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Lendário vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne morre aos 76 anos
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Lendário vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne morre aos 76 anos

Ozzy Osbourne, vocalista fundador do Black Sabbath, morreu aos 76 anos após luta contra Parkinson. Seu legado transformou o heavy metal e influenciou gerações
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O músico Ozzy Osbourne se apresenta durante o intervalo do jogo da NFL entre o Los Angeles Rams e o Buffalo Bills no Estádio SoFi, em 8 de setembro de 2022, em Inglewood, Califórnia (Foto: Harry How / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Foto: Harry How / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP O músico Ozzy Osbourne se apresenta durante o intervalo do jogo da NFL entre o Los Angeles Rams e o Buffalo Bills no Estádio SoFi, em 8 de setembro de 2022, em Inglewood, Califórnia

Ozzy Osbourne deixou uma marca definitiva na história do rock. Vocalista original do Black Sabbath, banda que deu origem ao heavy metal nos anos 1970, também desenvolveu uma carreira solo consistente, com impacto duradouro sobre músicos e fãs em todo o mundo.

Conhecido como o "Príncipe das Trevas", tornou-se referência dentro e fora da música. Seus álbuns, turnês e presença pública ajudaram a consolidar o gênero e o transformaram em uma figura reconhecida além do universo do rock.

Osbourne morreu aos 76 anos, nesta terça-feira, 22, após enfrentar problemas de saúde que se agravaram nos últimos anos. Ele sofria de Parkinson e faleceu cercado pela família. Sua despedida dos palcos aconteceu em 5 de julho de 2025, no estádio Villa Park, em Birmingham, sua cidade natal.

O show, intitulado "Back To The Beginning: Ozzy's Final Bow" ("De volta ao começo: a última reverência de Ozzy"), reuniu a formação original do Black Sabbath e contou com participações de bandas como Metallica, Guns N' Roses, Slayer, Tool, Pantera, Gojira, Halestorm, Alice In Chains, Lamb of God, Anthrax, Mastodon e Rival Sons.

Em 1979, após deixar o Black Sabbath, iniciou carreira solo. Lançou músicas como "Crazy Train", "Mr. Crowley" e "No More Tears", que se tornaram referências no gênero. Manteve relevância por décadas, com público fiel e presença constante na mídia.

Luta contra a dependência química

Durante a carreira, Osbourne enfrentou o vício em álcool e drogas. O problema começou nos anos 1970 e se agravou na década seguinte, com episódios que resultaram em prisões, internações e prejuízos profissionais.

Ele falou abertamente sobre sua relação com as substâncias, tornando-se uma das poucas figuras públicas a abordar o tema de forma direta. Passou por diversas reabilitações e alternou períodos de sobriedade com recaídas.

Mesmo diante das dificuldades, seguiu produzindo e se manteve ativo no cenário musical. Nos anos 2000, ganhou novo destaque com o reality “The Osbournes”, exibido na televisão, ampliando sua presença junto ao público.

A trajetória de Osbourne atravessa diferentes fases da cultura do rock. Sua contribuição ajudou a definir a identidade do heavy metal, enquanto sua vida pessoal expôs os desafios enfrentados por artistas em meio à fama e às pressões da indústria.

Fãs lamentam a morte de Ozzy Osbourne e relembram seu impacto no rock e em suas vidas

A morte de Ozzy Osbourne, ícone do heavy metal, deixou fãs ao redor do mundo em luto. Para muitos, ele representava mais do que uma referência musical ,era uma figura formadora, presente em momentos marcantes da vida.

Embora Fortaleza seja uma capital onde o forró predomina, o rock e o heavy metal também têm seu espaço. Há décadas, um público dedicado mantém a cena ativa: frequentam shows, organizam tributos, apoiam bandas covers e movimentam lojas especializadas.

A partida de Ozzy ressoou com força também aqui, entre aqueles que veem no rock não só um estilo musical, mas uma forma de expressão e pertencimento.

"Ozzy é a voz mais bonita do que veio a ser chamado de heavy metal", diz o artista e músico cearense Mimi Rocha, que cresceu escutando o Black Sabbath.

“Na minha infância, a gente chamava de ‘rock pesado’. Ele, junto com os amigos do Black Sabbath, criou o gênero que hoje ainda é tão imitado”.

Além do trabalho com a banda, Mimi destaca a força da carreira solo de Ozzy, especialmente com o clássico álbum Blizzard of Ozz. “Sua carreira solo também foi muito relevante, com o disco Blizzard of Ozz, que lançou o guitarrista Randy Rhoads, que morreu muito jovem”.

A perda do músico é sentida de forma pessoal por Mimi: “É uma perda enorme para o rock mundial, e também para mim, que, aos 12 anos de idade, comprei a coleção completa de LPs do Sabbath. Que bom que ele ainda conseguiu fazer o seu show de despedida”. 

Para o comerciante e colecionador Alex Aguiar, dono de uma loja de LPs e tatuado com a imagem de Ozzy, o cantor marcou o início de tudo. “Quando comecei a entrar na adolescência, foi por meio de um disco do Black Sabbath, o ‘Paranoid’, que comecei a ouvir rock. O disco nem tinha capa, mas foi ali que tive o primeiro contato com a arte do Black Sabbath — e, claro, com o Ozzy”, conta.

Alex destaca o feito raro de Ozzy ter brilhado tanto na banda quanto em carreira solo: “Ele fez sucesso com a banda e depois teve ainda mais sucesso na carreira solo, algo raríssimo. Grandes nomes, como Freddie Mercury, Lou Reed e Dio, tentaram seguir carreira solo, mas não conseguiram alcançar a mesma relevância que o Ozzy manteve por tanto tempo”.

Para ele, Ozzy é mais que ídolo: é referência. “Tudo o que eu tenho em relação à música, principalmente ao estilo que eu mais gosto, o rock, o heavy metal, tem o Ozzy Osbourne como referência. Ele faz parte disso”.

A cantora e compositora Nayra Costa também conheceu o som do Black Sabbath ainda na adolescência. E nunca mais parou de ouvir. “Amava cantar suas músicas no meu projeto Nayra in Rock. Temia muito que esse dia chegasse. Queria muito ter visto um show dele ao vivo, mas infelizmente não consegui ir”.

Já o músico Felipe Cazaux se emocionou ao lembrar como conheceu o ídolo. “Me apaixonei pelo Black Sabbath na adolescência, por causa de um amigo meu. Eu já conhecia o Ozzy, acho que por causa da MTV, mas nem sabia que ele tinha sido vocalista do Black Sabbath”.

Na década de 1990, Felipe mergulhou tanto nos clássicos quanto na carreira solo de Ozzy: “Naquela época, ele já tinha discos muito bons na carreira solo, como Ozzmosis e No More Tears, com músicas que tocavam bastante na MTV”.

Com o tempo, veio a admiração pela arte vocal de Ozzy: “Amo as melodias vocais dele e a maneira como ele se encaixava nas músicas da banda. Acho que o Ozzy é um artista fenomenal — e que conseguiu sobreviver a tudo, muito também graças à esposa, Sharon, que cuidou dele por tantos anos”.

Por fim, ele resume o que muitos fãs sentem: “Acho que o mundo da música vai sentir muito essa perda. O Ozzy era uma figura muito querida por gente de todos os estilos, sabe? Muito respeitado, muito amado”.

 

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