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'Três Mulheres Altas': peça sobre passagem do tempo é encenada em Fortaleza
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'Três Mulheres Altas': peça sobre passagem do tempo é encenada em Fortaleza

Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, espetáculo "Três Mulheres Altas" chega a Fortaleza com sessões no Theatro Via Sul
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Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, espetáculo
Foto: Pino Gomes/Divulgação Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, espetáculo "Três Mulheres Altas" chega a Fortaleza com sessões no Theatro Via Sul

“A pessoa que você é hoje é quem você imaginou, aos 20 e poucos anos, que iria ser?”, questiona o diretor Fernando Philbert. Gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Fernando chega a Fortaleza neste fim de semana com a peça “Três Mulheres Altas”, apresentada pelas atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, que será realizada no Theatro Via Sul em três sessões desta sexta-feira, 26, a domingo, 28.

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Baseada no texto contemplado com o Prêmio Pulitzer do dramaturgo norte-americano Edward Albee (1928-2016), “Três Mulheres Altas” narra a história de A, B e C, trio de mulheres que têm seus destinos entrelaçados ao acompanharem os momentos antes da partida de A, uma senhora com seus mais de 90 anos de idade.

Com cada personagem estando em um determinado período na vida, a peça se desenvolve com B, uma mulher de meia-idade e cuidadora de A, acompanhando os relatos da mais velha. Já C, a mulher mais jovem, é a advogada responsável pelo inventário de A.

As percepções sobre o tempo e como a passagem do mesmo afeta cada pessoa são questões que levam grande público às sessões do espetáculo que chega ao quarto ano de montagem sob a direção de Fernando Philbert.

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“Uma obra de teatro chegar ao quarto ano em cartaz, o que no Brasil já por si é um prêmio, é devido ao trabalho em conjunto da produção, direção, do elenco e, claro, a essa obra por ter uma força, por ter um envolvimento com a plateia e, sim, ser um clássico”, justifica Philbert ao Vida&Arte.

Após passar por cidades de todo o País, e com agenda prevista para os próximos meses, o espetáculo “viajar por grandes cidades, lotar teatros e fazer o público refletir sobre o tempo” assegura uma “vida muito longa” à montagem, como declara o diretor, também responsável pelas montagens de “Parabéns, senhor presidente”, “O Escândalo Philippe Dussaert”, “O Topo da Montanha”, “O Corpo da Mulher como Campo de Batalha” e outros sucessos teatrais.

Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, espetáculo "Três Mulheres Altas" chega a Fortaleza com sessões no Theatro Via Sul(Foto: Pino Gomes/Divulgação)
Foto: Pino Gomes/Divulgação Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, espetáculo "Três Mulheres Altas" chega a Fortaleza com sessões no Theatro Via Sul

Esse momento indeterminado, porém duradouro, reforça a premissa de “Três Mulheres Altas”, que fala sobre o tempo e como ele é observado por cada pessoa a partir de suas vivências e experiências.

Na peça, interpretando C, a mulher mais jovem e tida como alguém com menos conhecimento de vida e com mais sonhos a serem desejados e conquistados, Fernanda Nobre (“A Viagem”, “Malhação” e “Caminhos do Coração”) reflete que, independentemente da idade em que estamos no presente, nossas escolhas e caminhos foram determinados por alguém que um dia já fomos.

“Essa peça, especificamente, é impressionante como ela agrada tanto o público jovem quanto o mais velho. Os jovens se identificam muito com a minha personagem, por ela estar de olho no futuro, de ver as possibilidades sobre quem serão e como a gente tem que prestar atenção às nossas escolhas. Já o público mais velho se reconhece ao olhar para trás e ver quem se tornou a partir das escolhas que fizeram, os arrependimentos e suas vitórias”, comenta Fernanda.

Helena Ranaldi – no papel de B, uma representação de dama de companhia de A e ouve os relatos, memórias e acontecimentos, já embaralhados e perdidos da idosa – acrescenta que a passagem do tempo traz “transformação”.

“Acredito que a vantagem dessa passagem é poder lidar melhor com a vida, se conhecer melhor, conseguir entender as transformações, o que passou e perceber que, muitas vezes, nós não temos controle sobre a vida e, quando entendemos isso, traz uma sensação de liberdade e tranquilidade”, pondera a atriz. Trazendo no currículo novelas de grande audiência, como “Mulheres Apaixonadas” e “Quatro por Quatro”, Helena adiciona que o percurso feito pelo tempo é um “fator bastante positivo na vida”.

Com um “relacionamento deliciosamente bem estruturado”, como descreve Ana Rosa (“Senhora do Destino” e “Um Anjo Caiu do Céu”), atriz que dá vida à personagem A, o trio de artistas de renome no teatro e audiovisual brasileiro causa efeitos àquilo que o diretor Fernando Philbert detalha ser um dos motivos do texto criado por Edward Albee há 30 anos seguir atual.

“O que se faz nessa montagem é atualizar o que chamamos de ‘tom de interpretação’, em como as atrizes falam, como entram nessas falas e cenas, sempre conectadas com o presente, o aqui e o agora. Conectadas com as questões existentes com a gente e com a plateia”, argumenta.

O diretor teatral então conclui: “O tempo vai passando e você percebe que, quando se chega no ponto em que você tem mais passado do que futuro, as reflexões se tornam mais fortes, então o espetáculo vem trazer à tona as reflexões do tempo.”

Peça Três Mulheres Altas

  • Quando: sexta-feira, 26, e sábado, 27, às 20 horas; domingo, 28, às 17 horas
  • Onde: Theatro Via Sul (avenida Washington Soares, 4335 - Seis Bocas)
  • Quanto: a partir de R$ 50 (meia-entrada) e R$ 100 (inteira)
  • Vendas: Uhuu

 

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