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Com Alexandre Lino, 'O Porteiro' estreia nos cinemas brasileiros
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Com Alexandre Lino, 'O Porteiro' estreia nos cinemas brasileiros

Com homenagem a Paulo Gustavo, o longa "O Porteiro", baseado na peça de teatro de Paulo Fontenelle, une humor com mensagem social
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Filme conta com Alexandre Nilo, Cacau Protásio, e Dani Fontan no elenco  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Filme conta com Alexandre Nilo, Cacau Protásio, e Dani Fontan no elenco

Baseada no espetáculo homônimo de Paulo Fontenelle que já rodou o Brasil, a comédia “O Porteiro” chegou aos cinemas do País nesta quinta-feira, 31, em mais de 700 salas. A classificação indicativa é 14 anos.

Além do elenco repleto de nomes da comédia, como Alexandre Lino, Cacau Protásio, Maurício Manfrini, Aline Campos e Daniela Fontan, o longa também conta com as participações especiais do lutador José Aldo e da influenciadora Raissa Chaddad.

Pode ser que os telespectadores reconheçam o prédio onde Waldisney, protagonista interpretado por Alexandre Lino, trabalha de outro lugar. Acontece que “O Porteiro” faz uma homenagem à personagem Dona Hermínia, vivida por Paulo Gustavo na franquia “Minha Mãe É Uma Peça”.

A história se passa no mesmo edifício, localizado no bairro Flamengo, no Rio de Janeiro, um tempo após Dona Hermínia ter se aposentado do cargo de síndica. A comédia contou com eventos de pré-estreia em sete das principais capitais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

Em entrevista exclusiva concedida ao Vida&Arte, os atores Alexandre Lino e Daniela Fontan detalham a construção de seus personagens e os sentimentos acerca da estreia. Confira:

O POVO: Vamos começar pelos bastidores. O filme "O Porteiro" foi gravado em qual período de tempo?

Alexandre Lino: Foram 20 dias de filmagem intensa. Você imagina, é muita cena pra um dia só. É isso…o cinema brasileiro trabalha com orçamentos mais enxutos, não é como o cinema americano, inclusive, quem dera chegarmos lá um dia. Aqui, a gente concentra em menos dias para otimizar, sendo bem intenso.

O POVO: A dramaturgia de "O Porteiro" existe desde 2017 com a peça de Paulo Fontenelle. Houve muitas mudanças e desafios na saída dos teatros para as telas de cinema?

Alexandre Lino: Teve uma coisa muito curiosa. Primeiro, nós escutamos os porteiros para criar a dramaturgia da peça. Apesar de eu ser nordestino, isso não me dá autoridade de falar sobre uma profissão que eu nunca exerci, é algo que eu não tenho intimidade com o cotidiano, por exemplo. A peça foi construída com essas histórias reais, só que no palco, eu faço a peça sozinho e as pessoas vão existindo através do público. A Laurizete (Daniela Fontan), mulher do Waldisney, sempre existiu, mas não era personificada. A dramaturgia no teatro acaba ficando mais aberta, porque ela tem o inesperado do público, e o Paulo, diretor, foi percebendo isso, e construindo as biografias para o longa. É uma obra com intensa participação de quem assistiu nos teatros.

O POVO: Dani, como foi dar vida a uma personagem já tão mencionada pelo personagem Waldisney nos palcos?

Dani Fontan: Quem faria anteriormente a personagem era a Cacau Protásio, mas ela acabou positivando para Covid. E eu queria estar no filme de qualquer forma, queria fazer qualquer figuração que tivesse. Depois da Cacau não poder mais assumir, eu acabei saindo de um pequeno personagem para um dos principais. Então, a Laurizete foi sendo criada no set, confiando muito no trabalho do nosso diretor, que sabia muito, de uma maneira cartesiana e aberta, o que ele queria. E também confiando muito no Lino, que é uma parceria de 25 anos. Nós temos uma conexão bonita, engraçada e forte. Eu fiquei com medo de dar errado, eu não tinha me preparado. Liguei pra minha mãe no carro falando isso, e ela respondeu que eu estava preparada há 30 anos, o tempo que tenho de carreira. Aí entrei com tudo.

O POVO: Pensando no lançamento desse filme em 2023, qual você acredita ser a mensagem principal dele? Qual o coração do filme?

Dani Fontan: Eu acho que é um protagonismo, um olhar voltado para uma classe que é invisibilizada. A partir do momento que você bota um foco, e dá um protagonismo para esse tipo de profissional, você levanta uma bandeira de que todas as pessoas, de todas as funções, podem viver todas as histórias, histórias que precisam ser escritas. A partir daí, que os porteiros possam ser proprietários de apartamentos que também tenham porteiros, e não necessariamente virem de uma favela. Que o nordestino que recebe a gente tão bem, quando precisar sair daqui pra encontrar um caminho, seja muito bem tratado. Por mais que seja um filme muito engraçado, ele traz o personagem Waldisney, que é um alguém que tem uma dignidade enorme em situações caóticas. Ele não perde a doçura, a leveza e nem o respeito. A gente precisa olhar pra todo mundo com essa generosidade, essa escuta.

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O POVO: O longa-metragem tem como seu cenário principal o mesmo prédio do filme “Minha Mãe É uma Peça”. De que maneira você enxerga a importância dessa homenagem?

Alexandre Lino: A questão da portaria não foi em nenhum momento esquematizada, sabe? A portaria apareceu em nossas vidas e foi perfeita pra tudo. Esse filme nasceu de uma peça de teatro, assim como Paulo Gustavo. Eu acho que é uma maneira de dizer que o Paulo está muito presente em nossas vidas, até quando não estamos pensando sobre isso, especialmente quando estamos fazendo humor. É isso que o Paulo amava na vida, ele entendeu desde cedo que a função dele era fazer as pessoas rirem, é bonito ver a trajetória dele.

O Porteiro

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