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O melhor é a mistura de ritmos: análise do Rock In Rio 2024
Vida & Arte

O melhor é a mistura de ritmos: análise do Rock In Rio 2024

Neste ano, Rock In Rio celebrou quatro décadas de música e popularizou ainda mais os sons. Em sete dias de evento, foram cerca 750 artistas e 500 horas de música
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Will Smith faz alusão ao Brasil e 
fala português em pocket show no RIR (Foto: Anne Karr/Divulgação RIR)
Foto: Anne Karr/Divulgação RIR Will Smith faz alusão ao Brasil e fala português em pocket show no RIR

Pluralidade. É essa a palavra que vem à minha mente quando as pessoas perguntam como foi a experiência vivida durante a edição de 40 anos de Rock In Rio, que aconteceu na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, neste mês.

Apesar da grande quantidade de shows, com mais de 750 apresentações e 500 horas de som rolando, o evento mostra que nessas quatro décadas ele transcende as percussões, cordas e vocais, ele é sobre comportamento, sobre pessoas e momentos. Ainda sem grandes detalhes, a edição 2026 foi confirmada por Roberta Medina, vice-presidente executiva da Rock World, organizadora do evento.

Se lá em 1985, quando eu tinha seis anos, e o evento trouxe Cazuza cantando “Pro Dia Nascer Feliz”, em uma esperança com o fim da Ditadura no Brasil com a eleição indireta de Tancredo Neves, tivemos a mesma música.

Desta vez na voz de Ney Matogrosso, que também se apresentou na primeira edição, inclusive sendo o primeiro artista a pisar no palco, mas para um público mais alienado politicamente.

Outra comparação inevitável, que divide esse período, é que o grande hit daquela época foi “Love of My Life”, cantada por todo o público, junto com Freddie Mercury, vocalista da banda Queen. O fato foi tão marcante para ele, que entrou em cena no filme “Bohemian Rhapsody”, de 2018.

Já em 2024, o momento mais marcante, com todas as pessoas cantando, das crianças aos idosos, do gramado aos estandes e área vip, foi no show de estreia da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó o clássico “Evidências”, que muitos arriscam a chamar de segundo hino nacional brasileiro.

Tão fato gera ainda mais polêmica na participação dos irmãos, nascidos no interior de São Paulo e pioneiros do ritmo sertanejo no País, inclusive identificado como sertanejo raiz, bem criticado por outros artistas do “rock”.

Mas ficou claro que o Rock In Rio acertou na estratégia de mesclar ainda mais os ritmos e estilos de norte a sul do Brasil, o que enfatiza a nossa pluralidade e diversidade de estilos.

O canadense Shawn Mendes encerrou esta edição do Rock in Rio mostrando aos fãs que é possível um bom retorno, após uma pausa de dois anos na carreira para cuidar da sua saúde mental, questão bem frequente atualmente, que acomete até os mais jovens.

Também entre os headliners, o festival trouxe outros nomes como Travis Scott, Imagine Dragons, Avenged Sevenfold, Ed Sheeran e Katy Perry. O britânico Ed Sheeran agradou o público, atento e centrado, levando a turnê The Mathematics, que o mostrou em uma versão mais intimista, com voz, violão e pedais.

A estudante de Salvador, Bahia, Luiza Gonçalves, foi uma das muitas fãs que se encantou com o artista britânico."Fiquei muito animada quando soube que o Ed ia se apresentar no Rock in Rio, porque eu e minha irmã a gente gosta muito dele, e escuta ele, desde os 14 anos", disse.

A música que ela estava mais esperando era Perfect porque é especial para ela e o namorado que mora na França. "Foi a primeira música que a gente dançou juntos da gente começar a namorar. No nosso segundo encontro a gente dançou essa música também", relembra a estudante.

Em sua opinião, ele é um bom compositor e as músicas emocionam porque a maioria delas são românticas e falam de sentimentos dor de amor e de alegria.

"Não só eu, mas várias pessoas que estavam ali ao meu lado estavam emocionadas, chorando. E é muito bonito ver um artista transmitir isso nessa conexão para o público", revelou.

Só mulheres

Katy Perry, que encerrou o Dia Delas, dedicado inteiramente a artistas mulheres, nacionais e internacionais, atraiu um pessoal que deixou o preto de lado e apostou em looks mais claros, especialmente na cor rosa. A artista também atraiu muitas crianças que puderam conferir as canções do novo álbum 143 e seus fãs são mais do estilo tradicional que esgoto os ingressos e chega de madrugada para assistir bem de perto.

Hot N Cold, I Kissed a Girl e Roar fizeram as pessoas se animar e ficou alternando seus hits com as novas apostas. Um momento de destaque, ainda, foi quando chamou ao palco Cyndi Lauper e cantaram juntas Time After Time. Cyndi havia cantado no mesmo palco horas antes.
Figura central do pop nos anos 1990, Cyndi, aos 71 anos, subiu pela primeira vez no Rock in.

Além de caristámica mostrou-se engaja politicamente e pediu ao público que incluísse o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump na lista dos “idiotas”. True Colors e Girls Just Want to Have Fun foram as canções mais vibradas.

Entre os destaques do dia exclusivo feminino do evento, a brasileira, que já se apresentou 19 vezes, Ivete Sangalo chamou a atenção no Palco Mundo e ainda provou chamando o evento de Rock In Rio Carnaval.

Lotou e agitou o público com seus hits baianos que transcendem gostos por estilos musicais. Surpreendeu o público voando em cima das pessoas ao som de “Eva”.

Impressões

Para a cearense, Roberta Souza, 31, jornalista, os shows de Ivete Sangalo, Cindy Lauper e Katy Perry foram memoráveis, demonstrando toda a potência do encontro entre a música brasileira e a internacional.

"Vivi meu primeiro Rock in Rio na última sexta-feira (20). Foi uma decisão de última hora, uma semana antes, pois ganhei o ingresso de um amigo querido. Fiquei positivamente impressionada com a estrutura do festival, especialmente dos palcos Sunset - o mais bonito, na minha opinião - e Mundo - gigante!", contou.

Ela ainda elogiou a logística de acesso à cidade do Rock, com metrô e BRT 24h. "Lição que pode ser aproveitada por outros festivais. Banheiros bem estruturados e distribuição gratuita de água mostraram preparação da produção para lidar com o grande público. Já quero voltar!", revelou.

Os cearenses Talyson Bandeira e Roberta Braga no RIR 2024(Foto: Talyson Bandeira/ Arquivo pessoal)
Foto: Talyson Bandeira/ Arquivo pessoal Os cearenses Talyson Bandeira e Roberta Braga no RIR 2024

Já o também cearense Talyson Bandeira, 31, engenheiro de transportes, foi para ver, principalmente, Mariah Carey, Cindy Lauper, Ivete e Katy Perry, mas disse que se surpreendeu muito com os show da Karol G e do Ne-Yo.

"Tirando o da Mariah, os demais (shows) tinham uma estrutura visual e o uso de elementos mais diferentões, tipo a água da Karol G e a borboleta da katy perry. Achei tudo muito bom, amplo, organizado, e estrutura de banheiro muito boa por não serem químicos", analisou.

*A jornalista viajou para o Rio de Janeiro a convite da Coca-Cola

Só mulheres

A cantora Katy Perry, que encerrou o Dia Delas, dedicado inteiramente a artistas mulheres, nacionais e internacionais, atraiu um pessoal que deixou o preto de lado e apostou em looks mais claros, especialmente na cor rosa. A artista também atraiu muitas crianças que puderam conferir as canções do novo álbum, "143". Seus fãs são mais do estilo tradicional que esgota os ingressos e chega de madrugada para assistir bem de perto.

"Hot N Cold", "I Kissed a Girl" e "Roar" fizeram as pessoas se animar. A cantora ficou alternando seus hits com as novas apostas. Um momento de destaque, ainda, foi quando chamou ao palco Cyndi Lauper e cantaram juntas "Time After Time". Cyndi havia cantado no mesmo palco horas antes.

Figura central do pop nos anos 1990, Cyndi, aos 71 anos, subiu pela primeira vez no RIR.

Além de carismática, mostrou-se engajada politicamente e pediu ao público que incluísse o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump na lista dos "idiotas". "True Colors" e "Girls Just Want to Have Fun" foram as canções mais vibradas.

Entre os destaques do dia exclusivo feminino do evento, a brasileira, que já se apresentou 19 vezes no evento, Ivete Sangalo chamou a atenção no Palco Mundo e ainda provou chamando o evento de Rock In Rio Carnaval.

Lotou e agitou o público com seus hits baianos que transcendem gostos por estilos musicais. Surpreendeu o público, voando em cima das pessoas ao som de "Eva".

 

Impressões

Para a cearense Roberta Souza, 31, jornalista, os shows de Ivete Sangalo, Cindy Lauper e Katy Perry foram memoráveis, demonstrando toda a potência do encontro entre a música brasileira e a internacional.

"Vivi meu primeiro Rock in Rio. Foi uma decisão de última hora, uma semana antes, pois ganhei o ingresso de um amigo querido. Fiquei positivamente impressionada com a estrutura do festival, especialmente dos palcos Sunset - o mais bonito, na minha opinião - e Mundo - gigante!", contou.

Ela ainda elogiou a logística de acesso à cidade do Rock, com metrô e BRT 24 horas. "Lição que pode ser aproveitada por outros festivais. Banheiros bem estruturados e distribuição gratuita de água, mostraram preparação da produção para lidar com o grande público. Já quero voltar", revelou.

Já o também cearense Talyson Bandeira, 31, engenheiro de transportes, foi para ver, principalmente, Mariah Carey, Cindy Lauper, Ivete e Katy Perry, mas disse que se surpreendeu muito com os show da Karol G e do Ne-Yo.

"Tirando o da Mariah, os demais (shows) tinham uma estrutura visual e o uso de elementos mais diferentões, tipo a água da Karol G e a borboleta da Katy Perry. Achei tudo muito bom, amplo, organizado, e estrutura de banheiro muito boa por não serem químicos", analisou.

 

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