"Pizza Possum" transporta os jogadores para uma pitoresca cidade mediterrânea, onde gambás famintos estão determinados a roubar todas as pizzas do rei. Produzido pela Raw Fury, o jogo lembra alguns dos clássicos arcade, nos quais o objetivo é mover-se de um lado a outro do mapa e repetir a ação, mantendo o jogador constantemente engajado. A narrativa flui bem, com desafios progressivos e cenários envolventes.
Ao controlar os gambás, percebe-se que o jogo se destina principalmente a mecânicas de furtividade. Os jogadores devem evitar patrulhas caninas enquanto coletam alimentos. No entanto, as configurações de controle podem inicialmente parecer um pouco desafiadoras, especialmente em momentos em que a precisão é essencial para esconder-se nos arbustos ou usar power-ups. Mas, após algumas tentativas, torna-se claro que a disposição dos controles é intuitiva e facilita a navegação pelo mundo do jogo.
Graficamente, "Pizza Possum" não traz grandes inovações tecnológicas, mas compensa com design charmoso e atmosférico. Os cenários são coloridos, bem detalhados e ajudam a transportar o jogador para esse mundo pitoresco. No quesito sonoro, o jogo brilha com melodias jazzísticas. Sons de mordiscadas hilárias e gritos de alarme quando pegos complementam a atmosfera divertida e acentuam a tensão durante as fugas.
A rejogabilidade de "Pizza Possum" é, talvez, onde resida a maior crítica. Embora haja uma clara tentativa de introduzir variedade com inimigos mais rápidos e obstáculos desafiadores, o jogo pode se tornar repetitivo após algumas horas. A estrutura é cíclica e, uma vez que todos os power-ups são adquiridos, o incentivo para repetir a experiência diminui.
O modo cooperativo, por outro lado, oferece dinâmica diferente, permitindo aos jogadores trabalharem juntos para superar desafios. No entanto, a falta de um modo cooperativo online limita essa experiência ao local.
Quanto ao valor, "Pizza Possum" é acessível e parece mais adequado como uma adição a um plano de assinatura, como o Game Pass, do que um investimento em um título independente. Enquanto alguns jogadores podem se sentir satisfeitos após algumas horas de jogo, outros podem desejar mais profundidade e variedade. Para quem quiser adquirir o game, ele está disponível no PC (Steam), Playstation 5, Xbox Series S|X e no Nintendo Switch.
Davi Rocha (@davidobacon) é apresentador do podcast A Semana em Jogo, do O Povo
Revivendo um clássico com acertos e erros
Em uma era onde a nostalgia é uma forte corrente nos games, o "Samba de Amigo: Party Central" ressurge como um portal direto para os tempos áureos do Wii. Neste revival da Sega, temos a oportunidade de reviver as sensações de 2008, onde os jogadores, com Wiimotes em mãos, eram transportados ao universo vibrante do pequeno mascote símio. E que surpresa! Agora, com os Joy-Cons, tem-se a sensação de estar balançando maracas ao ritmo da música.
No entanto, nem tudo são flores nessa festa. Enquanto o jogo oferece uma experiência musical encantadoramente física, os controles por movimento podem, por vezes, ser seu calcanhar de Aquiles. Em níveis de dificuldade mais avançados, a detecção de movimento pode não registrar corretamente os gestos do jogador. Uma dica para os novatos: os controles por botões existem, mas a experiência com eles, principalmente devido ao mapa de batidas hexagonal, pode não ser tão intuitiva.
Visualmente, o jogo é um deleite, com cores brilhantes e uma apresentação alegre. Isso é crucial para engajar jogadores de todas as idades, desde os mais nostálgicos até a nova geração. A clareza e o desempenho gráfico são consistentes, proporcionando uma imersão sem distrações.
No departamento sonoro, o título impressiona. A trilha sonora é diversificada, abrangendo desde clássicos latinos até canções contemporâneas. Essa riqueza auditiva não apenas complementa a experiência visual, como também aprofunda a imersão do jogador, tornando-se um elemento fundamental para o game.
A história, embora simples, é envolvente. No modo "StreamiGo", por exemplo, os jogadores se tornam streamers fictícios tentando aumentar seu público. A rejogabilidade é reforçada por modos online e desafios locais, garantindo horas de diversão. No entanto, a dificuldade imposta pelos controles pode desencorajar a continuação em certos momentos.
Apesar de seus desafios, "Samba de Amigo: Party Central" consegue se destacar por sua sinceridade infecciosa e caráter multigeracional. Não se pode ignorar os problemas, especialmente no controle, mas a experiência única que ele oferece, misturando gerações e suas respectivas eras musicais, é algo raro de se encontrar. Ainda que se possa encontrar pontos de melhoria, vale a pena dar uma chance a este título. E, para transparência completa, a análise não foi paga ou influenciada por recebimento gratuito do jogo. (Davi Rocha / Especial para O POVO)