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IZA explora novos sons em 'Afrodhit': 'Não é um álbum de superação'
Vida & Arte

IZA explora novos sons em 'Afrodhit': 'Não é um álbum de superação'

Após descartar disco inteiro, IZA renasce com obra que explora vulnerabilidades e novos sons: "Não é um álbum de superação"
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Prêmio Multishow 2023 tem Iza como maior vencedora da noite. (Foto: Marvin/ Divulgação)
Foto: Marvin/ Divulgação Prêmio Multishow 2023 tem Iza como maior vencedora da noite.

“Deus me ouve falando palavrão o tempo inteiro. Não faria sentido eu rezar para ele falando: ‘Meu Deus, como estais?’. Meu papo com Ele é muito reto”, se diverte IZA, evidenciando que autenticidade tem sido a busca dela em diferentes campos da vida – na arte, no amor, na fé. Aos 32 anos, a cantora e compositora carioca ressalta estar se libertando das expectativas do mercado da música (e dos próprios fãs) e agora experimenta o novo no recém-lançado álbum “Afrodhit”.

A artista cita o single “Fé”, de 2022, como um abrir de portas para o disco que chega aos ouvidos do público nesta semana. “Nunca imaginei que a Iza que cantou ‘Brisa’ (de 2019) ia cantar ‘fé para enfrentar esses filhos da put*’. Mercadologicamente, isso (palavrão) cria algumas limitações. Eu não sabia se as rádios iam tocar minha música”, conta, em entrevista ao O POVO, garantindo ter aprimorado o desprendimento. “Se eu lançar alguma coisa que talvez desagrade as pessoas, prédios não caem, crateras não se abrem no chão, coisas catastróficas não acontecem e a vida segue”, pontua.

As 13 faixas inéditas de “Afrodhit” são espelhos dessa vontade de incorporar a mutação como caminho. “Passei por um processo de evolução para conseguir falar sobre coisas que eu não me sentia confortável antes, por exemplo, falar de sexo mais explicitamente”, aponta, detalhando que, após pesquisas sobre conceito, chegou ao símbolo de Afrodite, deusa grega do amor, da beleza e do desejo.

Partido da mitologia, a artista criou a narrativa de uma personagem que “nasce no seio da terra” e vem para o mundo “se sujar de vida”. Essa “deusa da brasilidade” já aparece no clipe da faixa “Fé nas Maluca” e deve permanecer nos demais desdobramentos visuais do disco. “Sempre quis contar a história de um ser que fosse meio esquisito, nem humano nem extraterreste. Um ser que fosse diferentão”, explica, apontando que se inspirou em filmes como “Splash - Uma Sereia em Minha Vida” (1984), “Cocoon” (1985) e “Bacurau” (2019).

Para construir sua “Afrodhit”, a carioca abraçou também o Afrofuturismo e mergulhou ritmos como afrobeat, pagodão baiano, funk e muito mais. O álbum traz colaborações com MC Carol, Russo Passapusso, L7NNON, King, Djonga e Tiwa Savage. As faixas foram gravadas de fevereiro deste ano para cá – antes disso, IZA descartou um disco inteiro que já estava pronto.

Esse recomeço do zero tem relação direta com a mudança no seu time de produtores, que até ano passado incluía o ex-marido dela, Sérgio Santos. Após quatro anos, o casamento dos dois chegou ao fim, em 2022, cercado de silêncios e rumores sobre relação tóxica. “Eu me sinto muito mais completa, mais certeira. Por mais que o nome do disco antigo fosse “Dona de mim” (2018), eu me sinto muito mais dona de mim agora”, confirma a cantora sobre a atual fase na vida pessoal.

A artista vive agora novo relacionamento, com o jogador Yuri Lima. A cantora, inclusive, dedica a música “Exclusiva” para o novo namorado. “Estou vivendo um momento muito especial porque eu estou bem, não estou bem porque estou num momento especial”, ressaltou a cantora sobre o atual parceiro.

IZA evidencia, entretanto, que o disco não é somente biográfico e cita música sobre fim de relacionamento presente no disco. “‘Que se vá’ uma obra de arte, não necessariamente tudo que se fala na música aconteceu comigo”, afirma.

A carioca pontua que “Afrodhit” não é um álbum de superação e que as composições diferem de canções anteriores dela, que costumavam falar sobre “se levantar, de se reerguer, de correr atrás”. “Não é um álbum de superação, é mais verdadeiro, mais vulnerável. Não são todos os sentimentos que a gente tem que temos orgulho de compartilhar com as pessoas. Eu me sinto evoluída nesse sentido”, se orgulha.

Parceiras

Iza conta que "Afrodhit" é sua obra com mais colaborado- ras. "É o álbum mais feminino que eu já fiz", celebra. Além das cantoras convidadas, teve a produção de artistas como Jenni Mosello, Carolzinha e Lary.

Afrodhit

  • Álbum já disponível nas plataformas digitais 
  • Gravadora: Warner Music Brasil
  • 13 faixas

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