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Grupo Vitrola Nova celebra 15 anos com show no Cineteatro São Luiz
Vida & Arte

Grupo Vitrola Nova celebra 15 anos com show no Cineteatro São Luiz

O espetáculo "Lembra da Canção" remonta celebra os 15 anos de história e espetáculos do grupo independente Vitrola Nova
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Espetáculo
Foto: Divulgação Espetáculo "Lembra da Canção" celebra 15 anos do grupo Vitrola Nova

“É uma festa de reencontros e despedidas. Como uma festa de Réveillon, que marca o fim de um ciclo e o início de outro”, discorre Carlos do Valle, criador do coral performático Vitrola Nova, sobre o espetáculo multilinguístico “Lembra da Canção”. Ele acontece neste sábado, 26, no Cineteatro São Luiz e remonta a trajetória de quase 15 anos deste grupo independente.

O coletivo nasceu em fevereiro de 2009, inicialmente com a proposta de ser um grupo vocal formado apenas por poucas pessoas próximas. Mas o acréscimo de novos integrantes mostrou que ele poderia ir além do canto, explorando a criatividade e o diálogo com outras linguagens artísticas.

Essa vontade de trabalhar com outros campos da arte proporcionou ao Vitrola Nova e seu público espetáculos que fugiam do comum. Um exemplo foi a temporada da apresentação interativa, que levou a plateia a possibilidade de escolher a próxima música a ser cantada e encenada pelo elenco.

O amadurecimento com essas performances diferenciadas poderá ser assistido na apresentação deste sábado, quando esse “mix” de todas essas linguagens será explorado pela primeira vez. “Agora temos uma maturidade, digamos assim, de conseguir trazer várias linguagens. Todas têm a mesma porcentagem no espetáculo. Temos música, teatro e dança”, detalha Carlos, que também é diretor musical e integrante do elenco.

E o elenco é uma peça marcante e importante do grupo. Atualmente com mais de 30 integrantes, Carlos conta que essa expansão começou com audições em 2010 e que ao longo dos anos diversos nomes preencheram o coletivo.

A diversidade não está apenas em número, mas também naqueles que o integram. As audições permitem que participem, além daqueles que estão no meio artístico, pessoas de fora dele e que “estão descobrindo esse lado”. Com isso, o coletivo une uma variedade de pessoas e vozes em seus bastidores.

Foi assim que a enfermeira Laís Evandro de Castro Martins, 34 anos, entrou para o Vitrola. Assistiu ao primeiro espetáculo apenas em 2017, mas já foi o suficiente para sentir que gostaria de fazer parte. No ano seguinte, ela fez audição e entrou para outro coral formado por Carlos, o Folk. Em seguida, em 2019, foi convidada para fazer parte do Vitrola com o especial de Natal

“Eu nunca havia participado de coral, na verdade não era algo que me despertava muito interesse. Depois que entrei no Folk, fui descobrindo aos poucos a força e a beleza do canto coletivo e me apaixonei perdidamente”, revela a enfermeira.

A nova atividade ajudou ela a compreender melhor os gostos que já tinha, como o da harmonização de vozes, e a sentir interesse em estudar mais sobre sobre a área. “Tenho muito interesse em estudar técnica vocal, ainda não foi possível, mas está nos planos. Por ser coral cênico, também quero estudar teatro e desenvolver isso.”, conta Laís.

E completa: “ O próprio processo dos ensaios tem um caráter formativo. Percebo que desenvolvi tanto em voz quanto em corpo.Cantando descobri espaços na cabeça, lugares novos no corpo, formas de respirar”.

Com a pandemia, ela se mudou para São Paulo. Laís conta que na época chegou a pensar que não voltaria aos palcos e descreve como angustiante a possibilidade. Performar em um coral foi uma das coisas que ela mais sentiu falta e dos motivos para que ela decidisse retornar a Fortaleza.

“Claro que eu poderia procurar outros corais, mas o trabalho do Carlos e do Bruno é muito especial”, conta. “Eles dão espaço para quem ainda está se desenvolvendo, captam o melhor de cada um e não julgam a relevância de uma produção apenas pela técnica”, explica.

Mas esse trabalho tende a ser complicado. Carlos alega que manter o Vitrola por 15 anos foi difícil e que o espetáculo “Lembra da Canção” festeja a resistência do trabalho do grupo independente “que sobreviveu a a não políticas públicas, a falta de espaços, a falta de dinheiro,a pandemia”.

Ele afirma que é necessário um investimento maior em políticas públicas que apoiem grupos independentes. “Você tem um processo de pesquisa artística extremamente rico, mas que muitas vezes ele tropeça em questões práticas do dia a dia facilmente resolvíveis com algum tipo de de política de desenvolvimento de processos artísticos”, sustenta.

É por essas dificuldades que, além de celebrar, o espetáculo também pode ser uma despedida do grupo, que não sabe terá outras apresentações. Contudo, isso não diminui as expectativas para a apresentação e com um repertório que tem Rita Lee e Chico Buarque, ela relembra a jornada de resistência e conquistas do coletivo.

“Tá sendo realmente uma festa antecipada que estamos vivendo. Minha expectativa é que as pessoas reconheçam, reencontrem grupo ou descubram o grupo. E levem esse recado para casa, de lembrar das suas canções, de festejar os os ciclos, as mudanças e a vida como um todo", finaliza Carlos.

Espetáculo "Lembra da Canção"

  • Quando: Sábado, 26 de agosto, às 19 horas
  • Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)
  • Entrada: R$40 (inteira) e R$20 (meia). Compra via Bilheteria Sympla

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