Em um período de ebulição cultural no Brasil, com extensão de propostas de circulação e fruição artística, o Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (CCBNB Fortaleza) se posicionou como pioneiro. O projeto foi o primeiro instituto da cultura desenvolvido com recursos da referida instituição bancária no Nordeste e, nesta quarta-feira, 19, celebra 25 anos de atuação.
Inaugurado em julho de 1998, a organização é conceituada como "palco e destino da formação de uma geração" pelo diretor Gildomar Marinho. "Muitas pessoas estiveram na programação do Centro Cultural, como Ariano Suassuna, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira. Tem também Zé Celso Martinez, que inclusive batizou um programa", pontua. Neste sentido, ele também acrescenta os projetos que integram o calendário institucional, como o Festival Rock Cordel. "É difícil dimensionar a importância de um centro cultural no sentido de que é um local, mas, muito além disso, pode gerar perspectiva histórica, contribuir com a Cidade e o desenvolvimento".
O dirigente acredita que a existência do equipamento preenche lacunas de representação e reflexão na sociedade contemporânea. Pode e deve, ainda, ser um espaço de identidade e pertencimento. "Uma expressão do Nordeste, não só como território, mas de busca do que podemos ser, como Celso Furtado (economista e intelectual) sonhou. O Brasil nasceu do Nordeste, o Brasil é, em muitos sentidos, o Nordeste".
Ele reforça que a instituição contribui para impulsionar a economia da cultura e o estímulo é feito, principalmente, numa estrutura cuja base é firmada na democratização do acesso às manifestações artísticas-culturais. Há também o apoio à produção, circulação e formação de produtos e agentes culturais. O público pode visitar o espaço físico, composto por galerias, mini auditório, biblioteca, palco para espetáculos, caixa cênica, salas de oficinas e espaços para shows. As atividades diárias contemplam desde debates e mesas-redondas até oficinas e peças de teatro, por exemplo.
"Nós estamos dentro do contexto histórico e não podemos perder de vista a história. Nós vivemos muitas dificuldades recentemente na política cultural. Acredito que o CCBNB tem essa perspectiva de construir um novo momento", afirma. A programação de celebração segue nesta linha e traz nomes como Seu Pereira e Coletivo 401, Luiza Nobel, Juruviara, Tatianna Freitas e DJ Renan Martinz em shows que acontecem nesta quarta-feira, 19. "São artistas que estão construindo uma nova história. Mas, além da música, todas as linguagens vêm recebendo um impulso: artes visuais, literatura, filosofia, teatro, o patrimônio. Um espectro muito mais amplo que busca a abrangência da existência à qual a gente pertence. Para vários públicos, idades, realidades socioeconômicas e preferências artísticas diferentes", complementa.
O marco temporário dos 25 anos faz com que Gildomar almeje ainda mais a descoberta "de ser quem a gente é e o que a gente possa ser". O diretor deseja que o Centro Cultural possa continuar em plena atividade, fator que depende da conjuntura social e política do País. "Precisamos fortalecer os centros culturais que temos e também precisamos de mais. A gente pode e deve fazer muito mais, do ponto de vista financeiro, do ponto de vista simbólico e do ponto de vista estratégico. Fomentar a cultura como uma mola propulsora da economia do Nordeste pela sua criação e pelos seus talentos", projeta. É a vontade, enfim, "de que venha muito mais!".
Aniversário de 25 anos
Quando: quarta-feira, 19, a partir das 18 horas
Onde: CCBNB Fortaleza (rua Conde D'Eu, 560 - Centro)
Gratuito
Memórias do Medo: confira o trailer do novo filme do O POVO+:
Todo mundo tem uma história de medo para contar e o sobrenatural é parte da vida de cada um ou das famílias. Alguns convivem com o assombro das manifestações ou rezam para se libertar das experiências inesperadas. Saiba mais sobre “Memórias do Medo” clicando aqui