Com simbolismos e poéticas que exploram o feminino a partir da utilização de múltiplas linguagens artísticas, a Galeria Mariana Furlani de Arte Contemporânea apresenta a mostra Abrigo-Semente, com visitação gratuita até o dia 3 de fevereiro de 2024.
O espaço contemplará seis exposições individuais que marcam o encontro das artistas Anne Brunet, Ana Cristina Mendes, Cassiane Lopes, Juliana Azevedo, Suzane Farias e Celine Obeison.
Cada exposição individual ocupa um salão da galeria e carrega um subtítulo que caracteriza as obras de cada artista. São os subtítulos: Corpos da terra(Celine Oberson); Quando fui Casa(Juliana Azevedo); Mulheres Totens(Anne Brunet); Mar Despedaçado(Ana Cristina Mendes); Vejo Flores em Você(Suzane Farias); Ananindeua(Cassiane Lopes).
Mariana Furlani, curadora da mostra em conjunto com Ana Cristina Mendes, explica que a exposição Abrigo-Semente, marca o início de um projeto.“Este encontro de artistas visuais mulheres foi idealizado para dar início a um ciclo de exposições que ocorrerá em 2024, na galeria, onde o feminino, em sua dimensão de pensamento, estará em evidência”, esclarece.
A exposição ocupará todos os salões da galeria, abrigando 36 obras de múltiplas linguagens, entre elas: colagens, esculturas, cerâmicas, acrílica sobre tela. Além disso, as artistas apresentam projetos onde misturam técnicas que fazem uso do corpo vivo, poesias e objetos de suas pessoais que buscam traduzir as palavras chaves da exposição: abrigo e semente.
Sobre o porquê do nome que envolve a temática da exposição, Mariana Furlani comenta que “estas duas pequenas e fortes palavras foram retiradas em meio a outras profundas palavras da poesia de Conceição Evaristo, EU- Mulher. A poesia dialoga com as obras dessas mulheres e de muitas outras, ajudando a nos entender, e nos reconhecer como mulher.”
Entre as gratificações de promover uma exposição composta por mulheres, Mariana compartilha suas impressões mais marcantes. “Falar de arte, conviver com artistas, montar uma exposição é um exercício que a compensação é uma via de dois lados, uma troca, um crescimento exponencial. Nunca saímos as mesmas depois de uma exposição, ganhamos maturidade, sendo de cidadania, aprendemos como grupo a ser pessoas melhores”, alegra-se.
Juliana Azevedo, artista que está compondo a mostra Abrigo-Semente, em entrevista dada ao V&A, elaborou sobre a relação entre o conceito da exposição e seu trabalho artístico. “A temática da exposição tem muito a ver com a minha obra, que fala sobre o universo feminino e suas complexidades. Minha obra passa muito pelas minhas memórias do Sertão do Seridó, onde viveu a minha família no Rio Grande do Norte, e fala exatamente de encontros de mulheres que me marcaram”, explica.
Ao compartilhar um pouco de suas experiências durante a formação da exposição, Juliana se desdobra sobre sua relação com as obras das outras artistas. “Eu me identifiquei muito com a obra da Celine Oberson. Ela trabalha com o têxtil, com a costura e com bordado e o meu trabalho passa muito pelo têxtil também”, e complementa, “cada uma das artistas escolheu uma identidade visual para ter uma voz falando sobre o que é ser mulher na contemporaneidade. Nós nos entrelaçamos dessa forma”, encerra.
Mostra Abrigo-Semente