NX Zero, RBD, Restart, Cine, Titãs e For Fun: entre anúncios e shows realizados, diversos artistas tomaram 2023 como o ano da nostalgia e aproveitaram o embalo para voltar à cena musical. Vale dizer que isso ocorreu não só com bandas, mas também com festivais, como no caso do Ceará Music - apesar do posterior cancelamento da edição que seria realizada neste ano. Movimentos de músicos e fãs demonstraram que a "fórmula" engaja e pode resultar em sucesso para os realizadores.
2. Welcome to Brazil
Uma relação de amor e, em alguns casos, decepção: artistas internacionais compareceram em grande número Brasil - sim, a maior parte deles concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo, como de costume. De vídeo com a blusa da seleção brasileira (Bruno Mars) à quase residência no País (Coldplay), nomes como Paul McCartney, Taylor Swift, The Weeknd, Red Hot Chilli Peppers, Billie Eilish, Lana Del Rey e vários outros tiveram os holofotes da imprensa e do público brasileiro em 2023. Uma das chateações ficou com a banda Blink-182, que desmarcou show no Lollapalooza semanas antes porque o baterista havia quebrado o dedo. Vale destacar como o ano terminou repleto de expectativas com a chegada de Beyoncé ao Brasil após dez anos. Será que vem show em 2024?
2. Sertanejo - ou agronejo
Não é mais novidade. Por mais um ano, o sertanejo dominou as principais posições de streaming no Brasil. No caso do Spotify, desta vez quem ocupou o posto mais elevado foi Ana Castela, do hit “Pipoco”, e conhecida por unir o funk e o pop ao sertanejo - surgindo, assim, o “agronejo”. Chama a atenção, porém, um outro dado importante: a consistência de Marília Mendonça, que segue no Top 5 do Spotify Brasil mesmo dois anos após sua morte. A informação comprova a força e o legado deixado pela cantora.
3. Sua majestade, Rita Lee
A música sofreu diferentes baques em 2023 com falecimentos de artistas históricos, fossem a nível internacional ou nacional. Isso se estendeu para diferentes ritmos, como forró (Rita de Cássia), funk (MC Marcinho), bossa nova (João Donato e Astrud Gilberto), jazz (Tony Bennett) e rock (Tina Turner).
O Brasil, por sua vez, perdeu sua “Rainha do Rock”. Rita Lee morreu em 8 de maio. Ela enfrentava um câncer de pulmão e faleceu aos 75 anos. A artista deixou um legado fundamental na história da música brasileira e sua obra ganhou ainda mais força ao ser revisitada por diferentes nomes neste ano - uma forma, pois, de fazê-la renascer.
Ainda em fevereiro, o programa Acústico MTV retornou após quatro anos com uma homenagem de Manu Gavassi a Rita Lee. Com banda composta apenas por mulheres, a cantora celebrou “Fruto Proibido”, quarto álbum solo de estúdio da rainha do rock nacional.
Em março, foi anunciada sua nova autobiografia, intitulada “Outra Autobiografia”. O trabalho foi lançado no mesmo mês de seu falecimento e reúne outras memórias da cantora, como o seu vício em cigarros e a visão sobre como a pandemia influenciou o aumento de sua dependência.
Seu filho, Beto Lee, comunicou em junho uma programação de shows pelo Brasil para homenageá-la. Entre os grandes sucessos da carreira de Rita Lee, os fãs poderiam ouvir “Lança Perfume”, “Ovelha Negra” e “Agora Só Falta Você”. Diferentes formas de preservar o legado de um dos principais nomes da história da música nacional.
4. Festivais e o clima
O ano dos grandes festivais também foi possivelmente o ano de maior preocupação dos produtores e de autoridades do poder público sobre os riscos diante da onda de eventos climáticos extremos. Em outubro, o segundo dia do festival de música Tomorrowland foi cancelado devido a fortes chuvas.
Um mês antes, 70 mil pessoas ficaram isoladas e uma pessoa morreu no deserto de Black Rock, nos Estados Unidos, durante o festival Burning Man, por causa de fortes chuvas nos Estados Unidos. Em novembro, a passagem de Taylor Swift pelo Brasil também foi marcada pelo forte calor no Rio de Janeiro (RJ) e pela morte de uma fã em meio a uma sensação térmica de 60º C.
Para além do tempo, houve reclamações com a produtora, T4F, que inicialmente não permitia ao público levar sua própria água e cobrava caro pela água vendida no estádio. Depois do grande movimento de contestação, passou a ser distribuída água gratuitamente nos shows seguintes.
Diante disso, ficam as expectativas para saber como os produtores de eventos lidarão com os acontecimentos climáticos extremos em 2024.
5. Traições e desapegos
Música também serve para expressar sentimentos sobre decepções amorosas - e 2023 foi marcado por isso. Hits da música internacional sobre traição e “volta por cima” dominaram rankings de canções mais ouvidas, tendo Shakira, Miley Cyrus e SZA entre as expoentes com “Bzrp Music Sessions 53”, “Flowers” e “Kill Bill”, respectivamente. No Brasil, a música “Chico”, de Luísa Sonza, passou a ter outro significado após a cantora ter sido traída por Chico Moedas, então namorado e homenageado.
6. Pluralidade no palco
Festivais a pleno vapor: depois de 2022 ser considerado o ano da retomada dos eventos, 2023 parece ter sido o ano da consolidação dos festivais no Brasil - fossem nacionais ou internacionais, como Lollapalooza, The Town e Primavera Sound. Curioso observar como cada vez mais a tendência é de eventos com pluralidade de atrações na mesma programação, como no caso do Zepelim, em Fortaleza, que reuniu na mesma edição Ney Matogrosso e João Gomes.