Logo O POVO+
"Vem Doce": Vanessa da Mata amplia sonoridades em novo álbum
Vida & Arte

"Vem Doce": Vanessa da Mata amplia sonoridades em novo álbum

Em novo disco, Vanessa da Mata promove encontros de diferentes gêneros musicais com poética que ressalta sua maturidade
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Vanessa da Mata lançou em março
Foto: Priscila Prade/Divulgação Vanessa da Mata lançou em março "Vem Doce", seu disco mais recente

“Como eu sou prolífica, eu faço muita coisa, eu não consigo ficar quieta. Se eu ficar quieta, eu fico louca. Eu tenho uma necessidade enorme de falar, de compor, da melodia. Eu me arrumo escrevendo, eu me organizando cantando e isso é importante não só para a minha carreira, mas para mim, em primeiro lugar. Eu acho que isso vai surgir muitas vezes durante o caminho. Não é só agora”.

Para Vanessa da Mata, compor é inevitável: faz parte da sua essência. A música, como o ar que se respira, se torna imprescindível. Para expor o que pensa e para consolidar seus sentimentos, os caminhos da música se tornam grandes companheiros de jornada. Não à toa, então, a cantora tem carreira consolidada há mais de duas décadas, com sucessos como “Ai Ai Ai”, “Não Me Deixe Só” e “Ainda Bem” - isso para citar apenas alguns exemplos.

Seguindo sua poesia, chegou a vez de lançar, em março, um novo disco de estúdio: “Vem Doce”. Com 13 faixas, o álbum promove o encontro de diferentes gêneros da música brasileira como forró, piseiro, pop e MPB. O trabalho também reúne parcerias com artistas como João Gomes (em uma releitura de “Comentário a Respeito de John”, de Belchior), Marcelo Camelo e L7nnon.

Entre crônicas de personagens do dia a dia e reflexões sobre a necessidade de evolução da sociedade, Vanessa combina leveza e maturidade para desenvolver o novo álbum. Em entrevista ao O POVO, a cantora passeia pela nova produção e relembra a trajetória de mais de duas décadas.

“Vem Doce” chega ao público quatro anos após o álbum "Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina" e com um recorte de canções elaboradas nos primeiros anos de pandemia. De 21 músicas originalmente criadas, o trabalho é disponibilizado com 13 e marcado pela abertura a parcerias com nomes mais recentes, como o cantor de piseiro João Gomes e o rapper L7nnon.

No caso de João Gomes, uma história curiosa: o artista enviou uma mensagem para Vanessa da Mata se desculpando por ter “estragado” sua canção “Amado” depois de ter publicado uma versão cantando-a. Ao conversar com ele, percebeu que o pernambucano e sua família eram fãs da autora de “Não Me Deixe Só”, e ao falar por telefone percebeu as tradições de vaqueiro expressas em João Gomes.

Assim, veio a oportunidade de fazer parceria para cantar música de Belchior. “Quando ouvimos João Gomes sem o ritmo do piseiro, ouvimos todas as influências tradicionais dos vaqueiros. Isso me agrada muito! Ele tem o timbre e a entonação de um senhor da tradição nordestina cantando, transparecendo suas influências nos aboios. Ele é fã de Belchior, eu também, tinha tudo para dar certo”, disse no material de divulgação do álbum.

Vanessa também esteve à frente da produção musical e da composição com mais força em “Vem Doce”, algo que, em sua visão, tem lhe dado “mais chances de experimentar” e a “liberdade” - aliada a uma maior responsabilidade - para tentar outros caminhos. “Isso me traz uma vastidão de possibilidades muito grande e esse álbum é fruto disso”, diz.

Nesse leque se inserem “as variações de ritmos”, as “crônicas brasileiras do cotidiano”, a “vizinha fofoqueira” e lados de um Brasil que enfrenta dificuldades e necessita de evolução, como em “Foice”, que apresenta crítica sobre a realidade brasileira e traz o papel da herança cultural da vida das pessoas.

“A gente precisa investir no povo brasileiro. A base precisa de muito investimento. Não tem como negar. A gente precisa ter isso de qualquer governo que venha, precisa desse comprometimento. São coisas que a gente precisa arrumar e não é de uma só pessoa, é de todos”, afirma.

Ela prossegue: “A música tem esse poder pra mim de cura. São angústias que estavam muito latentes e que transformei em música e que eu acho que serve pra muita gente no sentido de transmitir as sensações que essas pessoas sentem e de falar o que a gente não consegue falar, que a gente ainda não organizou em palavras. Música é pra isso também”.

“Esse disco está mais forte nesse sentido. As críticas sociais estão mais impregnadas nele, apesar das crônicas do dia a dia, da vizinha, da amiga, do tom abrasileirado, ele tem essa profundidade bem impactante, ‘na cara’, talvez mais que os outros álbuns”, reforça.

O POVO

mais.opovo.com.br

A entrevista completa com Vanessa da Mata é o novo episódio do Vida&Arte Convida.
É possivel conferir na íntegra na plataforma
O POVO , dentro da seção "Filmes e Séries"

 

Capa do álbum
Capa do álbum "Vem Doce", de Vanessa da Mata

Vem Doce

Onde escutar: disponível nas plataformas de streaming

Podcast Vida&Arte

O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui

 

O que você achou desse conteúdo?