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Museu da Imagem e do Som recebe mostra imersiva de Chico da Silva
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Museu da Imagem e do Som recebe mostra imersiva de Chico da Silva

Exposição imersiva sobre obra de Chico da Silva no Museu da Imagem e do Som abre debate sobre uso e o futuro das projeções em alta escala
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Obras de Chico da Silva e da Escola do Pirambu serão exibidas em projeção audiovisual na sala imersiva do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Foto: Deivyson Teixeira/Divulgação)
Foto: Deivyson Teixeira/Divulgação Obras de Chico da Silva e da Escola do Pirambu serão exibidas em projeção audiovisual na sala imersiva do Museu da Imagem e do Som (MIS)

No primeiro sábado de setembro, 2, o Museu da Imagem e do Som (MIS) estreou uma nova exposição em seu grande salão imersivo. A instalação audiovisual abrange as obras de Chico da Silva, artista acreano considerado um dos principais nomes do movimento naif.

Nomeada "Cores que cantam, dragões que se devoram: O universo de Chico da Silva", a exposição imersiva tem direção artística de Valentino Kmentt, artista visual argentino radicado no Ceará, que traz na bagagem as primeiras projeções em alta escala no Ceará.

Idealizador do "Abstrata: Festival Internacional de Videomapping" (ocorrido em 2019, no Teatro São José, e em 2022, na Estação das Artes), Valentino revela que o evento foi construído como um resultado "de um pouco de tudo" que adquiriu, desde pesquisas e experiências, vividos em seus anos de carreira. Formado em Jornalismo, o artista visual desde sempre foi apaixonado por cinema e relembra que a escolha do curso se deu pela ausência, na época, da graduação em cinema em Fortaleza.

"Sempre foi do meu interesse buscar novos formatos para comunicar e o cinema documental me parecia o mais natural, porém sempre trazendo um olhar mais artístico, aprofundado. Seja no recorte da fotografia, no tempo da imagem em tela, no abstracionismo ou nas formas dos objetos capturados. Meu olhar era sempre no interesse de criar um diálogo ativo com o espectador, ir por um caminho onde o público pudesse sempre complementar, contemplar e refletir", diz.

O desejo de construir uma relação entre a arte e o espectador, além de "distribuir imagens em diferentes espaços a partir de um projetor, de adaptar uma imagem à forma de um objeto, de compor um cenário ou uma escultura com imagens" manteve Valentino na busca por fomentar o vídeo mapping, ou seja, a projeção em alta escala, por Fortaleza.

"Em 2011, com mais pesquisa e experiência no campo, dei início ao estúdio Misteria Mapping e a ideia era aprofundar nos caminhos da arte digital e tornar o videomapping um recurso conhecido no Ceará", relembra. A partir de então, o "agente do audiovisual e da arte cearense", como ele mesmo se define, segue na consolidação do recurso audiovisual seja em cursos e eventos.

O diretor artístico defende a utilização do video mapping como uma ferramenta que favorece a experiência do público com a cidade por meio de grandes obras de artes. Mesmo com a atual popularidade do recurso, Valentino reforça que ainda precisa ser desenvolvido no Estado para que se fortifique enquanto setor. "Precisamos crescer junto com essa popularidade, capacitar melhor o setor técnico, a infraestrutura, os equipamentos, formar produtores especializados, valorizar artistas e incentivar novos artistas e valorizar nossos festivais, é um caminho longo".

Relembrando exposições imersivas que viralizaram em Fortaleza - como a "Van Gogh Live 8K", ocorrida entre março e junho no Shopping Riomar Fortaleza -, Valentino Kmentt entende a projeção em alta escala como uma ferramenta a mais para a aproximação do público com obras de artes renomadas.

Sob o comando da direção artística da exposição imersiva sobre Chico da Silva, Valentino revela que o desafio do processo da produção foi de grande responsabilidade. "Desde o primeiro momento eu tive acesso a uma grande parte das obras de Chico já digitalizadas, além de alguns livros sobre a história dele e da Escola do Pirambu. O MIS me concedeu todo o material necessário para adentrar ao universo de Chico da Silva e liberdade total para desenvolver uma narrativa para a sala imersiva. Foi um processo difícil, nem eu entendo como chegaram as primeiras ideias e a concepção geral da peça, mas a partir do momento que se encontra um norte estético, as demais cenas vão se clareando na mente".

Juntamente com uma equipe diversificada, que planejou e projetou o evento desde a trilha sonora, design, animação, técnica e outros setores, a exposição está aberta à visitação gratuita nas quartas-feiras e quintas-feiras, das 10 horas às 18 horas, e de sexta-feira a domingo, das 13 horas às 20 horas.

Exposição imersiva "Cores que cantam, dragões que se devoram: O universo de Chico da Silva"

  • Quando: quartas-feiras e quintas-feiras, das 10 horas às 18 horas; sexta-feira a domingo, das 13 horas às 20 horas
  • Onde: Museu da Imagem e do Som do Ceará (avenida Barão de Studart, 410 - Meireles)
  • Gratuito
  • Instagram: @mis_ceara

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