Para enfatizar a dança como vetor de inclusão e acessibilidade, a 2ª Bienal Criança, parte integrante da VII Bienal Internacional de Dança do Ceará-De Par em Par, acontece entre 19 de abril e 31 de maio em oito cidades do Estado. Apresentada pelo Ministério da Cultura e o Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o evento terá toda a programação com acesso gratuito.
"No nosso pensamento, a inclusão é algo multidimensional. A gente fala de inclusão de novos públicos, inclusão estética, poética, inclusão no sentido de tornar a programação da Bienal e suas propostas acessíveis para públicos que normalmente estariam historicamente excluídos. Essa acessibilidade passa também pelo acesso de pessoas com deficiência de diversas naturezas, cegas, surdas, com autismo, por exemplo, que é um dos focos do trabalho que está sendo desenvolvido neste ano", explica David Linhares, diretor do projeto.
A primeira edição do evento foi realizada em 2021, nomeada de "Dança Ceará Criança", e contou com atividades formativas online para educadores e público infanto-juvenil. Neste ano, este projeto passa a chamar-se Bienal Criança e integra-se à Bienal De Par Em Par, lançada pela indústria da dança em 2008.
Do palco às ruas, das aldeias indígenas às salas de aula; bailarinos, coreógrafos e professores de dança, do Brasil e de outros países, vão estar em espetáculos ou ações formativas - a exemplo dos "Percursos de Criação", uma ação já histórica na trajetória da Bienal de Dança - promovendo intercâmbio entre coreógrafos convidados, companhias de dança, artistas e projetos sociais.
A respeito das inovações da Bienal em 2023, David Linhares destaca a organização pensada para alcançar não apenas crianças, mas também adolescentes e adultos. "É um evento para contemplar crianças e jovens. Haverá uma grande riqueza de atrações para toda a família, para públicos de todas as idades", conclui.
No primeiro dia do evento, ocorrerá o lançamento oficial da edição na Escola ITA-ARA, na Aldeia Indígena Pitaguary - Monguba, em Pacatuba, para celebrar o Dia dos Povos Indígenas, 19 de abril, com uma programação artística e cultural a partir das 18 horas. A abertura oficial será no dia 28 de abril, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, com solenidade e espetáculo.
Depois do dia 19 em Pacatuba, a Bienal Criança segue para outras cidades. Entre 28 de abril e 7 de maio a programação irá se estender entre Fortaleza, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Trairi, Tururu, Itapipoca e Sobral. Entre 8 e 31 de maio vão acontecer oficinas e apresentações de "My (petit) Pogo", coreografada pelo francês Fabrice Ramalingom. Outra companhia francesa, a Cie. Käfig, também se apresentará com "Agwa", espetáculo reconhecido internacionalmente.
Espetáculos de dança
Com mais de 100 profissionais envolvidos nas atividades da Bienal Criança, o projeto realizará mais de 90 programas, entre espetáculos, performances, residências artísticas, percursos de criação, visitas guiadas, oficinas e palestras.
Dentre as atrações, a Focus Cia de Dança, do Rio de Janeiro, apresenta "Bichos Dançantes" nos dias 28 e 29 de abril, às 15 horas, no Cineteatro São Luiz, seguindo também para São Gonçalo do Amarante, Paracuru e Trairi.
"Estar em Fortaleza é sempre um grande prazer por vários motivos. Apresentar um espetáculo para crianças já é um privilégio, e todo esse movimento de sair do eixo Rio-São Paulo e levar a arte pro Nordeste, que é tão rico de cultura, é incrível. É lindo ver um evento dedicado à criança e, pra mim, como criador e coreógrafo, e dessa vez ainda escritor, essa troca com certeza me enriquece. São outros tempos e novos gostos, apesar de acreditar que esse espetáculo é atemporal e eterno", comenta Alex Neoral, 43, diretor de 'Bichos Dançantes'.
A apresentação conta a história de um jabuti chamado Eliza, que decide convidar oito bichos para celebrar seu aniversário de 100 anos. Eliza acredita que consegue ajudar os outros animais a encontrarem a felicidade em meio às diversas dificuldades. A peça mistura teatro, dança e literatura, tendo em vista que também se transformou em um livro após seu reconhecimento. Com vozes gravadas por artistas brasileiros, "Bichos Dançantes" valoriza as relações de amizade e o companheirismo com o passar dos anos.
"Gosto de brincar dizendo que é uma peça para crianças de 0 a 100 anos, completamente atemporal e atualizada. Vai impactar pelo colorido, pelos corpos dos bailarinos em seus personagens e, principalmente, pelo seu enredo", finaliza Alex.
Além da Focus Cia de Dança, o evento apresenta diversas companhias, grupos e artistas brasileiros, como a Companhia de Danças de Diadema (SP), Caleidos Cia de Dança (SP), Cia Prisma de Artes, Pavilhão da Magnólia, Paracuru Cia de Dança, Teatro Máquina, Vila das Artes, AABB Comunidade, aldeia do povo indígena Pitaguary, dentre outros.
A Bienal Criança conta ainda com a colaboração artístico-pedagógica de artistas renomados do Brasil e exterior, tais como Fabrice Ramalingom, Isabel Marques, Andréia Pires, Ernesto Gadelha, Jorge Garcia e Valérie Castan, com um curso de formação sobre audiodescrição.
2ª Bienal Criança
Quando: quarta, 19, às 18 horas
Onde: Escola ITA-ARA, na Aldeia Indígena Pitaguary - Monguba, em Pacatuba
Quando: sexta, 28, e sábado, 29, às 15 horas
Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)
Ingressos: retirada na bilheteria do Cineteatro a partir do dia 20
Programação completa e mais informações: www.bienaldedanca.com, no Instagram @bienaldedanca, e no email bienaldedancace@gmail.com.
Gratuito
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