"Todos os tipos de humor vão ter o seu espaço", indica o ator e comediante Victor Alen. A fala contextualiza os variados caminhos percorridos pelo artista durante a trajetória que começou no stand-up, em 2010, até a mais recente temporada do espetáculo "Sou Todo Ouvidos", que está sendo realizada no mês de julho em Fortaleza. No decorrer destes 13 anos que separam os dois inícios, o humorista constata que há, sim, lugar para todos.
Os primeiros passos no campo aconteceram em uma situação que talvez seja inusitada. Alen apostava em recortes de humor enquanto dava aulas de astronomia. Anos depois, já decidido em seguir no universo humorístico, ele foi um dos responsáveis pelo primeiro grupo de stand-up do Ceará. A carreira se desenrolou com passagens por produções de improvisos e atuações no cinema, a exemplo da participação em filmes como "Cine Holliúdy 2" (2018) e "Bem-Vinda a Quixeramobim" (2023).
"A cena hoje é completamente diferente. Em 2010, eu não tinha espaço e havia um certo temor que o stand-up fosse dominar o setor e não tivesse mais espaço para outras linguagens, o que é um absurdo", considera. Victor reitera que existem inúmeras possibilidades para comediantes, afinal, tem público para todos os estilos. "Nós temos vários nomes que rondam o Estado e o Brasil fazendo shows. Isso é muito bom. Vejo que a minha carreira ajudou também na construção desse momento com vários projetos na Cidade, como o 'Comédia na Cultura' que ficou quase cinco anos em cartaz".
Agora, o humorista embarca em mais um desafio com a temporada do espetáculo "Sou Todo Ouvidos", com sessões que acontecem nos dias 23 e 30 de julho. Diferente do seu primeiro show solo, intitulado "De Orelha Em Pé" (2015), o novo trabalho se baseia na técnica do storytelling e foca em observações do cotidiano. "Eu conto vários causos e vou fazendo as observações. A maioria das histórias são verídicas. Obviamente eu coloco piadas dentro delas, deixando o fato mais apimentado. Mas a essência é de histórias reais vividas por mim. Vou adaptando", explica.
Manter um espetáculo inteiro sozinho, com poucos artifícios externos, pode ser desafiador. O texto é pensado para que seja o mais instigante possível para o público, com a adição de elementos que deixem a narrativa mais interessante. "Você tem que dar unidade ao show. Tão importante quanto os textos que estão lá dentro são os elos entre eles, as piadas que começam no início e têm o arremate final", opina.
Ele destaca que os obstáculos também são modificados de acordo com o produto. Num set de filmagem de cinema, por exemplo, o tempo da comédia também necessita de outros aparatos, como figurino, maquiagem e cabelo. "Os dois ramos são gratificantes, de formas diferentes, e eu não quero abandonar nenhum. Pretendo continuar atuando de forma paralela porque é importante para me manter vivo como artista".
Parte dessa relação múltipla com o humor é revivida no show atual, composto pelas vivências "mais doidas" do comediante. Ele já tinha apresentado a montagem três vezes antes de estrear em Fortaleza, sessões consideradas necessárias para lapidar o conteúdo do espetáculo.
Ele conta que a primeira vez contando as histórias na capital cearense no último domingo, 16, ultrapassou o tempo previsto e recebeu aplausos de pé. "Ter o reconhecimento do público em um trabalho que foi iniciado há mais de um ano, para mim, não tem preço. É mais um aditivo que mostra que estou no caminho certo, que é fazer as pessoas rirem. Me sinto realizado porque sinto que estou cumprindo meu propósito".
"Sou Todo Ouvidos"
Quando: 23 e 30 de julho, às 19 horas
Onde: Teatro Chico Anysio (av. da Universidade, 2175 - Benfica)
Quanto: R$20 (meia) e R$40 (inteira)
Ingressos disponíveis na plataforma Sympla
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