Natural de Nazaré da Mata, em Pernambuco, Luiz Lins tem ganhado cada vez mais alcance no universo do rap e R&B. No próximo sábado, 24, ele retorna a Fortaleza para apresentação no Festival Zepelim.
Ele lançou sua primeira canção em 2016, ano em que o rap nacional começou a ganhar grande destaque nas plataformas musicais. Com participação em três músicas da Poesia Acústica, o artista logo se tornou um expoente no cenário musical.
No final de julho de 2023, o pernambucano lançou o álbum "Plástico", o primeiro da carreira. O trabalho aborda sua própria subjetividade com temas de sua vida pessoal, como fé e abandono.
Sobre as influências que o fizeram construir sua identidade musical e começar no universo artístico, Luiz afirma que o lugar onde morou com sua família tem forte relação: "Na minha família, muita gente toca instrumentos e tinha muitas músicas diferentes dentro de casa. Eu tive um contato (com a música) muito cedo e muito afetivo. Eu nunca pensei em trabalhar com isso, era pela paixão".
Autorreferenciado como um artista versátil musicalmente, Luiz conta que seu próprio gosto como ouvinte o faz atravessar diversos gêneros, o que o faz não querer ser categorizado em uma só "caixinha".
Ele aponta: "Não tenho nenhuma questão em ser definido como rapper, mas essa só é uma das faces do meu trabalho. Não que eu seja uma pessoa de inúmeras habilidades, mas é realmente só uma das coisas que eu faço. Eu definiria o meu (som) como urbano".
Em relação às passagens pelo projeto Poesia Acústica, do qual ele participou das canções 2, 12 e 15, Luiz destaca que a iniciativa responsável por impulsionar sua carreira e lhe apresentar para novos públicos.
"Foi um impacto muito forte na minha carreira. É um lugar de exposição ótimo para o meu trabalho. É um convite também afetivo, um produto que tem um extremo alcance e me transportou muito. É um projeto que eu gosto de fazer porque eu desenrolo, sou bom", diz.
Já o seu trabalho solo, recentemente agrupado no disco "Plástico", Luiz define como um projeto "quase totalmente" subjetivo: "Não é que seja uma obra inteiramente biográfica, apesar de ter essa via, mas ela também parte do ponto de vista do observador".
A obra começou a ser idealizada em 2018, período que envolveu "um milhão" de transformações. "A vida aconteceu. Anos de mudanças, inclusive nos instrumentais, na parte sonora, foi muito imersivo", complementa.
O artista teve algumas das canções regravadas por grandes nomes, como João Gomes, que regravou "Mete Um Block Nele", e Ludmilla e Gloria Groove, que deram nova interpretação ao hit "A Música Mais Triste do Ano".
"Eu acho legal pra caramba quando isso acontece. As ideias estão aí para serem captadas de alguma forma. Quando eu componho uma música, aquilo é o que eu tenho a dizer sobre aquela ideia, aquilo é o meu produto em cima daquela ideia. Quando uma pessoa vai e regrava ele, ela mostra aquilo que tem a dizer em cima da minha ideia", desenvolve o artista.
Empolgado com os seus trabalhos que foram regravados, ele continua: "É como se fosse o multiverso daquilo que fiz, como se fosse o múltiplo das personalidades de uma música do ponto de vista artístico. Você pode revisitar com várias ópticas a mesma ideia em relação à sonoridade".
Essa mistura estará presente no show do Festival Zepelim, visto que Luiz se apresenta ao lado do artista pop Ivyson, a quem ele garante que está ansioso para vivenciar o resultado da parceria. "Embora não seja o nosso o primeiro contato, vamos estar juntos pela primeira vez no palco. Gosto do trabalho que ele faz e acho que vai fluir bem".
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Luiz Lins no Zepelim