Além de representantes do teatro, o Vida&Arte ouviu artistas fortalezenses de diferentes linguagens sobre anseios para a futura gestão que se inicia em janeiro de 2025.
Gislandia Barros, produtora audiovisual e uma das fundadoras da Bom Jardim Produções, destaca a riqueza em "formação em audiovisual, dança, teatro" que equipamentos como a Vila das Artes e os Cucas — vinculados à Secretaria Municipal da Juventude — oferecem.
A realizadora ressalta que a gestão ainda tem muito a melhorar na programação cultural e na divulgação para alcançar mais pessoas. "O Passeio Público é um lugar lindo, porém com pouca programação artística e ainda é pouco frequentado", exemplifica um dos espaços culturais da Capital.
"Espero que a próxima gestão dê continuidade aos cursos já ofertados nesses lugares, que possam trazer mais formações para onde ainda é escasso e que possam ampliar as programações artisticas e culturais", projeta Gislandia, acrescentando o desejo que haja um olhar voltado mais efetivamente para a periferia.
Já a cantora e compositora Aparecida Silvino ressalta as ações do Festival da Juventude, apontando desejar sua continuidade e expansão. Ela defende que o evento traz "muito oxigênio para a música de Fortaleza".
Aparecida defende ainda a necessidade de uma melhor estrutura para as bibliotecas municipais, três ao todo, citando que a biblioteca Dolor Barreira "está em péssimas condições". Por fim, defende a importância de ter mais descentralizada pelas regionais.
A bailarina e coreógrafa Silvia Moura também cita os Cucas, lamentando não haver maior relação entre as secretarias responsáveis. "Antes tínhamos acesso aos Cucas, hoje não temos. São equipamentos que os artistas locais não podem circular, é difícil conseguir pauta", explica.
Vila das Artes
A Escola Vila das Artes está localizada no Centro de Fortaleza, próximo à Praça da Bandeira. O edifício abriga cursos, oficinas e núcleos de pesquisas em diversas áreas, que formam a base de novos artistas da cidade, assim como oferece um espaço para os já formados darem continuidade em suas atividades. É vinculado à Secretaria da Cultura de Fortaleza e administrado em parceria com o Instituto Cultural Iracema.
Para Alysson Lemos, artista circense e pesquisador, "é a única política pública da Prefeitura, em termos de cultura, que funciona há muito tempo". Uma parte dessa durabilidade, na visão do artista, está relacionada à articulação dos professores e comunidade que tem acesso ao local, como as mães dos estudantes, que buscam constantemente melhorias ao local.
Eduardo Bruno, doutor em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA), compartilha seus anseios para o futuro do equipamento, desejando novas convocatórias e seleções públicas para a contratação de profissionais qualificados para assumir cargos de gestão dos espaços e professores para os cursos.
"O que marco para a próxima gestão é a necessidade de transparência na contratação e abertura de processos seletivos para cargos de gestão", arremata.
Programação oficial dos espaços culturais
A Secretaria da Cultura de Fortaleza também compartilhou dados sobre atual ocupação e acesso aos demais equipamentos. Confira:
Reformado e preservado, recebeu, até setembro deste ano, às sextas-feiras, a programação do projeto Giro Cultural. Também é um espaço que pode ser utilizado para demais eventos da comunidade, mediante autorização da Secultfor.