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Drag Brunch Ceará populariza a arte drag na Capital
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Drag Brunch Ceará populariza a arte drag na Capital

Drag Brunch Ceará populariza a arte drag em Fortaleza por meio de performances e dublagem para todos os públicos
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Drag queen Alpha Killer, uma das idealizadoras do Drag Brunch Ceará (Foto: Movente/Divulgação)
Foto: Movente/Divulgação Drag queen Alpha Killer, uma das idealizadoras do Drag Brunch Ceará

Já imaginou tomar um café da tarde assistindo a uma apresentação em sequência de drag queens fazendo dublagem e vogue? Bom, esse é o conceito de um Drag Brunch: reunir performances de artistas que geralmente atuam em boates e casas de show a um cardápio de café da manhã tardio, com bebidas refrescantes.

Em 2023, foi a vez do Ceará ter a sua versão do evento. Encabeçada por Marcos Rodrigues (que é a persona drag Alpha Killer) e pela queen Supremmas, o Drag Brunch Ceará já vai para a 4ª edição. Com data marcada para 25 de fevereiro, no restaurante É Sim - Comer e Beber, o show reúne 10 drag queens locais com Deydianne Piaf e Mulher-Barbada entre as artistas.

A ideia de realizar esse tipo de espetáculo partiu de Rodrigues, que conheceu o conceito de Drag Brunch em 2022, por meio de vídeos do Tik Tok. No entanto, não imaginou que seria possível realizar esse tipo de evento em Fortaleza. “Vi que começou a acontecer aqui no Brasil, em São Paulo, Porto Alegre e Brasília, mas não havia nada do tipo no Norte nem no Nordeste”, conta.

“Então, decidi estudar a possibilidade de fazer o evento na Capital, até achar o restaurante que pudesse comportar a estética do evento, que tivesse um camarim, porque um dos principais critérios era ter espaço para as artistas se trocarem”, continua Alpha Killer. “Foram cerca de quatro meses de estudo somente através de vídeos no youtube, para enfim conseguir tirar do papel”, revela.

Mudar o horário do Drag Brunch do final da manhã para o fim da tarde foi uma das adaptações feitas para a concepção do evento, por causa do clima do Estado. Para a escolha do restaurante os critérios foram uma boa visibilidade para público, localização central e um espaço que acolhesse a comunidade LGBTQIAP+.

Supremmas, que atua como drag queen há 5 anos na Cidade, afirma que topou encarar a aventura após perceber o desgaste da cena local. “É uma arte extremamente desvalorizada, onde nos tornamos o grande espetáculo da noite e ganhamos pouco por isso”, salienta a também influenciadora.

A artista destaca que o evento é uma forma de apresentar a arte drag para o público geral de modo simples. “A partir do momento que você coloca uma peruca na cabeça, as pessoas passam a te olhar diferente. Então, o Drag Brunch é uma forma de levar informações sobre a arte drag sem fazer isso de modo engessado, sem termos que promover uma palestra para explicar o que é uma drag queen, mas que as pessoas pudessem entender a partir do show”, ilustra.

O contato direto com quem assiste é um dos grandes diferenciais do show, em relação a apresentação em boates. “É algo surreal, libertador, porque na noite estamos acostumados com algumas coisas que ocorrem, o público nem sempre é tão receptivo nas boates”, explica Rodrigues.

“Muitas das meninas vieram comentar comigo que reacenderam um fogo, uma chama que estava apagada. O Drag Brunch é inspirador, faz ver que a arte é valorizada, amada”, enfatiza Marcos que interpreta a drag queen Alpha Killer.

O espetáculo é um modo de oferecer mais oportunidades de emprego para as artistas do meio também. “O Drag Brunch surgiu para mudar o cenário, as manas estavam desgastadas com os promoters das festas que pagavam no máximo R$ 70 por uma apresentação na noite”, revela Supremmas.

“Nossa cena atual está muito fechada para uma bolha, as casas (de show) não estão mais abraçando as drags, sugaram o que tinha das artistas e hoje as boates que eram os palcos que tínhamos foram diminuindo”, expõe Marcos. “Eu só tinha um ano de drag quando decidi fazer o Drag Brunch, de início foi uma luta porque nem todos queriam abraçar.Mas conseguimos levar as drags para o horário comercial em um restaurante bem frequentado”, destaca.

O primeiro desafio para fazer o show acontecer era apresentar o conceito de Drag Brunch para o público fortalezense. As duas artistas contaram com as redes sociais como principal meio de disseminação para garantir o público do evento. O conteúdo foi crucial para garantir que os ingressos esgotassem rapidamente, a terceira edição vendeu tudo em dois dias, segundo Alpha Killer.

Compreender a logística do Drag Brunch também foi uma questão que apareceu durante o processo de desenvolvimento do espetáculo. Marcos conta que aprendeu tudo com vídeos no Youtube, a partir de vlogs de criadores de conteúdo que iam até o evento. “Fico bem orgulhoso em conseguir distribuir 10 performances em 2 horas, com interação e piadas”, diz o artista, que produz o roteiro do evento.

“A primeira edição foi um grande aprendizado. Quando entrei no ramo como drag, tinha feito um evento com a Supremmas que foi uma ballroom e isso foi meu despertar para produzir”, conta Alpha Killer. “Nunca tinha montado um roteiro de um evento, fui no que seria mais confortável tanto para mim quanto para as outras (drags), não sabia o que esperar, tudo foi de cara, tinha o cronograma, o sonho e vamos”, pontua.

Drag Brunch

  • Quando: domingo, 25, às 18 horas
  • Onde: É Sim - Comer e Beber (r. Waldery Uchôa, 235 - Benfica)
  • Mais informações: @dragbrunchceara

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