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Filme inspirado da obra de Paula Pimenta fala de amor, sonhos e expectativas
Vida & Arte

Filme inspirado da obra de Paula Pimenta fala de amor, sonhos e expectativas

Obra baseada no livro de Paula Pimenta envolve o espectador no mundo "cor de rosa" da protagonista, com boas atuações e roteiro fiel
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As amigas Fani, Gabi e Natália em
Foto: Diculgação/Prime Video As amigas Fani, Gabi e Natália em "Fazendo Meu Filme", adaptação do livro homônimo Paula Pimenta

Baseado na obra de Paula Pimenta, "Fazendo Meu Filme" estreou na última quarta-feira, 14, no Prime Video. O público aguardou quase três anos desde as gravações para vibrar com a história do livro em uma tela de cinema, mas uma mudança de planos na produção acabou levando o longa para o serviço de streaming.

Isso, no entanto, não desanimou os fãs da série de livros homônima, que receberam com carinho a história de Estefânia (Bela Fernandes) - que prefere ser chamada de Fani -, uma adolescente apaixonada por cinema, que tem uma reviravolta em sua vida quando passa em uma seleção para estudar um ano no exterior. Ela precisa lidar com conflitos ao ter que se preparar para essa grande mudança, enquanto descobre uma paixão pelo seu melhor amigo.

O longa provou que é possível fazer uma adaptação fiel como os fãs sempre sonharam e apresentar um romance clichê capaz de surpreender pela forma cinematográfica como os eventos são apresentados.

O ritmo faz o espectador mergulhar facilmente no "mundo cor de rosa" da protagonista, com um roteiro em que a maioria das falas são reproduzidas exatamente como no livro. Mesmo com o tempo padrão das comédias românticas - que tem, em sua maioria, 90 minutos - o longa dirigido por Pedro Antonio conta com um bom desenvolvimento, mostrando todos os momentos conhecidos pelos leitores, seja com a cena integral ou mostrados como "flashbacks".

Um exemplo é quando Fani, Natália (Júlia Svacinna) e Gabi (Alanys Santos) estão conversando sobre a visita delas a uma cartomante. A cena não mostra elas com a mulher, apenas um rápido flashback, mas é o suficiente para comprovar que cada detalhe do livro estava no filme.

Desde o início, o público se sente dentro da mente de Fani por meio da quebra da quarta parede. Após a apresentação do enredo e dos personagens, o recurso, porém, pode incomodar. Ainda assim, a sensação no final é que o público se torna o melhor amigo da protagonista, por conhecer seus pensamentos mais íntimos.

A química entre Bela e Xande Valois - que faz o Leo, o melhor amigo -, é inegável. Os dois desaparecem nos personagens e fazem o público torcer pelo final feliz do casal até o último minuto. O restante do elenco está no mesmo nível, com destaque para Alanys e Julia. As amigas da protagonista roubam a cena nos momentos em que aparecem, seja nos cômicos ou dramáticos.

Alanys recebeu muitos comentários pela forma como personificou tão bem a Gabi. E mostrou desenvoltura ao incorporar a adolescente rebelde de tom irônico na maior parte do longa, além de emocionar na cena em que tem que se despedir da melhor amiga.

O elenco adulto também não decepcionou. A atriz Samara Felippo, que interpretou a mãe, conseguiu apresentar bem a autoridade mascarada de simpatia que marca a personagem. O mesmo não ocorreu com Saulo Rodrigues como o pai da Fani, que parece ser apenas um adereço para a personagem de Samara. No livro, entretanto, João Otavio tem uma relação mais próxima com a filha e participa ativamente da vida dela.

No entanto, a ambientação não complementou tanto a história como deveria. O filme se passa na primeira década dos anos 2000, assim, era de se esperar objetos que remetessem a época em todos os cenários. No entanto, os itens nostálgicos ficaram restritos ao quarto da Fani, a televisão na casa da Gabi e os celulares dos personagens. Nos outros cômodos, na escola e no cenário da festa, isso não está tão evidente.

A trilha sonora foi capaz de guiar o público pelas emoções durante o longa. Cada música de fundo usada nas cenas alegres ou de drama dão significado ao que os personagens estão sentindo. Esse comentário, porém, tem suas exceções, como na cena final de Leo e Fani ao som de "Perfect", do Ed Sheeran, lançada em 2017. A canção se encaixa bem no que a cena quer passar, mas escolher uma música condizente com a época em que se passa o filme traria um "algo a mais" para a cena.

A adaptação de "Fazendo Meu Filme" não apresenta um enredo tão surpreendente, e ainda assim é um filme bem feito que satisfaz e apresenta bem tudo que a obra quis transmitir. É uma grande adição ao gênero de romance brasileiro e ao público que estava carente de comédias românticas no estilo dos anos 2000.

Agora, resta a expectativa para saber se vamos poder acompanhar o restante da história da garota apaixonada por cinema. A produção já provou que tem a equipe certa para entregar o "filme de amorzinho" que, com certeza, entraria para a coleção da Fani.

Filme "Fazendo Meu Filme"

Onde assistir: Prime Video

Livro "Fazendo Meu Filme"

Quanto: R$ 52,97

Onde adquirir: www.amazon.com

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