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"O Rio do Desejo" acompanha paixões em tom de "tragédia grega"
Vida & Arte

"O Rio do Desejo" acompanha paixões em tom de "tragédia grega"

Novo filme do diretor Sergio Machado, "O Rio do Desejo" narra uma história de paixão e desejo que envolve uma mulher, vivida por Sophie Charlotte, e três irmãos
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Foto: Divulgação "O Rio do Desejo"

Sob o mesmo teto, três irmãos se encontram apaixonados pela mesma mulher. Com Sophie Charlotte, Daniel de Oliveira, Gabriel Leone e Rômulo Braga, o filme "O Rio do Desejo" narra uma história de paixão e desejo em meio a Amazônia. A obra já está em cartaz nos cinemas.

A direção é assinada por Sergio Machado, que esteve em Fortaleza no dia 3 de março, onde aconteceu a pré-estreia do longa no Cinema do Dragão. Na ocasião, o cineasta conversou com o Vida&Arte e deu detalhes sobre a elaboração da trama, que foi inspirada no conto "O Adeus do Comandante", do amazonense Milton Hatoum. O escritor assina o roteiro junto com Machado, George Walker Torres e Maria Camargo.

Dalberto se apaixona pela bela e misteriosa Anaíra e decide abandonar o trabalho na polícia e se torna comandante de um barco. O casal passa a viver na casa que Dalberto divide com dois irmãos, às margens do Rio Negro. Até que ele precisa fazer uma longa viagem pelo rio e Anaíra fica sozinha com os cunhados. O mais velho dos irmãos, Dalmo, sente atração pela moça, mas luta contra os sentimentos. Ao mesmo tempo, o caçula se aproxima da cunhada. Quando Dalberto retorna, os três irmãos se encontram apaixonados pela mesma mulher.

"É um filme sobre paixões e desejos", declara Machado. "É tipo uma tragédia grega, eles são tão apaixonados que eles não tinham outro jeito a não ser fazer o que fizeram", explica. "Tomara que as pessoas abram o coração e se emocionem", deseja.

Com passagens em festivais internacionais, como a 25ª edição do Festival Internacional de Cinema de Punta del Este (Cinepunta), no Uruguai, e a 26ª edição do Festival Tallinn Black Nights (PÖFF), na Estônia, o longa foi ovacionado e premiado. "Vai ser curioso ver como o filme bate aqui, agora que a gente vai lançar no Brasil, mas até agora as reações têm sido muito boas", comenta Machado.

"O Rio do Desejo" já ganhou convites para mais de 20 festivais, além de ter o lançamento internacional garantido, visto que já foi comprado para ser exibido em outros países.

Confira o trailer clicando aqui

Sergio Machado
Sergio Machado

Sergio Machado responde

O POVO: Como surgiu a ideia de adaptar o conto de Milton Hatoum para um filme?

Sergio Machado: Eu tinha terminado de fazer um filme. Na verdade, o longa adiou. Daí liguei para uma amiga, crítica literária, Josélia Aguiar, e perguntei: "Me fala quais são os dez livros mais legais, os dez escritores mais interessantes". Ela falou: "Vou fazer mais que isso, vou te levar na livraria e a gente vai comprar uns livros, fazer uma feira, aí você lê e escolhe o que quer". Daí quando eu li o livro "A Cidade Ilhada" de Milton Hatoum e o conto, especificamente, eu tive certeza absoluta de que era aquilo ali que eu deveria adaptar. E aí procurei o Milton, fiquei muito amigo dele, convidei ele para escrever o roteiro. O filme é uma adaptação do "O Adeus do Comandante", mas aí o Milton foi escrevendo outros contos com o que acontecia antes e depois, escreveu mais três contos e o filme é inspirado nesses contos em torno do conto que já existia.

OP: O longa recebeu o prêmio de Melhor Fotografia na 26ª edição do Festival Tallinn Black Nights, na Estônia. Como ocorreu a captação de imagens na Amazônia?

Sergio: O trabalho do Adrian Tejido (diretor de fotografia) é sensacional. A Amazônia é exuberante, mas acho que o legal é que ele fotografa a Amazônia de um jeito diferente. Ele extrai drama daquilo, não só beleza. Na verdade, a Amazônia do filme é um pouco assustadora também. Ela, de alguma maneira, reflete o que os personagens estão sentindo.

OP: O longa foi gravado em 2019, mas teve sua estreia adiada por conta da pandemia de Covid-19. O cinema nacional tem conseguido se recuperar após a crise sanitária?

Sergio: Tem a pandemia e uma política cultural perversa com a cultura. Então, a gente sofreu dos dois lados. É uma situação meio penosa que a gente tá vivendo, mas estamos aí, firmes. Nesse período se produziu muitas séries. O audiovisual brasileiro é meio fênix: sofre, renasce, às vezes renasce mais forte. Acho que esse é um momento que a gente tá agora, de pós-pandemia e de um governo que novamente vai apoiar a cultura, é um momento de renascimento para o Brasil e para o cinema brasileiro.

O Rio do Desejo
O Rio do Desejo

O Rio do Desejo

Quando: sessões na terça-feira, 28, às 15h40min, e na quarta-feira, 29, às 18 horas

Onde: Cinema do Dragão (R. Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)

Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) na terça; R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)

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