Logo O POVO+
Coletivo Moska realiza ensaio aberto no Theatro José de Alencar
Vida & Arte

Coletivo Moska realiza ensaio aberto no Theatro José de Alencar

Coletivo Moska celebra 12 anos de atividade com montagem do espetáculo "As Cartas Não Mentem Jamais!", nos dias 30 e 31 de março, no Theatro José de Alencar
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Foto: Divulgação/Coletivo Moska "As Cartas Não Mentem Jamais!" marca o retorno do Coletivo Moska aos palcos de Fortaleza

"Nós não somos um grupo de teatro. Somos um grupo de amigos que faz teatro". É com essa frase que Aldo Evangelista apresenta o Coletivo Moska, que retorna aos palcos com espetáculo "As Cartas Não Mentem Jamais" nos dias 30 e 31 de maio, às 18h, na sala Nadir Papi Saboya, anexo do Theatro José de Alencar.

A escolha do local e da data não foi por acaso. Doze anos atrás, em 31 de maio de 2013, o grupo estreava seu primeiro espetáculo, Woyzeck, uma releitura da peça inacabada do autor alemão Georg Büchner, no mesmo local. Foi lá que a parceria entre o diretor e escritor Aldo Evangelista e a atriz Maiara Teles começou. O laço se fortaleceu ainda mais com a segunda montagem do grupo, o espetáculo infantil "Senhorita Marshmallow" de 2017.

Leia no O POVO + | Confira mais histórias e opiniões sobre música na coluna Discografia, com Marcos Sampaio

A ideia de reencenar "As Cartas Não Mentem Jamais" surgiu a partir de um texto feito por encomenda para a atriz Layla Sah, responsável por dirigir a primeira montagem do espetáculo em 2023. "A montagem dela é mais realista, diferente do nosso ponto de vista que é uma grande brincadeira com a narrativa de cinema. As personagens falam como personagens de cinema. Não tem aqueles monólogos de teatro", conta o diretor.

O trabalho do Coletivo Moska

Maiara complementa com as referências que Aldo trouxe para a criação da sua personagem no espetáculo. Ela cita, por exemplo, filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar que possuem um forte protagonismo feminino, como "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos", "Kika" e "Volver". Além dessas obras, a atriz revela que assistiu cenas da novela Tieta e se inspirou em textos do escritor Nelson Rodrigues como "Sete Gatinhos" e "Doroteia".

"O Aldo traz essas referências. Ele brinca com essa coisa da espontaneidade do cinema, mas, ao mesmo tempo, traz o drama também", diz Maiara. Sua maior preocupação era dar conta do papel, pois sua ocupação principal é como psicóloga. Assim como os outros membros do coletivo, Maiara tem o teatro como um trabalho secundário, mas não menos importante. "É uma coisa que me salva", confessa, citando a clássica frase de Ferreira Gullar: "A arte existe porque a vida não basta".

Leia no O POVO | Confira mais notícias e opiniões sobre cinema

No espetáculo, Maiara interpreta Joana, uma atriz que divide a vida e os desafios de ser artista com a amiga e irmã, Izolda. A relação das duas é ótima até se depararem com Wladimir, um "faz tudo". A partir do encontro entre os três, se desenrola uma trama repleta de paixão, abusos, mentiras, traições, humor e também machismo.

"O homem acaba sendo um elemento secundário para revelar a disputa entre essas duas mulheres", explica Maiara, que concorda com Aldo sobre a peça não ser panfletária, apesar de propor uma reflexão nas dinâmicas que acontecem no palco.

As duas apresentações, entretanto, ainda não configuram a estreia oficial do espetáculo. Aldo não queria deixar passar o aniversário de doze anos de atividades do Coletivo Moska, então propôs a ideia de apresentarem um ensaio aberto. "Diante do público, com todos os riscos!", afirma com uma mistura de empolgação e nervosismo.

"Foi bom porque deu um combustível (para o grupo)", afirma Maiara, destacando a empolgação de se reunir com os amigos para um novo espetáculo. Ao lado dela e de Aldo, também estrelam George Alexandre, Fran Raulino e Fabiano Eloy.

Sobre as expectativas da noite de ensaio, Maiara faz um convite: "Vamos para o teatro, viver a vida cultural da nossa cidade". Já Aldo não esconde sua empolgação, apesar de se manter realista: "Eu queria que o ensaio fosse um furdunço com gente querendo entrar e lotando filas e mais filas… É o que queremos e trabalhamos para isso", finaliza.

Ensaio aberto do espetáculo "As Cartas Não Mentem Jamais"

  • Quando: sexta-feira, 30, e sábado, 31, às 18 horas
  • Onde: Sala Nadir Papi Saboya, anexo do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro)
  • Classificação indicativa: 18 anos
  • Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Ingressos disponíveis no Sympla e na bilheteria do teatro. Acesso limitado a 80 pessoas por apresentação

 

O que você achou desse conteúdo?