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Caike Falcão: músico cearense tem coração de rock and blues
Vida & Arte

Caike Falcão: músico cearense tem coração de rock and blues

Caike Falcão, figurinha carimbada na cena musical cearense, dedicou tempo, curiosidade e esforço à produção artística, com destaque para os gêneros rock e blues
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O músico cearense Caike Falcão já lançou dois EPs e dois discos
 (Foto: Thiago Matine/Divulgação)
Foto: Thiago Matine/Divulgação O músico cearense Caike Falcão já lançou dois EPs e dois discos

O que você quer ser quando crescer? Essa pergunta ouvimos na infância e as respostas podem ser diversas: jogador de futebol, atriz, médico, veterinário, músico, escritor; geralmente trabalhos relacionados aos ídolos ou à família. No caso do artista cearense Caike Falcão, foi um primo mais velho que lhe fez brilhar os olhos para uma nova perspectiva.

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"Ele tocava violão e eu ficava olhando e achando massa. Talvez por ser meu primo mais velho, eu tenha me inspirado nele. Eu pensava: 'Quero um violão também'. Minha mãe foi lá e comprou um para mim. Esse primo, inclusive, me deu algumas aulas no começo", é o que sempre responde Caike, quando é indagado sobre seu primeiro contato com a música. O parente a quem se refere se chama Bruno Falcão.

Admirar o primo foi o primeiro impulso, mas o que alimentou seu sonho e o fez seguir carreira com a música foram bandas de rock como Linkin Park, Korn, Slipknot e Legião Urbana. Essa última, inclusive, é a que ele determina como seu "ponto de virada".

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"Eu fiquei fascinado pelas letras, pela figura do Renato Russo e passei a estudar muito sobre ele: entrevistas, influências, bandas que ele curtia. Foi assim que conheci Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, a cena punk, bandas como Sex Pistols e Dead Kennedys. A Legião foi quem abriu as portas para esse universo", explica.

Caike Falcão e a música

Assim como todo jovem artista, Caike não perdia a oportunidade de subir no palco e mostrar sua habilidade com a música. Foi enquanto estudava na escola que ele participou de grupos para se apresentar em eventos colegiais.

"Eu estudava em vários colégios e, em todos, dava um jeito de tocar. Isso foi muito importante, porque foi ali que tive minhas primeiras experiências de me apresentar para uma plateia. Toquei em todos os eventos da escola: Dia das Mães, feiras literárias, qualquer coisa era desculpa para montar uma banda e tocar. Acho que foi lá que realmente percebi querer isso para a vida", compartilha o artista.

Das escolas, Caike assumiu o palco de bares e festas, principalmente as que aconteciam no entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, lugar que acendeu o farol na sua carreira. Atualmente, a praça do equipamento está em reforma e discussões sobre a importância do espaço se espalham no meio artístico.

Com otimismo, ele pontua: "Tenho muito carinho pelo Dragão do Mar, mas acho que hoje ele está meio abandonado, com outro público, outro movimento. Não tenho mais a mesma relação que tive no passado. Talvez, com a revitalização que está acontecendo, volte a ser um espaço fértil para a música".

Como exemplificado pelo Dragão do Mar, Fortaleza é um espaço de transformações. Para Caike, esse lugar onde ele nasceu e cresceu é uma cidade que vem oportunizando a cena do rock. "Acho que é possível crescer aqui, porque outros artistas já mostraram que é possível. Dificuldades existem em todo lugar, não só aqui. Fortaleza tem uma noite ativa, muitas bandas tocando. Isso é bom, porque há espaço, mas às vezes a estrutura deixa a desejar. No geral, vejo como uma cena possível e viva", acrescenta.

Hoje, com 31 anos, o gênero blues também se tornou parte inseparável de sua formação. O interesse nasceu em sua pesquisa musical, ao investigar as raízes do Led Zeppelin e, pouco a pouco, nomes como Albert King, B.B. King, Stevie Ray Vaughan e Jimi Hendrix se incorporaram ao seu repertório.

Caike sempre esteve com a música em seu coração. Ainda que ele tenha cursado por um tempo as graduações de Publicidade e de Jornalismo, sempre foi com a arte que ele trabalhou e se encontrou profissionalmente. "Muitos amigos meus desistiram no caminho, e eu continuo aqui, viajando, tocando pelo Nordeste, pagando as contas com música. Isso já é uma conquista enorme", destaca.

Olhando para trás, o artista tem a certeza de que tomou a decisão certa sobre sua vida. Ao O POVO, ele conta o que diria para si no passado, caso a comunicação fosse viável: "Vai ser difícil, você vai se frustrar muito, mas não desanima. Não se compare com ninguém, cada um tem seu tempo. Segue firme que vai dar certo".

Assim, hoje o maior sonho já está em prática: viver de música. Em 2023, ele ganhou um concurso e trabalhou como guitarrista para a banda Barão Vermelho. Além disso, tocou com grandes nomes do rock nacional: Sérgio Britto (Titãs), Supla, Tico Santa Cruz, Canisso (Raimundos) e Philippe Seabra (Plebe Rude). "Como fã, foi uma realização enorme", destaca.

O trabalho autoral de Caike também tem destaque. No total, o cearense já lançou dois EPs e dois discos, sendo um deles ao vivo.

 

 

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  • Instagram: @caikefalcao
  • Youtube: youtube.com/caikefalcaoo

 

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