Presente no calendário cultural de Fortaleza há cinco anos, o Festival Elos celebra a multiplicidade da música brasileira na edição de 2023. O evento, que tem programação gratuita, será realizado nos dias 25 e 26 de novembro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Nesta edição, 12 artistas compõem a programação do festival, Johnny Hooker, uma das apresentações principais no sábado, fará um show em homenagem à cantora Marília Mendonça (1995-2021). O repertório mistura o pop do pernambucano com o sertanejo da eterna rainha da sofrência.
“Conheci Marília numa premiação e pudemos trocar um pouco a admiração que sentíamos pelo trabalho um do outro. Ela chegou a gravar um vídeo cantando uma música minha. Depois da trágica perda dela tão cedo e pelo tamanho monumental da obra popular que ela deixou, pareceu certo começar esse “Clube da Sofrência” como uma homenagem a ela ", conta o artista.
Hooker destaca que o seu show no festival será para o público sair de “alma lavada”. “Será meu primeiro show gratuito na Cidade e vamos cantar os maiores sucessos da minha carreira, os clássicos de Marília e algumas surpresas das maiores músicas de dor de cotovelo de todos os tempos. Esse show é uma sequência de sucessos um atrás do outro, pra sair de alma lavada”, declara o cantor.
Além de espetáculos de teatro, discotecagem, desfiles, feira de economia criativa, atividades esportivas e de jogos, esta edição vem com uma novidade: a Estação Marítima/Elos, programação voltada a atividades esportivas, na Comunidade do Poço da Draga das 8h às 18 horas, durante os dois dias.
Entre as ações previstas, estão aulas de esportes como surfe, windsurf, caiaque e stand up paddle e vivências sustentáveis que fazem parte da programação do espaço. Também haverá o 1º Campeonato Estação Marítima com provas de canoagem em caiaque nas categorias Kids, Junior e Open Masculino e Feminino.
Com entrada gratuita, o Festival Elos incentiva a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será destinado às cozinhas solidárias do Instituto Pensando Bem, localizado na Favela do Inferninho. A expectativa da organização do evento é que por noite o festival reúna cerca de 10 mil pessoas.
Idealizador do evento, Paulo Victor Feitosa destaca que o Elos é também um espaço para impulsionar os artistas cearenses. “Um dos principais objetivos do Festival Elos é ser plataforma para os artistas cearenses a cada edição. Temos essa missão de ofertar uma programação diversa, plural, que discuta o agora que a sociedade vive, trazendo reflexões por meio da sua curadoria e artística reflexões importantes para as discussões sociais que vivemos”, afirma.
Elos também oferece, a cada edição, um apoio para artistas do Ceará fazerem um coprodução junto com o festival (LAB Elos) e montarem um show para um grande formato de apresentação. Esse ano as artistas Mumutante e Nayra Costa foram as selecionadas e sobem ao palco principal do festival, na Praça Verde do Dragão, para performances inéditas.
“Elas tiveram um investimento para que pudessem estruturar os seus shows de uma forma que consigam explorar toda a potência de um grande festival. Investindo também na criação e potencialidade do seu produto artístico musical”, declarou o diretor artístico do evento.
Filipe Catto apresenta Gal
Pluralidade em sua programação artística já é uma marca registrada do festival, que essa ano traz Fillipe Catto para subir ao palco do Elos interpretando grandes canções da cantora Gal Costa.
OP - Como surgiu a ideia de fazer o álbum “Belezas São Coisas Acesas por Dentro” em tributo a cantora Gal Costa, foi muito desafiador?
Fillipe Catto - Foi super desafiador. Foi um trabalho que me desafiou muito artisticamente e tecnicamente, mas também muito gostoso de fazer. Ele nasceu de um show que fui convidada pelo Sesc em São Paulo para fazer uma homenagem à Gal Costa. Então a gente foi com toda despretensão do mundo, apenas para se divertir. E o show foi tão forte e bonito que pensamos que valeria muito a pena fazer um registro daquele momento. Rolou um super incentivo do DJ Zé Pedro, nosso parceiro do selo Joia Moderna Discos, que botou muita pilha para fazer esse projeto.
OP - Como é o processo de pegar a composição de alguém e se apropriar daqueles versos, de projetar sua voz nas palavras dos outros como se fossem suas?
Fillipe Catto - Super desafiador, eu acho que foi um trabalho que me desafiou muito, artisticamente e tecnicamente. Além de ter sido muito gostoso também de fazer, estou muito orgulhosa.
OP - Sabemos que a bandeira da luta LGBTQIAPN+ é imensa, tecida por várias dores, tragédias e alegrias. Como você seleciona o que seguir para ser essa grande referência para tantas pessoas LGBTQIAPN+ também?
Fillipe Catto - Eu sigo sendo o que eu sou e fazendo as minhas coisas. Eu sou muito espontânea na minha vida, então eu sigo o meu coração para saber o que entra na minha mente. É claro que com a bagagem cultural e estética eu acabo sendo muito seletiva com as coisas que eu absorvo. Eu acho que a gente tá vivendo um período de muita confusão, de muita bobagem sendo dita, de muita besteira sendo espalhada por aí… Maldade também. Então eu acho que o importante é ficar perto dos nossos amigos e das pessoas que a gente confia. Pra mim essas relações sempre são as que direcionam as melhores dicas, indicações de obras e outras coisas. É dentro do meu círculos e amigos onde eu me nutro mais - mais do que na internet.
Programação Festival Elos
Silvero Pereira, interpretando Belchior, Selvagens à Procura Da Lei, DJs do Mambembe e Juliana Linhares também fazem parte da programação musical do festival que, em anos anteriores, recebeu grandes nomes, a exemplo de Elza Soares, Gal Costa e Chico César.
Os shows acontecem na Praça Verde do Dragão do Mar, exceto quando indicado nos parênteses
ELOS 5ª edição