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Kuya comemora dois anos com reconhecimento nacional
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Kuya comemora dois anos com reconhecimento nacional

Equipamento cultural, parte do Complexo Cultural Estação das Artes, tem atuação marcada pela promoção do design cearense em múltiplas manifestações e linguagens
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KUYA celebra dois anos de atuação com reconhecimento nacional. Nas imagens, fotos da feira de design (Foto: Thiago Matine/divulgação)
Foto: Thiago Matine/divulgação KUYA celebra dois anos de atuação com reconhecimento nacional. Nas imagens, fotos da feira de design

No mês em que completa dois anos de atividades, o Kuya - Centro de Design do Ceará recebe destaque nacional como "Instituição de Apoio ao Design" pela contribuição ao fortalecimento do design brasileiro.

Realizada no dia 3 de dezembro, a homenagem aconteceu durante o 14º Prêmio Brasileiro de Design 2024, maior premiação do setor no País. Promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), o evento reuniu profissionais e iniciativas que impactam o design no Brasil e no cenário internacional.

A atuação da Kuya junto à comunidade dos designers, conectando a área à política pública cultural para o desenvolvimento social e econômico, foi um dos fatores destacados pela premiação. Diretor da instituição, Rodrigo Costa Lima afirma que o reconhecimento demonstra que estão seguindo um caminho "interessante".

"Dá essa revigorada, de entender que essas ações que a gente vem fazendo, em tão pouco tempo, já conseguem chamar a atenção e fazer uma diferença na questão do design no Brasil", ressalta.

Com processos que pretendem valorizar as identidades locais e promover conexões globais, o equipamento da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult-CE), gerido pelo Instituto Mirante, objetiva fomentar a cultura do design no Estado, por meio de ações que envolvem memória, reflexão e inovação em suas múltiplas manifestações e linguagens.

Espaço cultural de formação

Desde a inauguração em dezembro de 2022, o Kuya tem se consolidado como uma política pública inovadora no Brasil. Para além de um espaço cultural, tornou-se um centro estratégico que utiliza o design como motor para a economia criativa e solidária, conversando com diferentes setores da sociedade de forma coletiva e colaborativa.

"Geralmente, os centros de design estão ligados historicamente à economia ou à indústria. E, no nosso caso, estamos no ambiente da cultura, ligado a características mais específicas", explica Rodrigo.

O diretor aponta que, orientado pela política pública do Ceará, o Kuya segue diretrizes de atuar principalmente com populações que têm menos acesso às políticas culturais.

Durante os dois anos de existência, a instituição realizou iniciativas de fomento à formação em design - com cursos presenciais e on-line, oficinas e palestras -, além de pesquisas, desenvolvendo programas voltados à memória do design cearense.

Com o objetivo de exaltar os saberes locais e compartilhar inovações em comunidades, o equipamento já contemplou quatro ateliês com o programa de Cooperação Formativa em Design. Além dessas ações, realizou no mês de setembro, pela primeira vez, o festival Kuya Design Sul-Americano.

"O festival é uma ação para inserção do Kuya no circuito nacional de design. Posicionando o Ceará como articulador estratégico do campo do design no País levantando pautas e fortalecendo debates importantes para o setor", afirma o diretor da instituição.

O evento tratou de questões como desigualdades de remuneração e precarização do trabalho; indústria cultural e economia criativa; design de impacto social, além do reconhecimento e conexão da comunidade de designers.

Rodrigo ressalta a importância de pensar o design como processo e elaboração de soluções para superar problemas. Ele destaca a ação realizada em conjunto com a comunidade do bairro Moura Brasil, na qual foi produzido um jornal comunitário a partir do trabalho de seis bolsistas da região. "Tem sido uma ferramenta importante para a gente refletir sobre o que o design pode fazer e para aproximar as pessoas da área no seu dia a dia", completa.

O projeto busca dar autonomia a população, para que possam construir as próprias narrativas e constituir um programa que possa ser reproduzido em outros lugares.

Para Michelle Alves, pós-graduada em Gestão de Negócios e parceira do Kuya, a instituição tem DNA cearense, mas faz papel de ação nacional. "Gosto da maneira como eles fazem a gestão do equipamento e das atividades, a preocupação de atender o público e a identidade cultural", considera.

Já em relação à programação do local, Michelle acredita que o espaço tem forte atuação em educação e formação. "Comparo muito o tempo de empresa com idade. O Kuya, com dois anos, já fez tanto que muitas empresas com mais tempo não conseguiram fazer".

Para o próximo ano, o centro planeja uma aproximação entre Fortaleza e Saint-Etienne, na França, visando ampliar o compartilhamento de saberes e tecnologias. Assim como a capital cearense, a cidade francesa integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO no campo do design.

Kuya - Centro de Design do Ceará

  • Onde: rua Senador Jaguaribe, 323 - Moura Brasil
  • Quando: quinta-feira, 13h às 21 horas; sexta e sábado, das 10 às 20 horas; domingo, 10h às 15 horas
  • Gratuito

 

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