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Marília Lovatel lança seu primeiro livro de crônicas
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Marília Lovatel lança seu primeiro livro de crônicas

Marília Lovatel faz a estreia de seu primeiro livro de crônicas, relacionando um voo de pipa com o gênero literário
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Marilia Lovatel, autora do livro Pequenas Crônicas voadoras (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Marilia Lovatel, autora do livro Pequenas Crônicas voadoras

"Pensei que fosse interessante respeitar essa liberdade da crônica e trabalhar textos curtos, mas que não ficassem presos nessas características", explica a escritora Marília Lovatel sobre a relação entre pipas e o gênero textual que preenche as páginas do livro "Pequenas Crônicas Voadoras", nova obra que ela lançará nesta quinta-feira, 11.

Para a mestre em Literatura, a crônica é um texto desprendido e, por isso, enquanto concebia o projeto e os parágrafos dele, tinha um desejo: "Que tivessem a liberdade que a crônica tem, como a pipa tem, para poder voar, desde que um fio mantivesse a conexão com os assuntos do cotidiano".

Toda essa relação construída entre a brincadeira infantil e o gênero textual veio a partir de um desafio. Uma amiga a instigou a escrever um livro de crônicas, devido a experiência que tinha adquirido com livros publicados em outras categorias e a atuação como cronista semanal do Jornal O POVO, e solicitou que ele introduzisse crianças e pré-adolescentes a esse tipo de texto.

Construir essa ideia transportou a escritora para uma época que ainda não entendia o que era crônica, mesmo quando produziu uma no segundo ano do Ensino Médio. Uma professora inscreveu seu texto em um concurso nacional, na época coordenado por Luis Fernando Veríssimo — autor que admirava —, e ele foi selecionado, incentivando o processo de escrita da jovem escritora. "Fiquei pensando como eu, naquela época ou mais cedo, gostaria de ser apresentada às crônicas como gênero literário", conta a mestre em Literatura.

A partir dessa percepção, todos os detalhes da obra foram concebidos para apresentar a crônica ao leitor, explicando e convidando-o a refletir e interagir com material em mãos. O primeiro passo foi a definição, presente desde o começo, que o livro não é direcionado a um público de idade específica. Marília convida jovens e adultos a navegarem pelas páginas de histórias.

"Desde meu primeiro livro venho percebendo que tenho uma abertura boa do público infantil e juvenil, mas isso não fecha ele nessas faixas etárias", afirma. "Acho que o escritor corre um risco muito grande quando ele se dirige a um público específico, corre o risco de estar trabalhando com um estereótipo", acrescenta.

As ilustrações do livro, feitas pela a artista Meg Banhos, também seguiram a mesma linha de raciocínio para atrair leitores de qualquer idade, com páginas coloridas, mas de forma suave, e imagens formadas por recortes de jornais e revistas. "Quando conversamos sobre o projeto gráfico, pedi que houvesse esse cuidado para que ele não tivesse nem cara só de infantil e nem fosse um livro mais sisudo", relembra a escritora ao falar sobre o período de montagem da obra, acrescentando o quanto se sente contemplada pelo trabalho final entregue pela ilustradora.

Nas 34 crônicas que formam o livro, os assuntos flutuam entre diversos assuntos, como relações familiares, ou o contato de crianças com animais, se apoiando em parágrafos leves, bem humorados e poéticos, que resgatam memórias da própria autora e imaginam histórias.

Para quem conhece Marília e sua família, um dos textos irá, por exemplo, relembrar a relação da autora com sua irmã. Ao mesmo tempo, no entanto, ele poderá ganhar um novo significado e contexto, dependendo da leitura de quem o terá em mãos. "Não tenho a ousadia de dizer o que é meu e o que não é dentro desses textos. Tem muito de minhas experiências e vivências", pontua. "Uma mesma história pode ser contada por várias pessoas, entendidas de várias formas, porque foi compreendida de tantas maneiras diferentes", sustenta.

Apesar de ter crônicas semanais publicadas em um jornal, Marília ainda anseia para saber como será a reação daqueles que lerão seu primeiro livro desse gênero literário. Ela destaca sentir uma "excelente receptividade" dos leitores que já conhecem seu texto, mas que ainda aguarda para saber se ele será recebido nas escolas da mesma forma que os outros já publicados.

"Como essa produção vai chegar até esses leitores?", questiona em meio a suas expectativas, que ressalta estarem altas. "Desejo que o voo seja alto. Que essa pipa não tenha o fio partido e que elas (as leituras) possam ser retomadas, que as pessoas possam brincar várias vezes com esses textos", finaliza Marília, expondo o desejo e a curiosidade que carrega com o lançamento.

O POVO MAIS

Acompanhe as crônicas de Marília Lovatel no OP+. No dia 7, a autora publicou ao texto "Dia e hora do leitor"

Lançamento do livro "Pequenas Crônicas Voadoras"

  • Quando: quinta-feira, 11, a partir das 17 horas
  • Onde: Confeitaria Sublime (rua Eduardo Bezerra, 1276 - São João do Tauape)
  • Quanto: livro por R$80,40
  • Mais infos: @armazem_da_cultura

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