Depois de várias aparições nos quadrinhos, nas animações e nos filmes, o Esquadrão Suicida chega aos jogos eletrônicos com a missão de eliminar os heróis mais famosos da DC. "Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça" traz um mapa em mundo aberto e um combate dinâmico, mas erra nos aspectos repetitivos e na ideia de jogo como serviço.
Desenvolvido pela Rocksteady Studios e publicado pela Warner Bros. Games, a obra é do gênero de ação-aventura e apresenta quatro personagens controláveis. É possível jogar sozinho e alternar entre cada membro, assim como há a opção do modo multijogador nas missões da história. O título, lançado no último dia 2 de fevereiro, está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC (via Steam).
Situado cinco anos depois dos eventos de "Batman: Arkham Knight" (lançado em 2015), o jogo do Esquadrão traz uma Liga da Justiça corrompida pelo vilão Brainiac. Flash, Lanterna Verde (John Stewart), Batman e Superman são controlados e a Mulher-Maravilha tenta salvá-los.
Com o mundo em perigo, Amanda Waller reúne a Força-Tarefa X, composta por Arlequina, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e Tubarão-Rei. A missão dos vilões, que estavam presos e passam a ter bombas implantadas em suas cabeças, é eliminar a Liga.
As ligações com o aclamado universo Arkham são expostas logo cedo, em um museu dedicado ao Batman. Ainda que traga conexões como a aparição da Hera Venenosa, fica a impressão de que seria melhor se a narrativa fosse em outra Terra.
A história começa lenta e pode desagradar alguns fãs, mas tem bons momentos. As interações com a Liga funcionam e vale dizer que seria interessante se a equipe tivesse mais integrantes. Exemplo seria a adição de Aquaman, Vixen ou da mágica Zatanna, que tem cartazes de seu show espalhados pelo mapa.
Falando da cidade de Metrópolis, o jogo construiu uma boa ambientação, com alguns monumentos e pontos interessantes, da Sala da Justiça ao Planeta Diário.
É possível jogar com os quatro personagens principais e, de maneira básica, os comandos são iguais. Você corre, pula, atira, desliza, lança granadas e dá golpes corporais. As armas variam por classe e raridade. Assim, itens melhores vêm à medida que o jogo avança. O combate corporal tem pouca variação e deixa a desejar. Trajes são customizáveis e alguns são ofertados na loja.
A movimentação pelo mapa varia. Arlequina usa uma garra mecânica, Pistoleiro utiliza uma mochila a jato, Bumerangue possui uma manopla da Força de Aceleração e o Tubarão Rei tem saltos carregados. Há como alternar entre todos ou passar pela história com o mesmo membro.
Os inimigos não são muito variados. As lutas contra os “chefes”, heróis corrompidos da Liga, são boas. O Flash é realmente rápido e só sofre dano quando um dispositivo o enfraquece; a mesma lógica é utilizada contra o Lanterna Verde.
De modo geral, o combate é frenético e divertido. O problema é que certos estilos de missão começam a se repetir, tanto nas principais quanto nas secundárias.
Os elementos de serviço aparecem nos objetivos diários e nas futuras expansões gratuitas: virão novas missões e mais personagens jogáveis. No momento, uma conexão à internet é necessária para jogar, mesmo na campanha offline. O site oficial do jogo informa que uma atualização sairá neste ano para permitir experiências sem conexão online.
Graficamente, o título é muito bom, apesar de certas falhas nas texturas dos ambientes. A paleta de cores funciona e diferencia Metrópolis de Gotham - ainda que a iluminação não repita a qualidade.
Nos consoles, o jogo se propõe a atingir 60 FPS (taxa de quadros por segundos). Alguns momentos de queda nos quadros foram notados no PS5. Na tela exibida, os indicadores podem ser personalizados.
O tempo de carregamento é compatível com obras da nova geração. Ao selecionar uma campanha em andamento, o mapa abre após dez a 15 segundos. O modo online tende a apresentar mais problemas técnicos.
Falando de som, a trilha sonora é boa e a localização em português é ótima, com tradução pontual. A dublagem, sincronizada e elogiável, tem vozes que remetem às animações da DC. Vale destacar o Flash, dublado por Alexandre Drummond, intérprete de Barry Allen na versão brasileira da série de televisão.
"Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça" é um jogo que poderia ser melhor se fosse uma aventura totalmente para um jogador, sem tanto foco em microtransações e missões repetitivas. O modelo, que ainda vai incluir um passe de batalha, não funcionou tanto.
A história tem boas ideias, mas não parece combinar com o universo que já existia. Como atualizações desse enredo virão, é possível que tudo isso (sem spoilers) seja revertido futuramente.
Mesmo assim, a jogabilidade diverte bastante. O mapa é bom e os combates principais possuem boa articulação. Pode ser uma experiência agradável para fãs da DC, principalmente jogando com amigos e em uma promoção. Com as atualizações gratuitas, o jogo pode crescer em conteúdo. Porém, pela recepção mista, é difícil dizer se muitas expansões virão.