Racine para falar das questões contemporâneas, principalmente sobre como o poder utiliza a arte de acordo com seus interesses através do tempo”, comenta Matheus Nachtergaele em entrevista exclusiva ao Vida&Arte.

Além de Nachtergaele e Seixas, integram o elenco Renato Borghi, Rafael Camargo, Luciana Borghi, Josie Antello, Jorge Hissa, Regina França, Diogo Brandão, Débora Veneziani, Joana Araujo, Fábio Cardoso e Renata Neves.

CONFIRA Série sobre cultura indígena brasileira estreia na Globoplay

Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem é inspirada no próprio teatro de Molière, que fundia vários estilos em uma mesma obra. A encenação busca integrar linguagens diversas em uma intensa dinâmica cênica.

“O que me agrada muito é saber que essa peça pode ser vista por qualquer público. Uma pessoa que não conhece a história, ainda assim, vai se divertir muito, pensar sobre a vida, ter uma aula de História e ainda escutar Caetano Veloso. E quem gosta de Teatro, também vai encontrar elementos de referências profundas sobre a história da Arte pelo mundo”, afirma o ator, conhecido por obras como “O Auto da Compadecida” e “Cine Holliúdy”.

Ainda em entrevista, o artista conta um pouco do processo de construção do seu personagem na peça escrita pela mexicana Sabina Berman. “Quando o Renato Borghi me convidou para interpretar Molière, eu disse sim antes mesmo de ler o roteiro. E, quando eu li, confirmei que seria algo grandioso! Meu personagem acredita que não nos resta muito mais a não ser apostar na alegria e no prazer. Mas ele sabe que a vida é dura. O prazer versus a tortura, a liberdade de expressao versus a fé cega, a democracia versus o fascismo; tudo isso será posto de maneira profunda."

LEIA MAIS Janeiro Branco: conheça projetos artísticos que abordam saúde mental

Antes da pandemia, “Molière” já foi realizado em diferentes temporadas pelo Brasil; tendo passado quatro meses em São Paulo, dois meses no Rio de Janeiro, além de visitar diferentes cidades pelo interior paulista. Em 2023, a peça irá para diferentes locais do Nordeste, e cidades como Brasília e Belo Horizonte.

Sobre as dificuldades do período pandêmico, Matheus Nachtergaele traz à tona o Governo da época e seu impacto na Arte. “Paramos por 2 anos e também vivemos um período de neofascismo miliciano. Ficou muito difícil, mas retomamos ano passado e, para nosso espanto, com mais sucesso ainda. A cultura das artes vai voltar devagar e eu estou muito feliz. Retornar após a eleição do Lula e fazendo teatro é uma benção”, conclui.

Em cena, 14 atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre formas opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do Teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos, enquanto a outra mostra reverência e temor diante da dor e da morte.

Para evidenciar o jogo entre os opostos, André Cortez traz um cenário que mescla o teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo.

VEJA TAMBÉM Pré-Carnaval 2023: Academia da Berlinda faz show neste sábado, 28

Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma "França Tropical", ou melhor, de uma delirante "Tropicália Francesa" irrompendo em plena corte absolutista do século XVII. 

Espetáculo Molière

Quando: quinta-feira, 26, às 20 horas; domingo, 29, às 18 horas
Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)
Ingressos esgotados

Podcast Vida&Arte

O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui

O que você achou desse conteúdo?