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Dadá Coelho prepara cuscuz durante show de humor em Fortaleza
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Dadá Coelho prepara cuscuz durante show de humor em Fortaleza

Com Dadá Coelho, epetáculo de comédia "Cuscuz na Mão" ocorre nesta terça-feira, 22, no Teatro Brasil Tropical
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Com Dadá Coelho, espetáculo de comédia
Foto: Divulgação Com Dadá Coelho, espetáculo de comédia "Cuscuz na Mão" ocorre nesta terça-feira, 22, no Teatro Brasil Tropical

Uma vida levada pela leveza do riso: esse é o mantra que guia a atriz, comediante, performer e roteirista Dadá Coelho. A artista conta que “fazer humor” foi a maneira encontrada por ela para continuar na trajetória de desafios que a levou a sair do interior do Piauí e se firmar no Rio de Janeiro.

“Eu não programo muito as coisas, eu vou nessa de fazer e vou me mobilizando. A criação é o agir, é trabalhar com o que você tem ali. Eu sempre fiz humor pra mim mesma. Se tivesse que dizer pra alguém que está começando seria: é para fazer com o que tem e não se levar a sério. É preciso rir de si mesmo, esse é realmente o melhor remédio. Quando você fala da sua história, você se autoriza a falar da história dos outros. O humor é universal”, destaca a comediante, em entrevista ao O POVO.

Com a missão de fazer graça na Terra do Humor, Dadá Coelho apresenta nesta terça-feira, 22, o espetáculo de stand-up comedy “Cuscuz na Mão”, no Teatro Brasil Tropical, no bairro Meireles. Um peça idealizada nas incertezas da pandemia da covid-19, a apresentação de humor traz Dadá contando causos da vida enquanto prepara um típico cuscuz nordestino.

“O ‘Cuscuz na Mão’ eu comecei a fazer lá na pandemia. Minha mãe faleceu durante aquele período e, tempos antes, ela havia me dado uma cuscuzeira de presente. ‘Eu vou fazer esse cuscuz pra minha mãe’, pensei à época. Todo o preparo daquela massa até ter o cuscuz pronto era como eu acendesse uma vela para ela”, revela a artista.

Dadá detalha que o ato de acender a chama e contemplar a vida enquanto espera o cozimento da refeição pode ser relacionado ao levar luz às pessoas e apresentar um caminho para aqueles que possam estar precisando dessa luz. “(Acredito que) é muito uma função do artista iluminar as pessoas que estão na escuridão, então acender uma vela ilumina, não só a si mesmo, mas também o outro”, conta.

Influenciada pelo marido, o também ator Paulo Betti, a piauiense natural do município de Floriano prosseguiu com as apresentações de “Cuscuz à Mesa” para o presencial. “Durante o espetáculo, eu preparo um cuscuz de verdade e nunca sei se vai dar certo. Então, é “quem sabe faz ao vivo”, uma coisa bem Faustão. As pessoas adoram quando fica pronto, dá para sentir a platéia comovida quando o cuscuz dá certo. Isso é muito engraçado”, afirma dando detalhes da apresentação.

A sua cidade natal, inclusive, segue sendo uma de suas maiores inspirações para seu trabalho. Atualmente morando na capital carioca, Dadá saiu do Piauí aos 19 anos de idade para estudar Jornalismo no Maranhão e foi quando a vida lhe apresentou novos caminhos que a levaram aonde está hoje.

“Eu não planejei nada, sabe. Depois que terminei a faculdade, eu fui fazer a produção da novela ‘Da Cor do Pecado’ [novela de 2004 da Rede Globo], eu era produtora local e a Denise [Saraceni, diretora de núcleo] me achou legal e pediu para eu fazer uma participação. Nisso o bichinho da atuação me mordeu e eu me mudei pro Rio… Lá eu comecei como fiscal de figurante na Globo”, relembra.

Entre as adversidades encontradas, a irmã de 12 filhos do mesmo pai e mesma mãe resolveu unir os conhecimentos adquiridos na formação em Comunicação Social e o gosto pela comédia, e começou a escrever textos que misturavam vivências, atualidade, sarcasmo e o bom humor.

“Eu tinha muito brinquedo erótico em casa, daí eu botei uns vibradores em cima de uma bancada e fiz o espetáculo ‘Vende-se Usado. Proibido Para Menores de 18 cm’. Fui então vender esse trabalho nas ruas do Rio de Janeiro e alguém mandou para o Jô e foi aí que minha vida mudou”, diz. Assim, ela se aproximou de Jô Soares, apresentador de televisão, ator e também humorista, que faleceu em agosto de 2022. Ela passou a fazer parte do “Programa do Jô”, ampliando nacionalmente o público que consumia seus conteúdos.

Na teledramaturgia, ela participou da novela “Flor do Caribe (2013)” e, em 2015, participou da bancada do programa “Amor & Sexo”, além de fazer os boletins do Big Brother Brasil em 2016, onde atuou como repórter.

Foi roteirista dos filmes “Tudo Por Um Pop Star” (Thalita Rebouças) e “Lucicreide vai pra Marte” (Fabiana Karla). Ainda no cinema, Dadá atuou no filme “Correndo Atrás” (Helio de La Peña).

Dadá conta que faz o possível para contribuir para a independência e desenvolvimento de outras mulheres. “Tudo o que eu aprendi foi com minha mãe e minha avó, mulheres nordestinas. Essa força feminina é intrínseca para mim. Tudo o que eu sou eu devo a essas mulheres. O ‘Cuscuz na Mão’ vem daí, nada se compara a uma mesa cheia de cuscuz, tapioca, beiju.. e envolta dela as mulheres construindo aquele ‘bordado’ da vida”.

Dadá adianta que a apresentação do stand-up comedy “Cuscuz na Mão” em Fortaleza terá a participação de duas artistas da comédia do Ceará: Patrícia Nassy e Eveliny Renoir, que vão abrir o show de humor. “Eu acho muito importante esse movimento de mulheres que ajudam outras mulheres, ainda mais na comédia. Eu estou sendo muito acolhida por elas e vou acolher quem vier também”.

Stand-up Comedy "Cuscuz na Mão"

  • Quando: terça-feira, 22, às 20 horas
  • Onde: Teatro Brasil Tropical (avenida da Abolição, 2323 - Meireles)
  • Quanto: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira)
  • Vendas no Sympla

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