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Franquia 'Jogos Vorazes' ganha novo capítulo focado no vilão Snow
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Franquia 'Jogos Vorazes' ganha novo capítulo focado no vilão Snow

Novo longa da franquia "Jogos Vorazes" estreia trazendo mais profundidade para seu universo e antagonista
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Tom Blyth interpreta Coriolanus Snow e Rachel Zegler vive Lucy Gray Baird em
Foto: Murray Close/Divulgação Tom Blyth interpreta Coriolanus Snow e Rachel Zegler vive Lucy Gray Baird em "Jogos Vorazes: A Balada dos Pássaros e das Serpentes"

Fazer um prequel (história que se passa antes de uma narrativa principal) nunca é fácil. Principalmente quando falamos de uma obra tão grande quanto "Jogos Vorazes". Em "A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", novo filme da franquia, porém, a situação vai além, trazendo o protagonismo da trama para o vilão de sua saga principal, Snow. Mas, como já dito, quando se trata de "Jogos Vorazes" nada é tão simples. Não existem apenas preto e branco e tudo vai muito além de meros tons de cinza.

"A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" tem início no que é apontado na obra como "tempos sombrios". Contextualizando minimamente o momento em que os, na época, 13 distritos da nação de Panem se rebelaram contra a capital. E logo de cara o longa nos apresenta a dupla Coriolanus Snow e sua prima Tigris Snow, quando crianças. Após este breve momento, descobrimos que o pai de Snow foi assassinado por um rebelde.

Passados anos do fim da rebelião, o agora jovem e pobre Coriolanus (Tom Blyth), está prestes a se formar como melhor aluno de sua turma. Algo que Snow almeja desesperadamente, pois sendo o melhor aluno ele teria direito a uma grande fortuna como prêmio, o que acenderia ele e sua família novamente para a elite da capital - algo que o protagonista julga ser seu direito de nascença. E aqui o roteiro da autora dos livros, Suzanne Collin, assinado juntamente com Michael Arndt ("Jogos Vorazes: Em Chamas"), começa a nos mostrar as várias camadas que seus personagens podem ter.

Ao trazer um jovem Snow injustiçado desde o primeiro momento de tela, o roteiro faz com que o espectador comece a sentir empatia por esse personagem, outrora odiado pelo público. No entanto, esse é apenas o início do longa. Casca Highbottom (Peter Dinklage de "Game Of Thrones"), um dos idealizadores dos jogos vorazes, anuncia que para receber o estimado prêmio, os estudantes receberam um novo desafio: serem mentores dos tributos da décima edição dos jogos vorazes. Algo totalmente inédito na época em que o longa se passa.

Se existia uma grande distinção entre os tributos trazidos à capital nos longas anteriores, aqui podemos ver o cão cruel que os poderosos deste mundo são. A direção de Francis Lawrence ("Jogos Vorazes: A Esperança Pt.1") escancara a crueldade de toda aquela situação, tratando tais personagens literalmente como animais em zoológicos e não como seres humanos. São cenas simples, mas extremamente desconfortáveis, que podem servir de paralelo para momentos históricos, como o transporte de judeus em trens no holocausto ou com apartheid, por exemplo.

E a partir do momento que Snow vivencia tudo isso de tão perto, é possível ver como isso o afeta. Afinal ele não é mais um mero espectador daqueles jogos que via de "longe". Agora está envolvido diretamente, sendo o tutor direto de um tributo do distrito 12, Lucy Gray Baird (Rachel Zegler de "Amor, Sublime amor").

A aproximação com Lucy Gray faz com que Snow se sinta ainda mais confuso sobre toda sua situação. O surgimento de uma relação amorosa, quase que proibida, confunde não só o personagem, como o público até o último momento, trazendo uma grande amálgama de sentimentos para ambos os personagens. Um que luta literalmente por sua vida, enquanto outro luta por algo que acredita ser seu direito puramente por estar vivo. Sem dúvidas um dos destaques do longa é a interação da dupla, que não falha em nenhum momento.

Tudo isso somado a uma trilha sonora original única, baseada nas letras originais do livro homônimo que dá origem a obra. Muitas delas interpretadas pela atriz Rachel Zegler, que toma para si, de forma muito natural e marcante, todas as cenas em que canta. E nada disso é só estético. Cada letra tem um significado importante na trama. Seja ela a do filme em si, como da franquia como um todo, o que torna tais momentos ainda mais ricos narrativamente.

Com um elenco plural, assertivo e cativante, uma estética muito bem desenvolvida, somada a um trabalho de fotografia, roteiro e direção, que não só honram toda uma franquia, mas definitivamente deixam sua marca nesta história, "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" se mostra muito mais do que um mero prequel de franquia que mira no lucro. Mostrando um grande estudo de personagem, que nos faz refletir sobre amor, confiança, política e traição, tudo de forma extremamente fluida, o filme se mostra um dos grandes acertos cinematográficos do ano.

Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

  • Quando e onde: estreia nesta quinta-feira, 16
  • Sessões disponíveis em Ingresso.com

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