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Paloma Bernardi apresenta a peça 'O Cravo e a Rosa" no TJA
Vida & Arte

Paloma Bernardi apresenta a peça 'O Cravo e a Rosa" no TJA

Em cartaz com a peça "O Cravo e a Rosa" em Fortaleza, Paloma Bernardi reflete sobre a conexão entre a TV e o teatro em seus 30 anos de carreira
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Em cartaz com a peça
Foto: Antônio Filho/Divulgação Em cartaz com a peça "O Cravo e a Rosa" em Fortaleza, Paloma Bernardi reflete sobre a conexão entre a TV e o teatro em seus 30 anos de carreira

Durante os dias 22, 23 e 24 de maio, chega ao cartaz do Theatro José de Alencar a peça "O Cravo e a Rosa", adaptação da telenovela homônima, sucesso da Globo nos anos 2000.

Entre o elenco diverso que compõe a camada teatral da comédia romântica ambientada na São Paulo dos anos 1920, é a atriz Paloma Bernardi quem dá vida à irascível Catarina, jovem que busca o equilíbrio entre validar sua essência no mundo e a tentativa de amar.

Além de rodar os palcos do Brasil dando novos sentidos à trama de Walcyr Carrasco, 2025 marca também um ano de redescobertas para a atriz paulista. Após 13 anos longe da Globo, Paloma retorna à emissora para a quarta temporada de "Arcanjo Renegado", no Globoplay

No ano em que celebra seus 40 anos e, concomitantemente, 30 anos de uma carreira dividida entre os palcos e as telas, Paloma reflete sobre a releitura da TV para o teatro, os reflexos da atuação em sua vida e o retorno à emissora sexagenária.

O POVO - Como surgiu seu interesse pela atuação? Sempre soube que seguiria esse caminho?

Paloma Bernardi - Eu acho que já nasci para isso. Segundo meu pai, eu não nasci, eu estreei, porque comecei a trabalhar com publicidade desde os meus 4 anos de idade. Então, a minha brincadeira de criança já era nesse universo: dentro dos estúdios, nas passarelas, fotografando, fazendo aula de teatro. Me formei em Artes Cênicas para seguir a carreira de atriz e também em Rádio e TV, justamente para trabalhar com os bastidores, para ainda ter possibilidades de outras profissões, mas ainda assim dentro das artes. Acho que não tinha como ser diferente.

OP - Depois de 13 anos, você retorna à Globo. Como tem sido essa volta? O que mudou em você e na emissora nesse intervalo?

Paloma Bernardi - Eu estou muito feliz, me sentindo privilegiada, honrada — ainda mais em uma obra como "Arcanjo Renegado", que tem um reconhecimento total do público. Por isso estou abraçando essa oportunidade com unhas e dentes. O que mudou ao longo desses anos todos é que agora eu volto com mais maturidade. O tempo, as experiências que vivi fora da Globo — nos streamings, em outras emissoras — e as histórias que contei artisticamente por aí é que me fazem uma atriz mais potente.

OP - Você retorna para a quarta temporada de "Arcanjo Renegado", produção do Globoplay. O que pode nos adiantar sobre sua nova personagem?

Paloma Bernardi - É um personagem novo, em um núcleo novo, mas que, de antemão, não posso falar muito. É uma série que apresenta para todos os telespectadores uma realidade muito dura, árdua, com um recorte do Rio de Janeiro, mas que reflete cenas do mundo todo: corrupção, ganância, política, tráfico, pobreza, preconceito e a falta de segurança na cidade. É uma série muito impactante, que choca ao assistir e que, infelizmente, é baseada em fatos reais.

O POVO - Como foi o processo de preparação para dar vida à Catarina após as interpretações de Adriana Esteves e Isabella Santoni? Você traz algo de si para ela?

Paloma Bernardi - Tenho a Adriana Esteves como referência, inspiração e, principalmente, respeito. Claro que temos a referência dela no nosso subconsciente — não só nós, do elenco, mas também o público em geral. Mas, no teatro, resolvemos seguir com aquilo que construímos juntos, no aqui e no agora, no tempo presente no palco. É a nossa novela preferida, agora no teatro, com uma nova Catarina. É claro que a base da personagem existe tanto na televisão quanto no teatro, mas eu a construí de acordo com as minhas vulnerabilidades, com as minhas relações, com a minha troca com o elenco. Como a peça já havia estreado no Rio de Janeiro, entrei justamente para fazer a turnê depois. Quando cheguei, o elenco já estava com a peça montada, todos já entrosados. Então, tive pessoas maravilhosas que me acolheram, e em 15 dias precisei dar vida a essa Catarina. A cada espetáculo, por ser teatro e estar ali ao vivo, surgem novas camadas, novas sensações, diferentes emoções e muito humor — porque a peça é pautada no humor. Acho que algo que se mantém — no teatro, na novela e na obra de William Shakespeare que a inspirou ("A Megera Domada") — é essa mulher à frente do seu tempo, que deseja ter o seu espaço para ser quem é, sem perder a sua essência, mas ainda assim buscando amar. Onde os opostos se atraem, onde as diferenças estão presentes, mas que também podem ser caminhos de aprendizado e amor, acima de tudo. É uma peça totalmente atemporal, e a personagem também é atemporal. A trama se passa nos anos 1920, mas esse assunto específico — o de uma mulher à frente do seu tempo, uma mulher mais feminista — está em diálogo com a mulher dos dias de hoje. E essa mulher também existe em mim.

OP - Você celebrou recentemente 40 anos de vida e celebra 30 anos de carreira em 2025. Como avalia sua trajetória até aqui?

Paloma Bernardi - Estou em uma fase de celebração e de vibração positiva constante neste ano em que celebro 40 anos. Decidi comemorar, inclusive, o meu aniversário no mês de abril com 40 dias de pequenas e grandes comemorações, celebrando o simples, os pequenos encontros, as grandes festas, os grandes momentos, fazendo aquilo de que gosto, estando com as pessoas que amo. Tenho mantido essa energia, essa vibração de gratidão por tudo o que vivi até aqui e compreendendo que a menina-mulher existe dentro de mim. Sigo com maturidade, com experiência de vida, com mais responsabilidades, mas nunca vou deixar morrer a Palominha, a essência da menina no meu coração, porque acredito que isso traz um frescor para a minha vida.

OP - Há tanto tempo no mercado competitivo da atuação, quais são as estratégias que você adota para se manter versátil e atualizada, tanto nas telas quanto no palco?

Paloma Bernardi - Aprendi muito com os "sins" e com os "nãos". Acredito que, nesse caminho, encontrei um amor-próprio que me permite valorizar quem eu sou em todas as áreas da minha vida: na área afetiva, profissional, artística, pessoal. E, valorizando quem eu sou, consigo me posicionar melhor diante de tudo e de todos — inclusive diante da sociedade e do mercado artístico. Acredito que todos os personagens que vivi aconteceram na hora certa, no momento certo. Eram aquilo que eu precisava dizer ao mundo, aquilo que eu queria comunicar, aquilo que eu precisava escutar e lapidar na minha própria vida. É claro que, como em qualquer profissão, é preciso estudar, se reciclar, estar pronta. Acredito que não são encontros de sorte. Existe uma trajetória, muita bagagem, muito estudo, muitos altos e baixos — uma verdadeira montanha-russa de emoções. Mas, quando abraço aquilo que já é meu, esse "sim" que tanto esperamos no nosso mercado competitivo vem com potência, vem com força.

OP - Celebrando esses dois marcos, existe algum projeto, papel ou história que você sonha em protagonizar?

Paloma Bernardi - Eu acho que gosto de histórias que toquem o coração. Gosto de histórias de superação. Gosto de histórias que me descaracterizem de maneira completa — em relação à aparência, ao meu estilo de vida — que me coloquem em um lugar totalmente desafiador, totalmente oposto ao que eu sou, porque aí o trabalho é virar tudo de cabeça para baixo. Então, são histórias que eu gostaria de contar dentro desse tipo de vertente, nessa desconstrução.

Espetáculo "O Cravo e a Rosa" em Fortaleza

  • Quando: quinta-feira, 22, e sexta-feira, 23, às 20 horas; sábado, 24, às 18 horas
  • Onde: Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro)
  • Quanto: a partir de R$ 39,50
  • Mais informações: @ocravoearosaumespetaculo

 

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