Fenômeno nas redes sociais, a série "O Verão que Mudou Minha Vida" chegou ao episódio final nesta quarta-feira, 17, após três temporadas na Prime Video.
Inspirada na trilogia da autora norte-americana Jenny Han, a produção audiovisual conta a história de Belly Couklin (Lola Tung). Ela, no início da adolescência, se vê envolvida em um triângulo amoroso envolvendo os irmãos Jeremiah Fisher (Gavin Casalegno) e Conrad Fisher (Chris Briney), com quem costumeiramente passa as férias de verão.
Após 26 episódios, como é de se esperar em produções que optam por esse tipo de enredo — como foi em "Diários de um Vampiro" —, é chegado o momento em que Belly decidirá com quem terá seu final feliz.
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Tudo aponta para que sua felicidade esteja com Jeremiah, com quem ela escolheu ficar — e posteriormente noivar. Mas a escolha mais confortável vai se mostrando, no decorrer dos episódios, a mais insegura.
Isso porque Belly e Jeremiah são construídos para se ancorar um ao outro no pior sentido da palavra, numa busca com que as coisas melhorassem no decorrer do namoro ou após o casamento, mas permanecem estagnados: Belly sem conseguir tomar decisões sozinha e Jeremiah sem amadurecer.
Nisso, o roteiro transmitiu bem, sem parecer forçado ou repetitivo, o que é acompanhar dois adolescentes tomando decisões imaturas e impulsivas.
Ainda que, na ânsia por chegar logo ao final feliz, alguns telespectadores tenham achado a história por vezes enrolada, ela cumpriu o papel necessário dentro do enredo e do número de episódios.
Quando Conrad reaparece após quatro anos de distância, todos eles são obrigados a confrontar os sentimentos que tentaram esconder debaixo do tapete.
A história chega então a um de seus ápices, já que o irmão até então também não tinha confrontado os seus próprios sentimentos pela noiva do irmão — e é forçado a isso quando a vê com uma aliança no dedo.
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Nos 11 episódios da terceira temporada, o enredo pouco peca em termos do desenvolvimento principal do triângulo, ainda que esqueça alguns acontecimentos no meio do caminho, como a própria terapia de Conrad, a amizade dele com Agnes, a amizade de Belly com Anika — que é vendida como coadjuvante, mas mais parece figurante — e a vida que o mocinho vivia na faculdade.
Guiado pelo último livro da trilogia, chamado "Sempre Teremos O Verão", ele leva o triângulo ao extremo de um casamento interrompido por uma declaração de amor exatamente da maneira que se esperava com base nos livros e, por essa razão, satisfatória.
A partir desse grande acontecimento, cada um consegue amadurecer individualmente e ter, de maneira justa, o seu final feliz bem encaminhado.
Em um salto de tempo bem construído de um ano, Jeremiah, que até então parecia um adolescente escorado no pai e na noiva, consegue finalmente amadurecer e encontrar o que e quem gosta após ser forçado a ser independente.
Conrad se aprofunda em sua faculdade de Medicina — ainda que nunca deixe o amor por Belly de lado — e Belly vive sua vida longe de todo esse drama, em Paris, finalmente se forçando a se conhecer e a descobrir o que ela de fato quer.
Nada parece forçado, e os elementos audiovisuais — como a mudança visual de Belly — e de narrativa — com pontos de amadurecimento de Jeremiah nos episódios finais — ajudam a convencer o telespectador disso.
A história final dos personagens secundários também é bem amarrada e satisfaz, afinal, cada um tem seu final feliz e sua redenção ao seu modo e de maneira coerente.
Ainda que alguns telespectadores considerem alguns dramas desnecessários no episódio final, eles fazem jus ao que é a vida acontecendo, afinal, a vida de nossos amigos não para quando estamos tentando resolver as nossas vidas.
Desse modo, o final de "O Verão que Mudou Minha Vida" é justo ao que qualquer telespectador espera. Seja #TeamConrad ou #TeamJeremiah ao dar play, cada um consegue alcançar o seu final feliz, seja em Paris ou em Cousins, a série corresponde ao hype.
E ainda que não seja uma produção capaz de reinventar o gênero, cumpre bem o papel de entretenimento adolescente e feminino.
De plus, entrega atuações regulares — eficazes, mas não tão profundas — e uma trilha sonora muito bem costurada, que vai de U2 e pop dos anos 2000 até Taylor Swift e Phoebe, consolidando um de seus maiores acertos.
O texto abaixo contém spoilers do último episódio da série "O Verão que Mudou Minha Vida"
Com o enredo de amadurecimento de Jeremiah entrelaçado ao seu desenvolvimento com Denise, que o tira da zona de conforto e o faz encontrar o que ele quer, já se fica subentendido que Belly e ele não são mais um casal.
O grande ponto do episódio final é: ela escolhe ficar com Conrad ou segue em frente?
Em uma comemoração de aniversário de 22 anos, Belly recebe a visita de Conrad em Paris e eles têm um dia alá "Antes do Amanhecer" (1995), no qual conhecem suas novas versões e mais amadurecidas, ela pela nova vida em Londres e ele pela passagem do tempo.
Ao final das comemorações e de algumas conversas e lembranças, eles acabam ficando juntos novamente, mas só quando Conrad fala a palavra "sempre" é que Belly percebe que precisa tomar uma decisão a partir dali: fica ou deixa essa história ir?
Como todo bom drama adolescente, a jovem deixa seu amado ir sob o argumento de que não quer fazer o que os outros querem para ela, mas em questão de minutos ela percebe que ele também é o que ela quer e corre atrás disso.
A história finaliza com a chegada dos dois como um casal, junto e de mãos dadas, à casa de verão em Cousins.