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Dia Nacional do Reggae: a herança musical de Bob Marley em Fortaleza
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Dia Nacional do Reggae: a herança musical de Bob Marley em Fortaleza

Na semana de celebração do Dia Nacional do Reggae, Vida&Arte destaca movimentos e reinvenções da cena regueira na noite fortalezense
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Vladia Soares, do Deixa comigo bar, é um dos destaques da cena do reggae cearense  (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Vladia Soares, do Deixa comigo bar, é um dos destaques da cena do reggae cearense

No dia 11 de maio de 1981, há quase 42 anos, o reggae perdeu o que seria o mais importante dos seus símbolos. Considerado pai do gênero musical, o jamaicano Bob Marley morreu com apenas 36 anos. O cantor foi um dos principais responsáveis por disseminar o ritmo pelo mundo e, no Brasil, a data de morte marca o Dia Nacional do Reggae. Em Fortaleza, o reggae embala as noites em diferentes espaços de entretenimento e, nesta quinta-feira, 11, a banda Donaleda faz tributo a Bob Marley, no Kingston 085, na Praia de Iracema.

Em 2018, o gênero foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural e Imaterial devido ao seu papel sociopolítico e cultural. De lá para cá, vem ganhando novo fôlego mundo afora. O panorama de crescimento também é observado na Capital por quem acompanha o ritmo de perto. O número de pontos de encontro para os apreciadores do reggae cresceram nos últimos anos.

Um desses novos espaços é o Deixe Comigo Bar, fundado por Vládia Soares e Koca Vibration. Vládia, que hoje também atua como DJ, conta que tudo começou com um "radinho" e um "carrinho de geladeira" que eles levavam para fazer reggae na Praia de Iracema. Isso foi em 2017. No final daquele ano, o casal abriu o bar, situado na rua Castro Alves, no Joaquim Távora. Hoje, cinco anos depois, o local é um dos principais pontos de encontro de quem curte o gênero em Fortaleza.

Outra casa que é referência em reggae é o JamRock, administrado por Greg Capibaribe. Ele conta que o estabelecimento surgiu ainda em 2014 e desde então anima as noites de domingo na Capital. Localizado também na Praia de Iracema, o JamRock já se tornou tradição para os regueiros da Cidade.

Greg ressalta a diversidade de pontos voltados ao gênero, algumas casas com destaque para os DJs e outras com a cultura da bandas. Isso, celebra ele, dá a oportunidade para que o público circule pela cidade, curtindo um mesmo gênero de formas diferentes.

Reggae Feminino

Uma vertente que se fortalece cada vez mais é o reggae produzido por mulheres, com a ascendência de diversos coletivos femininos. Como é o caso do coletivo Rebel Women, grupo integrado por Vladia Soares. A empreendedora conta que o que realmente a fez se engajar na música foi "ver mulheres tocando".

Com a forte referência do reggae feminino, ela começou a fazer o "Deixe Com Elas", que é uma noite na qual só tocam DJs mulheres no bar. O evento dá prioridade para artistas periféricas e que ainda estão "nascendo" na cena local. Hoje o "Deixe com elas" não é mais exclusivo do Deixe Comigo Bar e toca em vários locais da cidade.

Para Vládia, levantar a bandeira de mulheres no reggae é fundamental para romper preconceitos em meio a um gênero em que a presença de homens ainda é predominante.

Daniel Feitosa, pesquisador musical e baixista da banda Donaleda, conta que, por volta de 1995, o estilo musical já tomava conta do Brasil, mas ainda não tinha muito espaço em Fortaleza. Daí surgiu a ideia de tornar o estilo mais popular na Cidade. Assim nasceu o grupo, formado por Daniel, Edvar Higgs, Malakas Tosh e Fábio Willar. Já são 22 anos no mercado musical, sendo referência do reggae cearense e nacional.

Daniel afirma que a efervescência do gênero na Capital se deu entre os anos 2000 e 2006. Na época, o fenômeno da casa de shows "Canto das Tribos" agitava a cidade. A cada 15 dias, diversas atrações, inclusive da Jamaica, eram trazidas para Fortaleza e reuniam um enorme público.

Uma das figuras mais relevantes da cena é Andread Jó, que tem 26 anos de carreira. Ele, que fez parte da banda Donaleda entre os anos de 2001 e 2004, volta a tocar com o grupo para fazer tributo a Bob Marley.

"O reggae não é só uma música para se ouvir, para se dançar, ele é uma reflexão. Ele é político. O reggae não é neutro. Ele dá voz a tudo isso: ao preto, ao periférico, aos oprimidos", reflete Vládia. "Eu quero usar (o reggae) para poder tentar ajudar as pessoas, porque a vida é dura e você tem que ter alguma referência positiva de alguma coisa para você conseguir viver", arremata Daniel Feitosa.

Leia no O POVO + | Confira mais histórias e opiniões sobre música na coluna Discografia, com Marcos Sampaio

Jamrock

Deixe Comigo Bar

  • Onde: rua Castro Alves, 520 - Joaquim Távora
  • Mais informações: @deixecomigobar

Tributo a Bob Marley

  • Quando: quinta-feira, 11, às 22 horas
  • Onde: Kingston 085 (Rua José Avelino, 508 - Praia de Iracema)
  • Quanto: a partir de R$ 20
  • Informações: @kingston085

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