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ESG + Música: a batida verde nos festivais
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO

ESG + Música: a batida verde nos festivais

Na edição dos 40 anos, Rock In Rio mostra que o futuro é hoje e ações mais sustentáveis de marcas e do público são possíveis que acontecerem na prática
Tipo Notícia
TIME Coca-Cola com Roberta Medina, VP do Rock In Rio (Foto: Gabriel Suares | G2.films)
Foto: Gabriel Suares | G2.films TIME Coca-Cola com Roberta Medina, VP do Rock In Rio

Já imaginou ir em um evento com mais de 100 mil pessoas por dia e ver tudo limpo? Pois foi isso que aconteceu no Rock In Rio 2024, que encerrou ontem, 22, no Rio de Janeiro.

Parte desse feito se deu por algumas mudanças nas operações, como a parceria do evento com a Coca-Cola e outras marcas, como Heineken, Red Bull e Braskem, que se uniram e usaram copos reutilizáveis, promovendo o descarte correto dos resíduos.

A iniciativa evitou a geração de 14 mil toneladas de lixo na edição de 40 anos do evento. Para incentivar o público, descontos foram dados na compra das bebidas para quem já tinha os copos. Outras empresas fizeram ativações de marca, presenteando o público com os objetos.

Lançamento das ações sustentáveis da Coca-Cola no Rock In Rio(Foto: Gabriel Suares/g2films)
Foto: Gabriel Suares/g2films Lançamento das ações sustentáveis da Coca-Cola no Rock In Rio

Ao final do festival, os resíduos foram coletados por cooperativas de catadores da Associação Nacional dos Catadores (Ancat). A Coca-Cola efetuará a compra do material.

Dança cinética

A tradicional marca de refrigerantes foi além. No seu espaço privativo, o Coke Studio, apostou em um local 100% com soluções de energia limpa para sua participação no evento. Inspirada em grandes turnês mundiais, como a da banda britânica Coldplay, conhecida pela sua preocupação com o meio ambiente, a Coca trouxe a EcoPista em parceria com a Neoenergia.

A ideia é que, ao dançar, as pessoas produzam energia por meio de placas desenvolvida para captação desse movimento. A energia é armazenada e volta para o Studio. Foi possível acompanhar com um medidor tudo que era produzido.

EcoPista no Coke Studio que funciona com a energia cinética das pessoas dançando sobre placas (Foto: Gabriel Suares/g2films)
Foto: Gabriel Suares/g2films EcoPista no Coke Studio que funciona com a energia cinética das pessoas dançando sobre placas

Durante os sete dias de evento, foram gerados 240W o que é suficiente para manter 336 televisões, 3,7 mil lâmpadas ou 5,6 mil caixinhas de som bluetooth ligadas por uma hora.

A presidente da Coca-Cola Brasil, Luciana Batista, acredita que as ações nesta edição sejam o 'novo normal' dos festivais nos próximos anos. Já a vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina, destacou a relevância da união da cadeia produtiva para que iniciativas de ESG sejam mais rápidas e efetivas.

"Juntos e comprometidos, poderemos incentivar desenvolvedores de tecnologia, startups e investidores a trazer soluções que tornem nossos eventos e shows verdadeiramente sustentáveis, sem penalização financeira para os negócios", ressaltou.

A presidente da Coca-Cola Brasil, Luciana Batista e a vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina no Coke Studio falam sobre ações sustentáveis para festivais(Foto: Gabriel Suares/g2films)
Foto: Gabriel Suares/g2films A presidente da Coca-Cola Brasil, Luciana Batista e a vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina no Coke Studio falam sobre ações sustentáveis para festivais

Comportamento

A diretora de Sustentabilidade e Relações Corporativas da Coca-Cola Brasil, Katielle Haffner, acredita que essas pequenas ações possam ser utilizadas pela população no seu dia a dia, nas escolas, nos locais de trabalhos e em suas comunidades.

"O festival é um grande laboratório, é um lugar onde a gente traz experiências diferentes e gera conversa com o público consumidor. As pessoas pensam que tudo que é sustentável é mais caro, mas na real não é. Temos que ter essa mudança de hábito", diz.

Uma garrafa de refrigerante pet retornável equivale entre 15 e 35 idas e vindas até ser enviada para reciclagem. O que reduz o consumo de plástico de uso único.

Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, disponibilizou muitos coletores de resíduos durante os sete dias de evento(Foto:  Gabriel Suares | G2.films)
Foto: Gabriel Suares | G2.films Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, disponibilizou muitos coletores de resíduos durante os sete dias de evento

Outra iniciativa da marca foi a criação da garrafa universal que uma mesma embalagem serve para diversas marcas. A inovação foi criada no Brasil e no Chile e hoje está em mais de 30 países.

Outra marca da companhia, a Sprite, também inovou e passou a ser engarrafa em embalagem transparente em vez da verde. Isso impacta na melhor qualidade do material reciclado e fomenta a circularidade do plástico. O pet cristal é mais valioso e mais rentável para os catadores.

No festival, a Ancat mobilizou 11 cooperativas e mais de 100 pessoas da Rede Movimento que atuaram na triagem dos materiais. "Para os catadores, isso é a valorização de um trabalho que eles fazem e que muitas vezes é invisibilizado", disse Fábio Sidrim, diretor da Ancat.

 *A jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Coca-Cola

ONU

Muitas cearenses, entre elas, a Natália Tatanka, fundadora e CEO do Giardino Buffet estiveram presentes no SDGs in Brazil 2024, o maior encontro de sustentabilidade corporativa do mundo, realizado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

Entre os encontros por lá, Natália se reuniu com investidores de impacto social, compartilhando a experiência do Giardino, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, como exemplo a ser replicável em outros territórios vulneráveis.

O Giardino Buffet nasceu como negócio de impacto e alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como igualdade de gênero (ODS 5), trabalho decente (ODS 8) e redução das desigualdades (ODS 10).

Cearenses participam de ações na Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos(Foto: Arquivo pessoal Natália Tatanka)
Foto: Arquivo pessoal Natália Tatanka Cearenses participam de ações na Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos

Desde 2021, gera oportunidades de melhoria de vida para mulheres, proporcionando geração de renda mínima estável e garantia de emprego.

A equipe do Giardino é composta por mulheres que fizeram cursos na Escola de Gastronomia Autossustentável do Movimento de Saúde Mental e contam com a orientação do programa Gastronomia Social, ação de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Também presente ao evento Ticiana Rolim, fundadora e presidente da Somos Um, que anunciou que o evento Conexão ODS, que realiza em parceria com o Pacto Global no Brasil, acontecerá emagosto de 2025, em Natal, no Rio Grande do Norte.

Ainda sem muitos detalhes da parte operacional, Ticiana confirmou que o evento, que teve sua primeira edição no Beach Park, no Aquiraz, no Ceará, contará com palestrantes locais, nordestinos, nacionais e internacionais. O Sebrae-RN será o parceiro local da Somos Um.

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