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Exposição gratuita em Fortaleza conta história da fotografia
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Exposição gratuita em Fortaleza conta história da fotografia

Exposição viaja pelo tempo a partir de imagens capturadas por diferentes lentes de câmeras fotográficas
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Nova exposição do Museu da Fotografia mostra fotos que viajam pelo tempo (Foto: Divulgação/Museu da Fotografia/Autor desconhecido )
Foto: Divulgação/Museu da Fotografia/Autor desconhecido Nova exposição do Museu da Fotografia mostra fotos que viajam pelo tempo

“As pessoas não têm consciência do quanto a fotografia mudou a visualidade humana. É uma invenção que transforma muito mais o mundo do que atribuímos a ela”, sustenta Denise Mattar, curadora da exposição “A Máquina do Tempo”, a respeito da ligação entre fotografia e história. A nova mostra do Museu da Fotografia de Fortaleza (MFF) já está aberta à visitação.

Montando uma linha do tempo com imagens capturadas a partir de diferentes lentes de câmeras fotográficas, a mostra se organiza em sessões para contar a história deste campo e, por subsequência, também contemplar a da sociedade, capturados em imagens que duram décadas.

Tudo começou com Denise recebendo um convite do Museu para montar a exposição a partir do acervo fotográfico do equipamento. Desde o início, a curadora desejou trazer uma abordagem histórica. “Pensei em contar a história da fotografia e foi esse partido que adotei”, conta ela.

Para “dar vida” à ideia, a mostra foi dividida em dois momentos que se destrincham em sessões, organizadas no térreo e no primeiro andar do equipamento. A primeira parte retrata o surgimento do campo, trazendo desde a fotografia de paisagem, a quando ela passa a reivindicar seu lugar como arte - com movimentos como o pictorialismo, técnica utilizada para tentar aproximar as imagens de pinturas.

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“As câmeras fotográficas também vão se aperfeiçoando. Se antes você fazia fotos de paisagem, porque as pessoas tinham que ficar paradas muito tempo para poder registrar, nos anos 1930 já começa a captar o instante”, explica.

A próxima sequência se apoia na ideia iniciada na década de 1930 e traz referências a Henri Cartier-Bresson (1908 - 2004), defensor dela. Fotógrafos contemporâneos serão contemplados neste núcleo, como Gentil Barreira, como também sequências que registraram momentos da guerra que marcou a década.

O térreo também traz espaços que incentivam os visitantes a interagirem com a exposição, mesclando o histórico com elementos que compõem a fotografia atual. “Fizemos a montagem de um pequeno estúdio, como eles eram logo no começo dos anos 1910 e 1920, e convidamos o público a fazer uma selfie em um cenário de outra época”, detalha.

Subindo para o primeiro andar, a mostra agora explora a história do campo fotográfico como área artística. “Fiz uma sala toda que você vai vendo a fotografia saindo do que ainda conhece e consegue reconhecer o que tá sendo fotografado, até chegar em coisas que já não sabe mais o que são. Porque ficou tão abstrata que não sabe mais o que está sendo fotografado”, continua a curadora.

Entre os núcleos que vão acompanhar importantes transformações da área a partir de momentos cotidianos e históricos capturados pelas lentes de uma câmera, o “Humanos” propõe finalizar trazendo apenas fotos de pessoas, sejam famosas ou desconhecidas. A ideia surgiu a partir do estudo da cosmologia indígena brasileira, que defende “que todos os seres humanos ocupam o mesmo lugar no cosmo”.

Toda a montagem destaca as transformações do campo da fotografia a partir dos registros que acompanham eventos vivenciados pela sociedade mundial, entrelaçando ambos. Denise define o Museu sendo um local “bem apropriado” para narrar essa história e que o acervo colabora em organizar essa linha temporal.

Em sua carreira profissional, a curadora já trabalhou em montagens em diversos equipamentos pelo Brasil - como o Museu de Arte Moderna de São Paulo - e destaca que o setor educativo deles são muito importantes. Também aponta que o MFF tem um dos melhores do País e que trabalhar com a temática histórica possibilita trabalhar na área.

“Todo o trabalho que o educativo desenvolve, tendo como base a história da fotografia, permite para eles estenderem e trabalharem com os visitantes e as escolas”, alega.

Ela usa como exemplo a série de imagens de uma Fortaleza antiga, datada do século 20, que podem ser usadas como estudo. “É muito interessante você ver como tem algumas coisas que permaneceram, outras que não existem mais e as pessoas tentando identificar os lugares vendo como era a sua cidade antigamente”, afirma.

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Outro exemplo é a dupla de foto do World Trade Center, as conhecidas Torres Gêmeas. “Uma foto foi feita em 2001, pouco tempo antes dele explodir, aquela foto linda e maravilhosa. Do lado, tem uma foto da explosão. É uma história da humanidade desde que a fotografia foi inventada”.

A exposição será de longa duração, ligada ao objetivo de desenvolver esse trabalho pedagógico com as escolas, com turmas sendo agendadas durante o período, que será de pelo menos um ano. “A proposta é realmente atingirmos o público de uma forma bastante didática”, declara Denise e finaliza: “A coleção do Museu é extraordinária. Ela permite que possamos contar essa história”.

Escolas

A exposição será de longa duração, ligada ao objetivo de desenvolver esse trabalho pedagógico com as escolas, com turmas sendo agendadas durante o período, que será de pelo menos um ano.

Exposição "A máquina do tempo"

  • Onde: Museu da Fotografia de Fortaleza (rua Frederico Borges, 545 - Varjota)
  • Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 12 horas às 17 horas
  • Entrada Gratuita
  • Outras informações: @museudafotografiafortaleza

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