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Odrus, grafiteiro que leva as comunidades surda e periférica do Brasil para o mundo
Vida & Arte

Odrus, grafiteiro que leva as comunidades surda e periférica do Brasil para o mundo

Odrus é um grafiteiro surdo que transmite suas ideias e lutas por meio da arte, levando representatividade da periferia e da comunidade surda para o meio artístico
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Odrus é brasiliense e trabalha com grafite desde 2001, tendo mais de duas décadas de experiência nessa arte urbana (Foto: Reprodução/Instagram Odrus)
Foto: Reprodução/Instagram Odrus Odrus é brasiliense e trabalha com grafite desde 2001, tendo mais de duas décadas de experiência nessa arte urbana
Arte que dá vida à cidade com diversidade de cores e formas, o grafite funciona ainda como uma poderosa ferramenta social. O artista brasileiro Rafael Santos, mais conhecido como Odrus, se apropria desse lado da arte urbana para dar visibilidade a causas que, por muitas vezes, são silenciadas.

Natural de Brasília, Odrus é um artista visual e grafiteiro surdo de 41 anos que busca dar evidência tanto à luta da comunidade surda quanto à causa das pessoas com deficiência (PcD) e pessoas periféricas a partir das obras que produz nos muros das cidades por onde passa, inclusive por Fortaleza.

Rafael é visto como uma referência dentro da comunidade surda devido à sua história com o grafite e o impacto positivo proporcionado por ele na vida de jovens surdos, que, a partir de seu trabalho, passaram a aderir a essa arte urbana.

Por volta dos seis anos de idade, o interesse do pequeno Rafael pelo mundo da arte começou a desabrochar a partir do contato com gibis.

Ainda pequeno, ele olhava aqueles desenhos impressos nas páginas das histórias em quadrinhos e, gostando do que via, já arriscou os primeiros traços do que viria a ser sua própria identidade artística.

A partir dali, ele se manteve na prática do desenho por vários anos, até a adolescência. No entanto, o jovem parou de desenhar aos 15 anos em função do enfrentamento a um período difícil e conturbado na vida.

Três anos depois, aos 18, o rapaz voltou às atividades artísticas - agora, com consciência de que o desenho poderia ser uma esperança na sua vida. Naquele momento, ele se encontrou no grafite e resolveu aderir àquela arte urbana.

Aos poucos, surgia o Odrus (anagrama da palavra "surdo"), nome esse que Rafael escolheu para batizar sua versão profissional e artística.

Desde 2001, o grafiteiro, que se considera o primeiro surdo do Brasil a atuar profissionalmente nessa área, vem desenvolvendo seu trabalho com essa arte, utilizando-a principalmente como ferramenta de transformação social. 

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