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Guardiões da Galáxia 3: James Gunn aposta no sentimentalismo
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Guardiões da Galáxia 3: James Gunn aposta no sentimentalismo

Filme que marca a despedida do diretor James Gunn do universo Marvel, "Guardiões da Galáxia Vol. 3" investe no sentimentalismo
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Guardiões da Galáxia 3 desenvolve a relação entre os personagens da equipe da Marvel (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Guardiões da Galáxia 3 desenvolve a relação entre os personagens da equipe da Marvel

Quando estreou em 2014, "Guardiões da Galáxia" contava a história de um grupo improvável de personagens pouco conhecidos da Marvel, fora dos quadrinhos. Apesar disso, a produção cinematográfica funcionava de forma distinta dos demais filmes da empresa, já que, mesmo se conectando com todo o resto do MCU (multiverso cinematográfico da Marvel), também cativava o público de forma isolada. O que sempre foi um dos maiores acertos da franquia. Tanto nos seus dois primeiros filmes, como em seu especial de natal em 2022. Em "Guardiões da Galáxia Vol. 3" isso não foi diferente.

Alternando entre flashbacks e cenas no presente, o diretor e roteirista James Gunn conta a origem de Rocket, dublado pelo ator Bradley Cooper ("Nasce uma Estrela"; "Se Beber não Case") e em uma busca implacável dos guardiões para salvar seu amigo guaxinim, que após ser atacado por Adam Warlock (Will Poulter), no início da trama, se encontra entre a vida e a morte.

O longa se divide em dois para nos contar a última história de um. Não um personagem, mas, sim, um grupo. Que em sua primeira aparição era, no mínimo, uma parceria improvável, mas que agora é uma família. E como toda família que se ama, vão lutar com todas as forças pelo bem estar um dos outros.

A sinergia e o carisma entre todos os personagens é natural e contagiante. Chris Pratt, que interpreta o capitão dos Guardiões, Peter Quill, se encontra totalmente confortável no papel, assim como todo o elenco do longa. Da mesma forma é James Gunn ao dirigir o filme. O diretor navega entre a violência e a comédia com afinco e tranquilidade de quem sabe exatamente onde queria chegar desde o início. Não só do longa, mas de toda a franquia em si.

Tudo é sobre Rocket, e ao mesmo tempo não é. Para chegar a esse resultado, "Guardiões da Galáxia Vol. 3" segue um caminho emocionante, mas também bastante sombrio. Abordando temas como tortura, eugenia e fazendo um claro parelelo sobre toda um industria que faz testagem de produtos em animais, o filme reconhece toda a crueldade e complexidade de seu vilão, o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), mas não larga a mão de temas como lealdade, amizade, responsabilidade afetiva e amor.

Apesar de todos esses acertos, "Guardiões da Galáxia Vol. 3" tenta emocionar além da conta. Trazendo situações extremas, que buscam nada mais nada menos do que tentar sensibilizar o espectador a troco de nada. Já que em poucos minutos, às vezes segundos depois, toda uma possível ameaça apresentada ao destino de algum personagem se desfaz. E isso talvez incomode o público mais atento. A comovente e forte história de origem de Rocket e os conflitos desenvolvidos no grupo protagonista como um todo ao tentar salvá-lo já eram mais do que suficientes para sensibilizar o público.

Ainda assim, o filme não perde sua grandeza, que além de um roteiro que está amalgamando drama, ação e comédia na dose certa, tem, assim como seus antecessores, uma trilha sonora marcante e bem encaixada entre cenas de ação e drama, o que é uma das assinaturas mais marcantes do diretor na franquia.

Com cenas de luta extremamente bem coreografadas, filmadas com ângulos abertos e um CGI impecável, que salta aos olhos ao mostrar grandes nebulosas espaciais, ou até os mínimos detalhes de animais totalmente construídos com computação gráfica.

Trazendo conclusões maduras e conviventes aos seus personagens, "Guardiões da Galáxia Vol. 3" chega ao ápice de sua história e prova, que, para além de um grande conexão entre filmes, a Marvel deveria focar em roteiros que funcionam de formas isoladas - mas que podem sim acenar para um todo. Porém sem se preocupar com que isso seja seu objetivo principal.

Sem dúvida, James Gunn, que agora terá a missão de comandar o universo da DC nos cinemas, dá uma conclusão mais do que justa aos Guardiões, ao menos na configuração do grupo como o conhecemos.

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