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Retrospectiva 2023: música é marcada por nostalgia e preocupação com clima
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Retrospectiva 2023: música é marcada por nostalgia e preocupação com clima

Passear por 2023 no campo da música é ser atravessado por reencontros, nostalgia e reflexões. Entre perdas e presenças de grandes nomes, a retrospectiva deste ano vai desde hits envolvendo traição a preocupações com eventos climáticos extremos.
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Banda NX Zero realiza show em Fortaleza (Foto: Cesar Ovalle/Divulgação)
Foto: Cesar Ovalle/Divulgação Banda NX Zero realiza show em Fortaleza

NX Zero, RBD, Restart, Cine, Titãs e For Fun: entre anúncios e shows realizados, diversos artistas tomaram 2023 como o ano da nostalgia e aproveitaram o embalo para voltar à cena musical. Vale dizer que isso ocorreu não só com bandas, mas também com festivais, como no caso do Ceará Music - apesar do posterior cancelamento da edição que seria realizada neste ano. Movimentos de músicos e fãs demonstraram que a "fórmula" engaja e pode resultar em sucesso para os realizadores.

 

Paul McCartney celebra 80 anos neste sábado, 18 de junho
Paul McCartney celebra 80 anos neste sábado, 18 de junho

2. Welcome to Brazil

Uma relação de amor e, em alguns casos, decepção: artistas internacionais compareceram em grande número Brasil - sim, a maior parte deles concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo, como de costume. De vídeo com a blusa da seleção brasileira (Bruno Mars) à quase residência no País (Coldplay), nomes como Paul McCartney, Taylor Swift, The Weeknd, Red Hot Chilli Peppers, Billie Eilish, Lana Del Rey e vários outros tiveram os holofotes da imprensa e do público brasileiro em 2023. Uma das chateações ficou com a banda Blink-182, que desmarcou show no Lollapalooza semanas antes porque o baterista havia quebrado o dedo. Vale destacar como o ano terminou repleto de expectativas com a chegada de Beyoncé ao Brasil após dez anos. Será que vem show em 2024?

Ana Castela foi um dos principais destaques na música brasileira em 2023
Ana Castela foi um dos principais destaques na música brasileira em 2023

2. Sertanejo - ou agronejo

Não é mais novidade. Por mais um ano, o sertanejo dominou as principais posições de streaming no Brasil. No caso do Spotify, desta vez quem ocupou o posto mais elevado foi Ana Castela, do hit “Pipoco”, e conhecida por unir o funk e o pop ao sertanejo - surgindo, assim, o “agronejo”. Chama a atenção, porém, um outro dado importante: a consistência de Marília Mendonça, que segue no Top 5 do Spotify Brasil mesmo dois anos após sua morte. A informação comprova a força e o legado deixado pela cantora.

3. Sua majestade, Rita Lee

A música sofreu diferentes baques em 2023 com falecimentos de artistas históricos, fossem a nível internacional ou nacional. Isso se estendeu para diferentes ritmos, como forró (Rita de Cássia), funk (MC Marcinho), bossa nova (João Donato e Astrud Gilberto), jazz (Tony Bennett) e rock (Tina Turner).

O Brasil, por sua vez, perdeu sua “Rainha do Rock”. Rita Lee morreu em 8 de maio. Ela enfrentava um câncer de pulmão e faleceu aos 75 anos. A artista deixou um legado fundamental na história da música brasileira e sua obra ganhou ainda mais força ao ser revisitada por diferentes nomes neste ano - uma forma, pois, de fazê-la renascer.

Ainda em fevereiro, o programa Acústico MTV retornou após quatro anos com uma homenagem de Manu Gavassi a Rita Lee. Com banda composta apenas por mulheres, a cantora celebrou “Fruto Proibido”, quarto álbum solo de estúdio da rainha do rock nacional.

Em março, foi anunciada sua nova autobiografia, intitulada “Outra Autobiografia”. O trabalho foi lançado no mesmo mês de seu falecimento e reúne outras memórias da cantora, como o seu vício em cigarros e a visão sobre como a pandemia influenciou o aumento de sua dependência.

Seu filho, Beto Lee, comunicou em junho uma programação de shows pelo Brasil para homenageá-la. Entre os grandes sucessos da carreira de Rita Lee, os fãs poderiam ouvir “Lança Perfume”, “Ovelha Negra” e “Agora Só Falta Você”. Diferentes formas de preservar o legado de um dos principais nomes da história da música nacional.

Em outubro, segundo dia do festival Tomorrowland foi cancelado devido a fortes chuvas
Em outubro, segundo dia do festival Tomorrowland foi cancelado devido a fortes chuvas

4. Festivais e o clima

O ano dos grandes festivais também foi possivelmente o ano de maior preocupação dos produtores e de autoridades do poder público sobre os riscos diante da onda de eventos climáticos extremos. Em outubro, o segundo dia do festival de música Tomorrowland foi cancelado devido a fortes chuvas.

Um mês antes, 70 mil pessoas ficaram isoladas e uma pessoa morreu no deserto de Black Rock, nos Estados Unidos, durante o festival Burning Man, por causa de fortes chuvas nos Estados Unidos. Em novembro, a passagem de Taylor Swift pelo Brasil também foi marcada pelo forte calor no Rio de Janeiro (RJ) e pela morte de uma fã em meio a uma sensação térmica de 60º C.

Para além do tempo, houve reclamações com a produtora, T4F, que inicialmente não permitia ao público levar sua própria água e cobrava caro pela água vendida no estádio. Depois do grande movimento de contestação, passou a ser distribuída água gratuitamente nos shows seguintes.

Diante disso, ficam as expectativas para saber como os produtores de eventos lidarão com os acontecimentos climáticos extremos em 2024.

luísa Sonza não sobe no palco para pegar prêmio que ganhou pela música 'Chico'.
luísa Sonza não sobe no palco para pegar prêmio que ganhou pela música 'Chico'.

5. Traições e desapegos

Música também serve para expressar sentimentos sobre decepções amorosas - e 2023 foi marcado por isso. Hits da música internacional sobre traição e “volta por cima” dominaram rankings de canções mais ouvidas, tendo Shakira, Miley Cyrus e SZA entre as expoentes com “Bzrp Music Sessions 53”, “Flowers” e “Kill Bill”, respectivamente. No Brasil, a música “Chico”, de Luísa Sonza, passou a ter outro significado após a cantora ter sido traída por Chico Moedas, então namorado e homenageado.

6. Pluralidade no palco

Festivais a pleno vapor: depois de 2022 ser considerado o ano da retomada dos eventos, 2023 parece ter sido o ano da consolidação dos festivais no Brasil - fossem nacionais ou internacionais, como Lollapalooza, The Town e Primavera Sound. Curioso observar como cada vez mais a tendência é de eventos com pluralidade de atrações na mesma programação, como no caso do Zepelim, em Fortaleza, que reuniu na mesma edição Ney Matogrosso e João Gomes.

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