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Mostra 'International Print Ceará' retrata história da gravura
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Mostra 'International Print Ceará' retrata história da gravura

Exibição disponível no Mauc reúne obras de gravadores cearenses e internacionais para retratar as múltiplas narrativas da linguagem
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Mostra expões obra 
de artistas de 23 países  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Mostra expões obra de artistas de 23 países

"A gravura é uma fênix". É assim que define o artista Francisco Ivo, um dos integrantes do Coletivo In-Gráfica, também composto por Roberto José do Nascimento, Gerson Ipirajá e Zakira Nobra. A fala norteia a exposição "International Print Ceará - O Mundo É Gráfico", proposta pelo coletivo e aberta ao público até o dia 26 de maio no Museu de Arte (Mauc) da Universidade Federal do Ceará (UFC). A mostra passeia pela história por intermédio dos olhares retratados na gravura, formato criado a partir de impressões em papéis de distintas gramaturas.

Os desenhos surgem de uma matriz única para, então, serem multiplicados em imagens. Eles podem, inclusive, ganhar vida de incontáveis maneiras: por meio de pedra calcária, madeira ou placas de borracha. Os procedimentos também variam, vão desde a litografia até a gravura em metal. Tudo depende da criatividade do autor. O método chega ao Brasil no período colonial, entre o século XVI e XIX, para serem utilizados desde estamparias até publicações de jornais. No Nordeste, a linguagem se populariza com os cordéis, folhetos compostos por poemas populares. Os personagens são comumente retratados com xilogravuras, técnica que replica as figuras na madeira.

Além deste tradicional formato, o Estado também ganhou destaque com o trabalho de artistas como Raimundo Cela (que foi professor de gravura na Escola Nacional de Belas Artes), Aldemir Martins, Sérvulo Esmeraldo, Francisco Bandeira e Francisco d'Almeida. "A gravura tem um histórico muito caro ao Ceará, por via da imprensa e das artes visuais. Aqui foi, e é, celeiro fértil para as artes gráficas, nos legando importantes colaborações à arte brasileira ao longo da história. Posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que o meio passa por um momento muito especial", considera Francisco Ivo.

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Com a experiência como artista gravador e professor de gravura na Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, o profissional acompanha uma nova geração de artistas gravadores e destaca iniciativas como a reimplementação do Programa de Gravura da Escola em 2017, que também possibilitou o uso de espaço de prática de todas mídias gráficas, além de ações como o ateliê Mestre Noza, da UFC, e o curso de Artes Visuais do Instituto Federal do Ceará (IFCE), ambas importantes para a expansão do cenário artístico.

"O trabalho realizado pela Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho nos últimos seis anos é uma das principais atividades hoje, agregando iniciantes e veteranos na arte, que realizam suas poéticas, práticas e pesquisas neste ambiente de aprendizado mútuo", acrescenta Gerson Ipirajá. Desta maneira, a linguagem secular continua adquirindo novas interpretações. A partir da inspiração de pintores famosos que colaboraram na área, a exemplo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e Rembrandt Van Rjin (1906 - 1669), nascem técnicas contemporâneas experimentais.

A mostra "International Print Ceará" busca comprovar essa teoria ao percorrer o trabalho de artistas gravadores de 23 países diferentes, em uma fusão entre cearenses e estrangeiros. "Existe um circuito internacional de mostras, bienais e trienais de gravuras em diversos lugares, colocando sempre em pauta as atualizações destas produções. A gravura segue antenada ao mundo atual e com um alicerce forte na tradição dos saberes dessas técnicas. É a força da coletividade", pontua Francisco.

"International Print Ceará"

 

Quando: até 26 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 horas; em sábados, das 9h às 13 horas
Onde: Mauc (av. da Universidade, 2854 - Benfica)
Gratuito
 

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