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Amaro Freitas e Zé Manoel cantam o 'Clube da Esquina' em Fortaleza
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Amaro Freitas e Zé Manoel cantam o 'Clube da Esquina' em Fortaleza

Os pernambucanos apresentam pela primeira vez em Fortaleza o show que homenageia o famoso disco "Clube da Esquina"
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Amaro Freitas e Zé Manoel apresenta show em homenagem ao álbum Clube da Esquina (Foto: DIvulgação)
Foto: DIvulgação Amaro Freitas e Zé Manoel apresenta show em homenagem ao álbum Clube da Esquina

“É um show muito dinâmico, que vai acontecendo como um organismo vivo”, detalha o pianista Amaro Freitas, sobre sua percepção da apresentação que realiza em conjunto com o cantor Zé Manoel. Marcada para o domingo, dia 3, no Cineteatro São Luiz, ela é uma homenagem ao disco Clube da Esquina, do grupo mineiro homônimo a ele.

Os artistas têm suas raízes no Nordeste brasileiro, mas precisamente em Pernambuco: Amaro vem da capital Recife e Zé vem de Petrolina, cidade localizada no Alto Sertão do estado. Ambos também foram introduzidos cedo ao cenário musical, com 11 e 10 anos, respectivamente.

A trajetória de Amaro com a música começou na igreja, onde aprendeu a tocar seu primeiro instrumento, a bateria. A demanda por ele era grande, então seu pai incentivou a mudar os estudos para o teclado e ele confessa que achou chato no começo, mas que depois passou a gostar.

“Eu me apaixonei por aquilo, ao ponto de chegar um momento da pré-adolescência dos meninos todos da rua onde eu morava estarem jogando bola, empinando pipa e eu só querendo estudar o tecladinho que eu tinha”, relembra momentos de sua juventude.

A paixão pelo jazz veio na adolescência, quando ganhou de presente um DVD de um pianista estadunidense. Uma nova “perspectiva sonora”, como ele mesmo descreve, foi apresentada e seus estudos passaram a ser voltados para esse gênero. Assim surgiu o interesse de trabalhar com a música instrumental.

Amaro Freitas se formou em produção fonográfica e começou sua carreira tocando com “a galera da cena do jazz” de Pernambuco. Em seu percurso, já lançou três álbuns: “Sangue Negro” (2016), “Rasif” (2018) e “Sankofa” (2021). Seu trabalho ganhou reconhecimento não apenas no Brasil, por artistas como Milton Nascimento, mas também internacionalmente em países como França, Estados Unidos e Japão.

Para Zé Manoel, o estudo começou com piano clássico ainda na infância, em Petrolina, onde também deu início a suas apresentações na noite, tocando em bandas. Com 26 anos, ele se mudou para Recife para estudar no curso de Música na Universidade Federal. Na época, outros talentos seus foram explorados: composição e o vocal.

“Eu comecei a cantar depois, até pela necessidade de mostrar as canções que eu estava fazendo. Mas acabou se tornando tão importante quanto tocar na minha carreira”, explica Zé.

Mas ele não permaneceu na capital pernambucana. Se mudou para São Paulo por questões profissionais, devido ao mercado artístico brasileiro se concentrar na cidade. “Acho que se fosse uma escolha pessoal, eu estaria no Nordeste”, revela, mas afirmando em seguida que gosta de morar lá.

O caminho percorrido por sua carreira lhe rendeu a experiência de trabalhar com outros grandes artistas, como Fafá de Belém, Adriana Calcanhoto e Maria Bethânia. Com três discos lançados, o último, intitulado “Do Meu Coração Nu” (2020), foi indicado ao Grammy Latino na categoria de “melhor disco de música brasileira”.

Com uma bagagem extensa em suas carreiras, Amaro e Zé Manoel foram convidados pelo Sesc São Paulo para participar de um projeto que celebrava discos que estavam fazendo 50 anos de lançamento. Eles já se conheciam, tinham sido apresentados por um amigo em comum, em Olinda, e já tinham se apresentado juntos em um show de Zé.

Amaro afirma que a parceria com o cantor é um dos trabalhos que ele mais gosta. “Adoro o meu irmão Zé Manoel. Estamos falando de um cantor que tem uma das vozes mais delicadas do Brasil”, elogia o pianista.

Já o outro pernambucano descreve como “grande presente” a oportunidade de participar do projeto ao lado de outro músico. “Tivemos a oportunidade de fazer esse trabalho juntos e repensar o disco ‘Clube da esquina' que é um clássico de canções lindas e importantes. Foi assim que começamos a circular aqui em São Paulo”, memora o cantor.

Mas ele também classifica a experiência como um desafio, por serem canções gravadas por Milton Nascimento. “É um grande desafio reinterpretar canções que são conhecidas na voz de Milton Nascimento e Lobo Borges. Foi um grande desafio, mas acho que um desafio gostoso”, define Zé, que também toca piano no espetáculo.

O projeto já fez quatro shows, mas todos na cidade paulista. É a primeira vez que se apresentarão com ele em outro estado. Amaro conta que tem uma ligação especial com Fortaleza e que está animado em revisitar a cidade.

“Foi um dos primeiros lugares que acolheu o meu trabalho quando eu comecei a fazer o trabalho autoral”, ele conta e completa: “Tenho uma relação de amor e de carinho muito forte pelo território cearense e pelas pessoas de Ceará que sempre me acolheram de uma forma muito bonita”.

Porém, essa é a primeira vez que Zé Manoel se apresenta na cidade com um trabalho seu. Ele salienta estar na “maior empolgação”. “Apesar de ser um trabalho que estamos interpretando ‘Clube da Esquina’, eu estou indo também como cantor”, afirma. “

“Já faz alguns anos que eu tenho esse desejo de ir com o meu trabalho para Fortaleza. E agora pela primeira vez estou indo através desse projeto”, conta o cantor e também revela: “Estou bem ansioso para encontrar várias pessoas que vem me convidando há algum tempo para levar meu trabalho para Fortaleza”.

“Minha expectativa é que a gente se divirta, que entre e crie um mundo paralelo, o nosso mundo. Que nessa hora a gente só se entregue a música e celebre esse momento juntos”, finaliza Amaro Freitas sobre o que espera do show de domingo.

Leia no O POVO + | Confira mais histórias e opiniões sobre música na coluna Discografia, com Marcos Sampaio

Zé Manoel e Amaro Freitas - Clube da Esquina

  • Quando: domingo, 3, às 18 horas
  • Onde: Cineteatro São Luiz (rua. Major Facundo, 500 - Centro)
  • Quanto: R$80 (inteira) e R$40 (meia). Ingressos disponíveis no site Sympla e na bilheteria do Cineteatro
  • Mais informações: @cineteatrosaoluiz

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