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Exposição gratuita reúne obras de alunos do Porto Iracema
Vida & Arte

Exposição gratuita reúne obras de alunos do Porto Iracema

Feita com trabalhos de alunos do Porto Iracema, "À Margem: Visualidades expelidas num mar incendiário" está aberta no Hub Cultural Porto Dragão
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Jorge Lima (Foto: Micaela Menezes/Divulgação)
Foto: Micaela Menezes/Divulgação Jorge Lima

Os alunos da Escola Porto Iracema das Artes estão em destaque na exposição coletiva "À Margem: Visualidades expelidas num mar incendiário", que está aberta ao público no Hub Cultural Porto Dragão até o dia 22 de março. Com inspirações que flutuam entre a cidade de Fortaleza, escapismo, turismo e sentimentalidades, o espaço está decorado com o trabalho feito a partir da subjetividade de cada artista.

Na exposição, expressões como desenho, pintura, colagem, textos e fotografia se fazem presentes. Os projetos são resultado do trabalho dos alunos do Programa de Formação Básica em Artes Visuais do Porto Iracema das Artes. Natália Rabelo, que apresenta colagem digital, conta que se inspirou em fotografias feitas pela sua turma na Ponte Metálica. "Também tive como referência um livro intitulado 'Reflexões sobre a Cor', e a partir da leitura desse livro, pude procurar cores presentes na natureza para trazer outra possibilidade de edição para a fotografia que usei", afirma.

A artista usa também um trecho da música "Açaí", de Djavan, em seu material: "É uma canção que escuto com uma certa frequência, e no momento em que pude visualizar a colagem, foi o trecho que me ocorreu como título. Além disso, meu trabalho fala também sobre a importância que a Ponte Metálica tem para a realidade de quem usufrui daquela praia. Pular da ponte é um impulso de vida. Vôo livre é que desejo com a concretização deste trabalho".

Natália explica que o período de produção da colagem foi um momento principalmente de autoconhecimento, mas também foi oportunidade para conhecer outros artistas e a percepção do trabalho realizado nos bastidores de uma exposição.

"O que eu desejo transmitir é uma mensagem de desejo, vontade e potência, para tudo aquilo que emite esperança na vida, no amor e no plural. Mas acredito também que meu trabalho permite que você crie sua própria mensagem", aponta Natália.

Incluso na exposição, "Escapismo Rumo ao Etéreo" é o nome do projeto apresentado pela artista Thalita Florêncio, que aborda a fuga da juventude de sua própria realidade. "Me veio a inspiração dos escapismos da juventude atual e a dos anos 1990 também; é sobre o que os jovens utilizam para poder escapar da realidade. Como, por exemplo, a questão das drogas, música, bebidas… são os modos que as pessoas usam para escapar da realidade que elas não querem lidar", explica.

Como inspiração, a jovem trouxe referências dos filmes "Kids", de Larry Clark; "Mid90s", de Jonah Hill e sua vivência na adolescência e infância: "Na infância eu fui uma garota muito quieta, no entanto, eu via as pessoas, ao meu redor fazendo coisas que não eram pra idade delas. E faziam exatamente isso como um modo de escapar da realidade".

O trabalho de Thalita foca principalmente na ideia de prazer máximo, inconsequências. Segundo a artista, a ideia é concretizar a ideia de "eu sou jovem, depois penso nisso". "Isso que eu queria transmitir é o etéreo mesmo, essa coisa de você chegar no ápice e esquecer da realidade", diz.

Já Jorge Lima, que também compõe a exposição "À Margem: Visualidades expelidas num mar incendiário" com seu trabalho, trouxe memórias e cenários de Jericoacoara em sua obra. "Uma das inquietações que mais impulsionou esse trabalho foram como minhas memórias sobre Jeri vão entrando cada vez mais em descompasso com o que pude observar no presente", conta.

"A questão que pretendo levantar diz respeito às possibilidades, ou a falta delas, de um turismo que seja guiado por interesses públicos", explica o artista, que comparou o momento atual de Jericoacoara com o turismo de 1980.

Para ele, a cultura de turismo na vila cearense gerou mudanças físicas no ambiente e entre a população local: "Volumosos investimentos vão modificando as paisagens, o cotidiano da comunidade nativa e toda sua herança cultural. Atividades como a pesca e o artesanato resistem até o presente, mas vão sendo incorporadas na lógica do turismo e transformadas em mercadorias que fazem parte do 'pacote' turístico".

Camila Alves, coordenadora do Programa de Formação Básica em Artes Visuais do Porto Iracema, declarou a importância da exposição: “Encaro esse momento como um espaço especial de apreciação de processos individuais que tenho acompanhado desde a seleção de estudantes dessa turma de 2023. Há potência, há desejo, há trajetória em cada obra, há esperança de que seja a primeira de muitas exposições no caminho de cada artista presente na exposição”.

Além de Natália, Thalita e Jorge, também serão exibidas na "À Margem: Visualidades expelidas num mar incendiário" obras autorais dos artistas: Agatha, Amanda Menezes, Ane Luz, Carlos Daniel, Emmanuel T. Carmo, Emanuelle P., Hannah Rodrigues, Ícaro Reis, Lorenzo, Maddu, Pedro Davi, Samuel Torres e Shay Luiz Castro.

À Margem: Visualidades expelidas num mar incendiário

  • Quando: até sexta-feira, 22 de março
  • Onde: Hub Cultural Porto Dragão (R. Bóris, 90 - Centro)
  • Gratuito 

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